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Ibovespa cai 0,78% com sinais de mudanças no BC, mas fecha semana em alta; dólar avança a R$ 5,20

Falas do presidente atacando independência e sinalizações de mudanças na equipe da instituição pesaram sobre ativos de risco

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em queda de 0,78% nesta sexta-feira (20), aos 112.040 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira foi na contramão do que foi visto no exterior, repercutindo as falas recentes do presidente Luiz Inácio Lula da Silva e de sua equipe econômica. Na semana, porém, conseguiu avançar 1,01%.

“A grande questão é que o mercado está precificando algo que não viu ontem. O Lula teve um discurso criticando o Banco Central. O Alexandre Padilha [ministro das Relações Institucionais] tentou apaziguar as coisas e falou que o mercado não tinha com o que se preocupar”, comenta Anderson Meneses, CEO da Alkin Research. “Entretanto, a saída do Bruno Serra, e o substituto que será colocado, gerou incertezas sobre a independência da instituição”.

Mais cedo, hoje, o jornal O Estado de S.Paulo  afirmou que o governo deseja um nome novo, que possa começar a mudar a “cara” do Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central.

“Acho que é uma questão bem severa, porque pode impactar as metas de inflação. Isso se reflete na curva de juros”, complementa Meneses.

A curva de juros brasileira fechou em alta em toda a sua extensão. Os DIs para 2024 ganharam seis pontos-base, a 13,54%, e os para 2025, 21,5 pontos, a 12,82%. Os contratos para 2027 e 2029 subiram, respectivamente, 32,5 e 34 pontos, a 12,85% e 13,01%. Os DIs para 2031 foram a 13,09%, com mais 35 pontos.

Com isso, companhias ligadas ao mercado interno foram destaque entre as quedas das Ibovespa. As ações preferenciais da Alpargatas (ALPA4) caíram 5,90%. As das Americanas (AMER3), em seu último dia compondo o índice, recuaram 29%.

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Do outro lado, entre as altas, ficaram, mais uma vez, as exportadoras de commodities – que foram as principais responsáveis pela alta da semana do índice.

A perspectiva de crescimento maior da China, com sua reabertura, continua impulsionando o preço dos produtos não manufaturados.

O barril de petróleo Brent avançou 1,71%, a US$ 87,63, e a tonelada do minério de ferro ganhou 1,76% na Bolsa de Dalian, a US$ 127,61.

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Entre as maiores altas do Ibovespa ficaram as ações ordinárias da 3R Petroleum (RRRP3), com mais 3,48%, as da CSN (CSNA3), com mais 2,41%, e as da preferenciais série B da Usiminas (USIM5), com mais 2,73%.

Além disso, as ordinárias do Banco do Brasil (BBAS3) ganharam 2,45% e as preferenciais da Petrobras (PETR4), 2,09%.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq subiram, respectivamente, 1%, 1,89% e 2,66%.

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“Tivemos uma alta forte nos EUA hoje, especificamente na Nasdaq. A alta é proveniente, em parte, por conta das ondas de demissões das companhias de tecnologia. Com o momento difícil, essas companhias sinalizam que estão dispostas a buscar eficácia, o que é bem visto pelo mercado”, diz Mota.

Já a Guide Investimentos, em seu call de fechamento, destaca as falas dos dirigentes do Fed Christopher Waller, que mencionou que a política monetária esta muito perto do nível suficientemente restritivo, e de Esther George, que disse acreditar que uma queda forte na atividade pode ser evitada para os EUA.

O dólar ganhou 0,72% frente ao real, mesmo com a moeda americana perdendo força internacionalmente, negociado a R$ 5,207 na compra e a R$ 5,208 na venda, avançando 1,98% na semana.