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Ibovespa avança 1,38% com bom humor externo e quebra sequência de cinco quedas; dólar cai 0,37%

Resultado do Bank of America e novas sinalizações de autoridades britânicas diminuíram a aversão ao risco global.

Vitor Azevedo

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O Ibovespa fechou em alta de 1,38% nesta segunda-feira (17), indo aos 113.623 pontos e quebrando uma sequência de cinco quedas. O principal índice da Bolsa brasileira acompanhou, em grande parte, o movimento dos benchmarks americanos.

Em Nova York, Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq avançaram, respectivamente, 1,86%, 2,65% e 3,43%.

“Podemos resumir a alta de hoje, lá fora, em alguns pontos. Primeiro, a temporada de balanços nos EUA, por mais que prematura, tem mostrado números mais positivos do que aquilo que era esperado. O resultado do Bank of America, divulgado hoje, veio além do consenso”, comenta Rafael Pacheco, economista da Guide Investimentos.

A instituição financeira americana teve um lucro líquido de US$ 7,08 bilhões, ou de US$ 0,81 por ação – sendo que o consenso da Refinitiv era de US$ 0,78 por papel.

“Além disso, as notícias na Europa também ajudaram. O atual ministro das Finanças britânico, Jeremy Hunt, disse que irá reverter boa parte das medidas de política fiscal expansionista que Kwasi Kwarteng, ministro anterior, tinha anunciado”, acrescentou o analista da Guide.

O dólar, com isso, perdeu força mundialmente. O DXY, que mede a força da moeda americana frente a outras divisas de países desenvolvidos, caiu 1,02%, aos 112,15 pontos. Frente ao real, o recuo foi de 0,37%, a R$ 5,302 na compra e a R$ 5,303 na venda.

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A curva de juros americana caiu na sua ponta curta, mas avançou na longa. Os treasuries yields para dez anos ganharam 1,3 ponto-base, a 4,019%, mas os para dois anos perderam 5,3 pontos, a 4,454%.

No Brasil, contudo, a curva de juros teve tendência única de queda. As taxas dos DIs para 2023 perderam 1,2 ponto-base, a 13,67%, e as dos DIs para 2025 recuaram 15 pontos, a 11,63%. Os rendimentos dos DIs para 2027 caíram 13 pontos, a 11,48%. As taxas dos contratos para 2029 e 2031 retrocederam, respectivamente, em 11 e 9 pontos, a 11,63% e 11,72%,

“A bolsa brasileira foi influenciada pelo ânimo global mas também surfou por conta de dados internos. O IBC-Br caiu em agosto na comparação com o mês anterior e mais do que o esperado. Porém, no relatório Focus, a projeção para este ano do produto interno bruto (PIB) aumentou e a da inflação caiu pela décima sexta vez consecutiva”, explica Marco Noernberg, líder de renda variável da Manchester Investimentos.

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Segundo as instituições financeiras consultadas semanalmente pelo Banco Central, a expectativa para o IPCA deste ano passou de 5,71%, há uma semana, para 5,62%. Para 2023, recuou de 5,00% para 4,97%. Já a projeção de alta do PIB subiu de 2,70% para 2,71% neste ano e também foi elevada, de 0,54% para 0,59%, em 2023.

O próprio recuo do IBC-Br, acima do esperado, reduziu a pressão sobre a curva de juros brasileira – uma vez que uma economia mais forte tende a levar os preços para cima.

“Por aqui, no Brasil, início de semana positivo. O Focus, mais uma vez, foi representativo, com nova revisão de pressão inflacionária para baixo e do crescimento para cima”, expõe Bruno Madruga, head de renda variável da Monte Bravo Investimentos.

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Entre as maiores altas do Ibovespa, por conta dos melhores dados macroeconômicos, ficaram companhias de crescimento e também as ligadas ao mercado interno. As ações ordinárias da CVC (CVCB3) subiram 9,18%, as preferenciais da Azul (AZUL4), 6,58% e as ordinárias da Locaweb ([ativo=LWAS3]), 5,37%.

Do lado negativo, as ações ordinárias da MRV (MRVE3) recuaram 11,42%, após a construtora divulgar uma péevia operacional que desapontou investidores.