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A Hypera (HYPE3) anunciou na última terça-feira (31) que chegou a um acordo de leniência, relacionado a pagamentos indevidos de executivos a políticos que se tornaram públicos em junho de 2016, cujas investigações internas foram concluídas em maio de 2020.
A empresa concordou em pagar R$ 110 milhões e dar continuidade ao seu Programa de Integridade, que será monitorado nos próximos 18 meses pelas autoridades.
Segundo a empresa, o fundador João Alves de Queiroz Filho (principal acionista, com 21,4% de participação) financiará integralmente a multa. A notícia foi bem recebida pelos analistas de mercado, que destacam a remoção de um importante fator que pesava sobre os papéis. Com isso, os ativos HYPE3 subiram 7,66%, a R$ 41,76, maior alta do Ibovespa na sessão desta quarta-feira (1).
“Esta é uma notícia claramente positiva para as ações. O acordo pode destravar valor a nosso ver, uma vez que põe fim às preocupações relacionadas a uma multa bilionária ou até mesmo ao risco de benefícios fiscais. A governança corporativa também melhora, significativamente, com a remoção dessas incertezas”, apontam os analistas do Bradesco BBI.
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A multa para a empresa será zero, contra R$ 300 milhões projetados pelo Bradesco BBI, e os analistas ressaltam que o acordo confirma que a empresa não se beneficiou das irregularidades.
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“Vemos este evento como um catalisador para as ações e reafirmamos nossa recomendação de compra”, destacam. Para os analistas do BBI, as ações estão sendo negociadas a um atrativo múltiplo de preço sobre lucro (P/L) de 14,6 vezes para 2022, em linha com a média histórica de 15 vezes, o que parece injustificado, dado uma projeção de crescimento anual ponderado do lucro por ação de 21% no período entre 2022 e 2024, os fortes fundamentos de crescimento de longo prazo e nenhum risco adicional em relação à leniência.
O Itaú BBA acredita que o anúncio do acordo de leniência em termos muito melhores do que o esperado pelo mercado provavelmente desencadeará uma reclassificação dos ativos.
O banco ainda ressalta que Hypera tem estado no topo de sua cobertura no setor de saúde em termos de resultados operacionais consistentes e sólidos nos últimos trimestres. Os analistas da casa também destacam o múltiplo de preço sobre lucro como atrativo nos valores atuais dada a resiliência do mercado farmacêutico brasileiro e as atraentes perspectivas de crescimento do lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) da companhia.
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A equipe de análise da XP destaca que o pagamento como parte do acordo não terá efeito caixa e encerrará a investigação, o que torna a ação menos arriscada e mais adequada para investidores preocupados com a governança da empresa.
A XP reitera sua visão positiva sobre as ações pelas perspectivas de crescimento e lucratividade da companhia, reiterando recomendação de compra e preço-alvo de R$ 48.
O Goldman Sachs também ressaltou ver o acordo como positivo para a Hypera. Embora não tenha impacto nas operações ou fluxos de caixa, ele remove uma importante overhang (fator que pode levar a um excesso de oferta de ativos no mercado, derrubando o preço) ao resolver um problema de governança corporativa que vinha pesando sobre as ações.
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Contudo, o Goldman mantém recomendação neutra para HYPE3, com preço-alvo de R$ 41.
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