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O Ibovespa fechou em alta de 0,38% nesta segunda-feira (18), aos 96.916 pontos. O principal índice da Bolsa brasileira avançou com a ajuda das commodities, mesmo com os benchmarks americanos caindo em bloco.
Dow Jones, S&P 500 e Nasdaq tiveram baixas de, respectivamente, 0,69%, 0,84% e 0,81%. Lá fora, o final do dia foi marcado pelo pessimismo, com o mercado, segundo Alvaro Ferris, especialista de investimentos da Rico, reagindo negativamente à notícia de que a Apple (AAPL34) irá reduzir contratações e cortar despesas – o que fortalece as perspectivas de que os Estados Unidos viverão uma recessão.
Nem mesmo a sinalização de diretores do Federal Reserve de que o banco central americano não irá elevar a fed funds em um ponto percentual na próxima semana, mas sim manter a alta de 0,75 ponto já vista, impediu as quedas.
Os treasuries yields com vencimento em dez anos também ignoraram as falas das autoridades monetárias, subindo 4,4 pontos-base, a 2,974%, impulsionados pela alta das commodities.
“O Ibovespa repercutiu majoritariamente notícias provindas China, com o gigante asiático querendo injetar liquidez no mercado, principalmente no seu setor imobiliário”, comenta Fabrizio Velloni, economista-chefe da Frente Corretora. “A China está tentando gerar liquidez em seu mercado para puxar a sua economia, que vem patinando. Com isso, as commodities subiram forte”, explica.
O preço do barril do petróleo Brent avançou 4,47%, a US$ 105,68. O preço do minério de ferro, por sua vez, avançou 2,18% no porto de Dalian, a US$ 100,69.
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Por causa disso, as ações ordinárias e preferenciais da Petrobras (PETR3;PETR4) foram destaques do pregão, avançando, respectivamente, 3,33% e 2,29%. Os papéis ordinários da PetroRio (PRIO3) subiram 6,72% e os da 3R Petroleum (RRRP3), 2,26%.
“No dia de hoje, houve uma retomada dos preços e um pouco de exposição ao risco. No fechamento, uma piora, por conta da cautela, em uma semana que tem decisão de juros na Europa”, contextualiza Enrico Cozzolino, sócio e head de análises da Levante Investimentos.
Mais cedo, os anúncios da China tinham diminuído o temor de que haverá uma recessão mundial e fizeram a aversão ao risco cair – o DXY, que mede a força do dólar frente a uma cesta de moedas, recuou 0,59%. A divisa americana, no entanto, se fortaleceu frente ao real, com alta de 0,39%, a R$ 5,425 na compra e a R$ 5,426 na venda, com uma piora da moeda brasileira no final do pregão.
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“Tivemos um retorno, com fortalecimento de juros e dólar, em um ambiente preocupado com inflação, recessão e geopolítica. No cenário local, há a eleição, que também traz maior cautela e que corrobora o Ibovespa com resistência nos 98 mil pontos”, explica Cozzolino.
A curva de juros brasileira avançou em bloco. O DI para 2024 viu seu rendimento subir quatro pontos-base, para 13,92%, e o para 2025 teve o seu fechando em alta de 24 pontos, a 13,38%. Os DIs para 2027 e 2029 tiveram suas taxas subindo, respectivamente, 25 e 23 pontos, para 13,22% e 13,32%.
“Juros futuros voltam a subir com a alta das commodities e com divulgação do IGP-10 pela manhã, que demonstrou desaceleração em relação a junho, mas ainda acima das projeções iniciais”, afirma Leandro De Checchi, analista da Clear Corretora.
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Entre as maiores quedas do Ibovespa, ficaram as ações ordinárias da EzTec ([ativo=EZTC]), com menos 5,88%, após a construtora divulgar suas previas operacionais do segundo trimestre. Atrás dela, vieram empresas de crescimento e mais ligadas ao cenário interno: as ações ordinárias da Petz (PETZ3) caíram 5,10%, as da Méliuz (CASH3), 4,51% e as da Locaweb (LWSA3), 4,02%.
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