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Os resultados da farmacêutica Hypera (HYPE3) animaram o mercado, com as ações fechando em alta de 2,79%, a R$ 33,50, na sessão desta sexta-feira (25), pós-resultado.
A companhia lucrou de forma líquida R$ 366 milhões no quarto trimestre de 2021, número 12,6% maior do que os R$ 324,9 milhões do mesmo período de 2020.
A receita líquida da companhia avançou 43,3% na base anual, saindo de R$ 1,1 bilhão para R$ 1,62 bilhão. A Hypera explica que o número foi impulsionado pela contribuição do portfólio de medicamentos adquirido da Takeda e da família Buscopan, bem como pelo crescimento de 16,3% do sell-out orgânico no período – 2,1 pontos percentuais superior ao crescimento do mercado.
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Além dos números considerados fortes, os analistas de mercado também estão de olho nos primeiros sinais para 2022.
Segundo o Itaú BBA, a companhia teve resultados positivos, como o esperado, e início de ano promissor. “A empresa não só foi capaz de cumprir sua projeção (guidance) para 2021, mas também aponta para um 2022 muito bom – com crescimento melhor no faturamento e níveis de rentabilidade mais altos do que as nossas estimativas”, apontam os analistas, que têm recomendação de “compra” para HYPE3, com preço-alvo de R$ 39 ao fim de 2022, um potencial de alta de 20% ante o fechamento da véspera.
“Além da boa performance no ano passado, destacamos um otimismo com os números da companhia no início deste ano, com as vendas de janeiro e fevereiro em alta de cerca de 30% na comparação anual. Esta aceleração provavelmente é explicada pelo aumento da demanda por produtos relacionados à gripe e apontam para a divulgação de um primeiro trimestre positivo”, reforçam.
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O lucro líquido ajustado ficou 6,6% abaixo da estimativa dos analistas da XP, mas eles destacam que a empresa continuou a apresentar crescimento de dois dígitos, com receitas em alta de 15,2% na base anual organicamente (alta de 43,3% considerando aquisições). A margem Ebitda (Ebitda sobre receita líquida) cresceu 4,1 pontos percentuais no ano impulsionada principalmente por sinergias de aquisições recentes, mostrando o potencial dos portfólios das marcas adquiridas, avaliam os analistas.
Já as despesas financeiras líquidas foram um grande detrator para o lucro, já que a empresa possui uma dívida líquida de 6,7 vezes o valor de um ano antes.
A XP destacou que, apesar de abaixo da expectativa da casa, os resultados foram positivos, e a expectativa é de que o desempenho seja ainda melhor no primeiro trimestre. A casa segue com recomendação de compra para o ativo, com preço-alvo de R$ 48, ou potencial de alta de 47%.
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A Levante Ideias de Investimentos, por sua vez, aponta que mais uma vez a Hypera entregou resultados fortes, deixando a segurança de que mais uma vez realizou aquisição acertada com a compra de parte do portfólio da Takeda e a família Buscopan, e que já começa a gerar sinergias logo no primeiro ano de fusão. “Por isso esperamos um impacto positivo nas ações da companhia no curto prazo”, avaliam.
O desempenho orgânico do sell-out, quando o produto é comprado pelo consumidor em uma farmácia, por exemplo, foi superior ao do mercado pelo 5º trimestre consecutivo, derivado de uma aceleração nos lançamentos nos últimos anos, do aumento da capacidade de produção e dos investimentos nas marcas líderes da empresa.
A companhia, ressaltam os analistas da casa, continua como uma forte geradora de caixa, tendo registrado mais um trimestre com um bom fluxo de caixa operacional, no valor de R$ 301 milhões, valor que representa uma alta de mais
de 50% em relação ao quarto trimestre de 2020.
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“Mesmo com a preocupação sobre as margens da companhia, já que ela tem receita em real e custo em dólar, as recentes aquisições e a capacidade da empresa em repassar preço a companhia se prova como um belo case de execução que mesmo em momentos adversos consegue entregar ótimos resultados”, avaliam.
Hypera vê alta de demanda por medicamentos
Em teleconferência nesta sexta após os resultados, a farmacêutica destacou que está registrando um crescimento de demanda por medicamentos que não precisam de receita desde o final do ano passado, tendência que vem se repetindo no início de 2022.
“A diferença grande no mercado é que as pessoas começaram a tratar cada vez mais o Covid-19 como uma gripe, bem diferente do que acontecia lá atrás”, em meio ao cenário de aumento da vacinação no país, disse o diretor de relações com investidores da Hypera, Adalmario Couto, em conferência com analistas.
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“Além de demanda adicional por conta do aumento de casos de Covid e gripe, tem aceleração em várias categorias, como suplementação”, disse o executivo. Ele se referiu a produtos como vitamina D, vitamina C, em que a Hypera ingressou no ano passado.
Já o novo CFO da Hypera Pharma, Ramon Sanches Frutuoso, reconheceu que o desempenho da empresa em genéricos e similares, que é o mercado que mais cresce no Brasil, está um pouco abaixo da média do mercado. Mas disse que houve aceleração no quarto trimestre. Ele disse que, neste campo, o foco em 2021 foi aumentar a presença em novas classes terapêuticas e a cobertura.
Questionado sobre eventuais operações de fusão e aquisição, diante da robustez do resultado e das projeções para este ano, o presidente da Hypera, Breno de Oliveira, afirmou que “com certeza” a companhia não vai fazer movimentos relevantes este ano.
“No curto prazo, o foco é investimento orgânico e desalavancagem e remuneração aos acionistas”, disse o executivo.
(com informações da Reuters)
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