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O Ibovespa fechou em queda de 1,15% nesta quarta-feira (6), véspera de feriado, aos 115.985 pontos. Em grande parte, o principal índice da Bolsa brasileira acompanhou o que foi visto no exterior.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram 0,57%, 0,70% e 1,06%, respectivamente.
Por lá, voltou a pesar o temor de que o Federal Reserve possa voltar a subir juros. No Livro Bege, as autoridades monetárias americanas sinalizaram que os gastos de consumidores foram mais fortes do que o esperado em julho e agosto. Do outro lado, houve uma melhora da balança do mercado de trabalho.
Fora isso, o PMI (índice de gerentes de compras, na sigla em inglês) de serviços dos Estados Unidos medido pelo ISM subiu para 54,5 em agosto ante 52,7 em julho. Com isso, a pesquisa feita com os executivos mostrou um índice acima no nível neutro de 50,0 em 38 dos últimos 39 meses e sugere uma economia ainda aquecida.
Ajuda também a impulsionar o temor de que a fed funds volte a subir a alta do petróleo. O Brent voltou a avançar, com alta de 0,77%, a US$ 90,73, na esteira do anúncio da véspera de que Arábia Saudita e Rússia irão estender seus cortes.
” Os mercados globais, de certa forma, trazem um temor relacionado à questão de uma recuperação da inflação. Acho que esse é o principal canal que está empurrando os índices para baixo. O preço do petróleo está indo para cima, trazendo um pouco de tensão de que, de repente, fará com que o Federal Reserve tenha de ser um pouco mais duro”, explica João Piccioni, analista da Empiricus Research.
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Os treasuries yields para dez anos ganharam 2,8 pontos-base e foram a 4,296%. Os para dois anos ganharam 5,4 pontos, a 5,02%.
O dólar ganhou um pouco de força mundialmente, com o DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos, subiu 0,02%, aos 104,83 pontos. Frente ao real, a alta foi de 0,17%, com mais R$ 4,983 na compra e a R$ 4,984 na venda.
No Brasil, a curva de juros também fechou com tendência de alta. Os DIs para 2024 e os para 2025 ficaram estáveis, a 12,37% e 10,61%. As taxas dos contratos para 2027 ganharam cinco pontos, a 10,52%, e as dos para 2029, seis pontos, a 11,02%. Os DIs para 2031 ficaram em 11,30%, com mais seis pontos.
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“Temos ainda o feriado amanhã, que deixa o mercado mais cauteloso. Nos Estados Unidos, tivemos o feriado da segunda. Vale atentar que a semana foi de baixa liquidez”, complementa Piccioni.
De novo, empresas ligadas ao mercado interno e de crescimento foram destaque entre as quedas do Ibovespa. As ações ordinárias da CVC (CVCB3) recuaram ,94% e as da Locaweb (LWSA3), 3,99%.
Fora isso, os bancos também pesaram sobre o índice. “Os papéis do setor bancário reagem à aprovação do texto-base do projeto de lei com regras para o Desenrola Brasil, que inclui um limite para os juros no crédito rotativo. A medida poderá afetar o lucro do segmento. Já as ações das empresas ligadas a commodities metálicas são impactadas pelas incertezas quanto ao anúncio de novas medidas de estímulo na China”, comenta Alexsandro Nishimura, economista e sócio da Nomos.
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As ações preferenciais do Bradesco (BBDC4) caíram 1,37% e as do Itaú (ITUB4), 0,96%.