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O Ibovespa passou por fortes emoções desde às 15h (horário de Brasília), quando foi divulgada a decisão do Federal Reserve, que cortou a taxa básica de juros em 0,50 ponto percentual e surpreendeu uma parte – ainda que minoritária – dos investidores, que esperava uma queda mais modesta, de 0,25 ponto percentual.
Com isso, o benchmark da Bolsa brasileira, que caía cerca de 0,45% minutos antes da decisão, zerou rapidamente as perdas logo após às 15h e superou os 135 mil pontos, ainda que em modesta alta de 0,11%. O índice ainda oscilou entre leves perdas e ganhos, mas na máxima chegou a 135.203 pontos, ou avanço de 0,18%.
Contudo, o índice foi amenizando os ganhos e passou a ter queda à medida que as falas de Jerome Powell, presidente do Federal Reserve, em coletiva às 15h30 eram divulgadas, uma vez que o chairman do Fed reduziu o ímpeto do mercado sobre o corte de juros básicos americanos.
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Conforme aponta Nicolas Borsoi, economista-chefe da Nova Futura Investimentos, Powell utilizou a entrevista coletiva para moderar a reação do mercado de juros à decisão de cortar a taxa de juros em 0,5 ponto. O Ibovespa fechou assim com queda de 0,90%, a 133.747 pontos. O dólar, que chegou a cair mais de 1% após a decisão, ainda fechou em baixa, mas mais amena, de 0,47%, na casa dos R$ 5,46.
“Ao dizer que as projeções não sugerem uma corrida do Fed para reduzir os juros, que o corte de 0,5% não é um sinal para os próximos cortes e que as próximas decisões podem ser ajustadas, Powell buscou evitar que o mercado adotou uma precificação de cortes mais agressivo na curta de juros”, ressalta o economista, destacando que Powell colocou ainda o Fomc em uma postura dependente de dados para as próximas reuniões.
“Sendo assim, Powell reforça a visão do relatório de projeções de que o Fed quer um ciclo rápido, mas não um ciclo mais agressivo do que o imaginado em junho”, apontou.
A visão é de que Powell adotou um tom mais neutro na comunicação do que no texto da decisão. Cabe destacar também que Powell buscou amenizar a visão de que o corte mais intenso dos juros indicaria uma sinalização de preocupação maior com a fraqueza da economia americana, o que também poderia enfraquecer os mercados.
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De qualquer forma, e embora a expectativa sobre o Fomc tenha sido relativamente bem antecipada, as mudanças nas expectativas nos últimos dias foram significativas. Com essa decisão, o dólar perde força frente às principais moedas, enquanto o interesse por ativos mais arriscados deve aumentar, o que pode impulsionar as bolsas, destacou Gustavo Cruz, estrategista-chefe da RB Investimentos.
O movimento do Fed ocorre antes da decisão do Comitê de Política Monetária (Copom). A expectativa majoritária é de uma alta de 0,25 ponto porcentual na taxa Selic, para 10,75% ao ano, mas há quem espere uma elevação mais intensa. Por isso, fica no foco o comunicado da decisão e se a votação será unânime ou não. “Será importante observar o comunicado, se abrirá margem para uma aceleração de ritmo na próxima reunião”, pontua o economista da Tendências, em relatório.
Segundo Cruz, para o Brasil, o cenário externo melhorou bastante nos últimos 45 dias, o que pode reduzir a necessidade de uma alta drástica nas taxas de juros pelo Banco Central Brasileiro. No entanto, é provável que o Banco Central ainda considere um aumento nas taxas, avalia.
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(com Reuters e Estadão Conteúdo)
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