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O Ibovespa fechou em queda de 0,37% nesta segunda-feira (10), aos 115.940 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em grande parte, o que foi visto nos Estados Unidos e nas demais bolsas mundiais.
Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq caíram, respectivamente, 0,32%, 0,75% e 1,04%. O volume de negociação também foi menor do que o normal na sessão devido ao feriado do Columbus Day; contudo as bolsas operaram nesta data.
“Hoje os mercados globais estão mais negativos, principalmente devido ao conflito na Ucrânia, que teve novos desdobramentos nesse final de semana. Em destaque, ficou a explosão da ponte que liga a Crimeia e a Rússia, que foi vista como um possível agravante dos conflitos entre os dois países”, explica Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.
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Além da questão da Rússia, o especialista da Manchester Investimentos chama atenção também para a informação de que os Estados Unidos anunciou que controlará a exportação de semicondutores para a China, com o objetivo de reduzir a capacidade do gigante asiático de desenvolver e manter supercomputadores – o que ameaça o crescimento da segunda maior economia do mundo.
Além disso, o CEO do JPMorgan, Jamie Dimon, alertou que os EUA provavelmente vão entrar em recessão em 2023 e que pode não ser apenas uma leve contração econômica, como alguns economistas vêm projetando.
Leandro Petrokas, diretor de research da Quantzed, acrescenta ainda que investidores, nesta semana, se posicionam com cautela – aguardando a publicação do Índice de Preços ao Consumidor (CPI, na sigla em inglês) na próxima quinta, bem como o início da temporada de balanços americana.
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“Principais bolsas internacionais caíram hoje. As bolsas americanas também tiveram baixa, já que mercado está bem pessimista com os dados de inflação, CPI, dos EUA, que podem indicar mais altas de juros por parte do Federal Reserve”, contextualiza.
Com toda a cautela mundial, houve um fluxo de capital para o dólar. O DXY, índice que mede a força da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos, subiu 0,32%, aos 113.16 pontos.
Todas essas notícias derrubaram o valor do petróleo, com temor de menor crescimento global e, consequentemente, menor demanda – o barril Brent fechou em queda de 2,13%, aos 95,85. As ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram, respectivamente, 0,91% e 1,13%. As ordinárias da PetroRio (PRIO3) por sua vez, tiveram baixa de 1,72%.
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Além das petroleiras, foram também destaques negativos do Ibovespa a Vale (VALE3) e a Cosan (CSAN3), com baixas de 2,01% e 7,51%.
“O destaque negativo ficou para a Vale, que está tendo uma realização forte após a notícia de que um dos grandes compradores do papel, que estavam fazendo preço, firmou posição. Agora, as movimentações devem cessar e há uma realização”, explica Luiz Adriano Martinez, gerente de portfólio da Kilima Asset.
Segundo os especialistas, parte do mercado teme que a operação possa comprometer a estrutura de capital da Cosan.
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Do lado das altas, várias commodities avançaram por conta da piora do clima entre Rússia e Ucrânia – ou seja, por ameaças do lado da oferta.
“Empresas do setor de commodities agrícolas se destacam hoje. Destaque também para o setor de papel e celulose com Klabin e Suzano. Nós temos algumas commodities subindo bem no mercado internacional devido à visualização do mercado de aumento de risco geopolítico com a piora da tensão entre Ucrânia e Rússia”, acrescenta Petrokas. “A explosão em ponte na Rússia no fim de semana e retaliação de Putin com ataque em Kiev hoje podem sugerir ao mercado uma cautela maior em relação aos desdobramentos da guerra, o que jogaria preços das commodities para cima. Trigo, algodão, milho e aveia também sobem”.
Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da SLC Agrícola (SLCE3), com mais 6,05%, e da São Martinho (SMTO3), com mais 5,53%. BRF (BRFS3), JBS (JBSS3) e Minerva (BEEF3) subiram, na sequência, 5,13%, 4,82% e 4,18%.
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O dólar recuou 0,42% frente ao real, a R$ 5,190 na compra e a R$ 5,191 na venda, em parte por conta da alta das commodities agrícolas – mas também por causa da melhora do cenário interno
“No Brasil, tivemos a divulgação do relatório Focus, que trouxe, mais uma vez, a perspectiva de que a inflação está controlada. Com essa queda, nossos taxas futuras de juros caíram”, explica Noernberg. “Isso impulsionou o Ibovespa no começo do dia. Com a piora internacional, porém, nossa Bolsa foi contaminada”.
A curva de juros brasileira caiu em bloco, na contramão do que foi visto lá fora. Os DIs para 2023 ficaram estáveis, aos 13,67%, mas os DIs para 2025 e 2027 tiveram baixas de, respectivamente, cinco e dois pontos-base, a 11,51% e 11,34%. Os rendimentos dos DIs para 2029 caíram dois pontos, a 11,49% e os dos DIs para 2031, três pontos, a 11,57%.