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Ibovespa cai 0,35%, abaixo dos 128 mil pontos, pressionado por Treasuries e Petrobras

Benchmark da Bolsa chegou a superar os 129 mil pontos, mas fechou em queda com piora da petroleira e alta do rendimento dos títulos americanos

Equipe InfoMoney

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O Ibovespa fechou em queda nesta quarta-feira (24), com a alta nos rendimentos dos Treasuries e a piora das ações da Petrobras (PETR4) minando o viés mais positivo que prevaleceu na primeira etapa do dia, quando o benchmark da Bolsa chegou a recuperar brevemente o patamar dos 129 mil pontos.

O índice de referência do mercado acionário brasileiro fechou em queda de 0,35%, a 127.815,70 pontos. Na máxima do dia, chegou a 129.445,69 pontos e, na mínima, a 127.679,99 pontos. O volume financeiro somou R$ 20,3 bilhões, de uma média diária de R$ 23,3 bilhões no mês. Com o desempenho nesta quarta-feira, o Ibovespa agora acumula uma queda de 4,75% no mês.

Nos Estados Unidos, o S&P 500 e o Nasdaq fecharam no azul, mas distante das máximas, enquanto os rendimentos dos títulos do Tesouro norte-americano passaram a subir, com o de 10 anos marcando 4,1781% no final da tarde, de 4,142% na véspera e de 4,086% na mínima do dia.

De acordo com o diretor de investimentos da Reach Capital, Ricardo Campos, a Bolsa brasileira continua bastante atrelada ao movimento dos Treasuries, que nesta sessão voltaram a subir após um leilão de títulos com vencimentos mais curtos.

Ele ressaltou que o avanço nos retornos dos Treasuries desde o começo do ano fragilizou os mercados e ainda não há evidências de alívio, dado o quadro de atividade ainda forte nos EUA e com a cautela sinalizada por autoridades do Federal Reserve quanto ao próximos passos de política monetária. Além disso, acrescentou, a eleição presidencial nos EUA também começa a entrar no radar, principalmente a movimentação envolvendo o ex-presidente Donald Trump.

Trump venceu a disputa presidencial republicana de New Hampshire na terça-feira, após uma vitória esmagadora em Iowa na semana passada, tornando-se o primeiro republicano a ganhar nos dois Estados norte-americanos desde 1976 e aproximando-se de uma revanche em novembro com o presidente democrata Joe Biden.

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Para o estrategista de ações da Genial Investimentos Filipe Villegas, após a recente realização de lucros na bolsa brasileira, uma potencial janela de oportunidade foi aberta para entradas no mercado, conforme relatório enviado a clientes nesta quarta-feira.

“Essa percepção é sustentada pelo fato de que o nível de valuation das ações brasileiras ainda se mantém atrativo”, afirmou. “Adicionalmente, o desempenho do Ibovespa tem ficado bem abaixo de seus pares regionais e de outras bolsas de países emergentes, o que pode indicar uma margem para recuperação.”

Já no mercado de câmbio, o dólar emplacou nesta quarta a segunda sessão consecutiva de baixa ante o real, em sintonia com a queda da divisa dos EUA no exterior e ao avanço de commodities como o minério de ferro, após a China anunciar medidas para estimular sua economia. O dólar à vista fechou o dia cotado a R$ 4,9321 na venda, em baixa de 0,47%. Em dois dias, a moeda acumulou queda de 1,12%. Ainda assim, em janeiro o dólar acumula elevação de 1,66%.

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DESTAQUES DO DIA

VALE ON VALE3 subiu 1,01%, a 69,90 reais, em mais um dia de recuperação, conforme os futuros do minério de ferro subiram na Ásia nesta quarta-feira, mas reduziu o fôlego após alcançar 70,83 reais no melhor momento. Agentes continuam monitorando os ruídos de que o governo busca emplacar o ex-ministro Guido Mantega na mineradora. No mês, o papel acumula queda de 9,5%, tendo fechado em alta em apenas três pregões.

PETROBRAS PN PETR4 recuou 0,76%, a 37,88 reais, revertendo a alta de parte do pregão quando chegou a reais na máxima. O enfraquecimento dos papéis ocorreu mesmo com a alta dos preços do petróleo no exterior, onde o barril de Brent fechou negociado com elevação de 0,62%. Para alguns operadores, o papel refletiu preocupações de interferência do governo na esteira dos ruídos envolvendo a mineradora Vale.

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ITAÚ UNIBANCO PN ITUB4 encerrou com declínio de 0,46%, a 32,40 reais, e BRADESCO PN desvalorizou-se 0,39%, a 15,32 reais, também mudando o sinal durante a sessão, acompanhando a piora na bolsa.

NATURA&CO ON NTCO3 caiu 5,38%, a 16,35 reais, em meio ao declínio generalizado de papéis sensíveis à economia doméstica, com CASAS BAHIA ON perdendo 4,5% e YDUQS ON cedendo 3,72%.

IRB(RE) ON IRBR3 recuou 3,08%, a 40,55 reais, em dia de ajustes, após fechar com um salto de 10,6% na véspera na esteira de lucro em novembro. Na segunda-feira, a ação tinha tocado uma mínima intradia desde agosto de 2023, a 37,51 reais.

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USIMINAS PNA USIM5 avançou 3,82%, a 8,97 reais, em dia positivo para siderúrgicas, com CSN ON CSNA3 subindo 2,3% e GERDAU PN GGBR4 fechando em alta de 2,31%. De acordo com dados do Inda, em dezembro, a venda de aços planos por dia útil pelos distribuidores foi de 13,2 mil toneladas, maior nível para o mês desde as 13,3 mil toneladas de 2019. Dezembro também mostrou forte crescimento das importações de aço plano, em um momento no qual siderúrgicas tentam convencer o governo a aumentar imposto de importação de aço para 25%.

(com Reuters)