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O Ibovespa fechou em leve alta de 0,42% nesta sexta-feira (2), aos 110.864 pontos. Na semana, porém, o índice recuou 1,28%.
Apesar de a alta de hoje não ser tão expressiva, o principal índice da Bolsa brasileira conseguiu ficar no verde, mesmo com os principais benchmarks americanos caindo com força. Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram baixas de, respectivamente, 1,07%, 1,07% e 1,31%. Na semana, ainda na mesma sequência, as quedas acumuladas foram de 2,31%, 2,75% e 3,24%.
“O mercado hoje reflete o Payroll, que saiu mais cedo. Houve uma recuperação dos preços dos ativos e, depois, o declínio. A criação de emprego foi forte. Os Estados Unidos estão com mercado de trabalho aquecido e isso reforça as apostas de que o Federal Reserve continuará a subir juros”, diz Enrico Cozzolino, sócio e head de análise da Levante Investimentos.
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Segundo o especialista, investidores continuam a se posicionar com cautela, uma vez que uma taxa de juros mais alta aumenta a incerteza quanto ao desempenho futuro da maior economia do mundo – e também das empresas.
O número de vagas de emprego criadas nos EUA em agosto foi de 315 mil, maior do que o consenso de 300 mil.
“O dado de Payroll, apesar de no início ter dado certo gás para o mercado, acabou virando a expectativa na parte do dia. Isso porque, no final do dia, o Fed já parece não estar tão mais reativo a esses dados de alta frequência. A taxa de desemprego, apesar da leve alta, ainda subiu pouco para mudar de forma estrutural o comportamento do Fed. Ainda haverá a alta agressiva”, complementa Matheus Spiess, analista da Empiricus.
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Hoje, apesar de o mercado de trabalho ainda se mostrar aquecido, os treasuries yields deram uma folga, após a forte alta da véspera. Os dos títulos para dois anos recuaram 12,6 pontos-base, para 3,396%, e os para dez anos, 7,2 pontos, a 3,193%.
Cozzolino destaca que, além da notícia provinda dos Estados Unidos, o clima é de cautela também por conta do noticiário chinês, com o gigante asiático implementando novos lockdowns por conta do aumento de casos da Covid-19. Os 21 milhões de habitantes da cidade de Chengdu já estão isolados em suas casas.
No mercado de commodities, o petróleo Brent avançou 0,92%, com o barril cotado a US$ 93,21, com expectativas de que a Opep+ discutirá cortes de produção em uma reunião em 5 de setembro, mas ficou longe de recuperar a baixa de quase 4% de ontem. O minério de ferro negociado na bolsa de Dalian teve um novo dia de queda, com baixa de 2,84%, a US$ 96,62 a tonelada.
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“O Brasil conseguiu sustentar uma alta marginal, com nomes ligados à construção civil e à incorporação, beneficiados pela queda do juros”, comenta Spiess.
Entre as maiores altas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da Eztec (EZTC3), com mais 8,42%, as da JHSF (JHSF3), com mais 8,28% e as da MRV (MRVE3), com mais 8,14%.
Além de se beneficiar do recuo da curva de juros, as construtoras se beneficiam também da queda das commodities metálicas, que pesam sobre suas margens.
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A curva de juros brasileira caiu em bloco. Os DIs para 2023 tiveram suas taxas caindo um ponto-base, para 13,71%, bem como os para 2025, que foram a 11,73%. Os contratos para 2027 e 2029 perderam, respectivamente, quatro e três pontos, a 11,50% e 11,65%. No fim da curva, o DI para 2031 foi a 11,76%, recuando sete pontos.
O dólar, por fim, caiu 1,02% frente ao real na sessão, a R$ 5,184 na compra e a R$ 5,185 na venda, com investidores embolsando lucros após o relatório de empregos misto nos EUA e antes de um fim de semana prolongado sem a referência dos mercados norte-americanos. Na semana, contudo, a moeda americana subiu 2,11%.
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