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O Ibovespa fechou em queda de 0,75% nesta segunda-feira (11), aos 126.123 pontos, em mais um dia de queda para as ações da Petrobras (PETR4). Fora isso, os papéis da Vale (VALE3) também ajudaram a derrubar o principal índice da Bolsa brasileira.
O mercado, desde a última sexta, reage mal à notícia de que a Petrobras não irá distribuir dividendos extraordinários, com a diretoria falando em mais investimentos na transição energética. A tese de investimento na companhia tem mudado devido à menor remuneração, fora que investidores temem de que o capital seja direcionado a investimentos pouco produtivos – o que já foi visto em outras administrações do governo petista, caso das refinarias de Pasadena e de Abreu Lima.
A Petrobras chegou a subir durante o pregão de hoje, após notícias de que o Conselho da companhia poderia rever a não distribuição de dividendos extraordinários, bem como de que o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, estaria atuando para convencer o presidente da república Luiz Inácio Lula da Silva, e o presidente da estatal, Jean Paul Prates, da importância dos proventos da petroleira para as contas da União.
No entanto, Lula, em entrevista ao SBT no fim da tarde, voltou a atacar os dividendos extraordinários, defendendo que mais investimentos sejam feitos pela Petrobras. Durante ela, o presidente falou que a reação das ações se trata de uma “choradeira do mercado”, que quer “tudo para si”, e que a estatal tem um compromisso com o povo brasileiro.
“Observamos pressões e intervenções políticas que têm gerado efeitos diretos no mercado financeiro. Atualmente, estamos acompanhando o caso dos dividendos extraordinários da Petrobras. Se a decisão de reter esses dividendos for revertida, isso enviará um sinal muito forte aos investidores, tanto locais quanto estrangeiros, sobre a diminuição do poder político do PT”, diz Raony Rosseti, especialista em renda variável e CEO da Melver. Enquanto isso, os ativos registram forte volatilidade.
As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras caíram 1,92% e 1,30%, respectivamente.
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Fora a Petrobras, a Vale e outras companhias ligadas ao setor de aço e minério também ajudaram a puxar o Ibovespa para baixo. “Foram puxadas, principalmente, pela queda mais expressiva do minério de ferro. Finalmente, parece que o mercado abandonou um pouco essa tese de que o minério irá se sustentar no mercado chinês, então a gente começou a ver uma correção mais forte dessa commodity por lá”, fala Thiago Lourenço, operador de renda variável da Manchester Investimentos.
Hoje, o minério de ferro negociado em Dalian, na China, caiu 5,41%, a 831 iuanes (115,68 dólares), atingindo o menor valor em quatro meses. Um excesso temporário de oferta, como resultado de embarques melhores do que o esperado até o momento no primeiro trimestre do ano e uma recuperação da demanda mais fraca do que o esperado, exerceu intensa pressão de baixa sobre os preços, segundo analistas.
As ações ordinárias da Vale perderam 3,11%, as preferenciais série A da Usiminas (USIM5), 4,70% e as ordinárias da CSN Mineração (CMIN3), 2,86%.
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Com essas questões, o Ibovespa teve pouca influência do cenário externo. Nos EUA, enquanto o Dow Jones subiu 0,12%, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,11% e 0,41%. Por lá, investidores seguem cautelosos, aguardando a publicação do índice de preços ao consumidor (PCI, na sigla em inglês), que acontece nesta terça.
O dólar ficou praticamente estável frente ao real, com queda de 0,06%, a R$ 4,978 na compra e na venda.