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O grupo libanês Hezbollah prometeu retaliar depois de culpar Israel pela detonação de pagers nesta terça-feira, que matou nove pessoas e feriu quase 3 mil, incluindo muitos dos combatentes do grupo militante e o embaixador do Irã em Beirute.
O ministro da Informação libanês, Ziad Makary, disse que o governo condenou a detonação dos pagers — utilizados pelo Hezbollah e outros no Líbano para comunicação — como uma “agressão israelense”. O Hezbollah afirmou que Israel receberá “a sua justa punição” pelas explosões.
Os militares israelenses, que têm estado envolvido num conflito transfronteiriço com o Hezbollah, apoiado pelo Irã, desde o início da guerra de Gaza em outubro passado, recusaram-se a responder às perguntas da Reuters sobre as detonações.
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O número de mortos aumentou de oito para nove na noite desta terça-feira, enquanto o de feridos permaneceu em 2.750, segundo o Ministério da Saúde do Líbano.
O Hezbollah confirmou em um comunicado a morte de pelo menos três pessoas, incluindo dois de seus militantes. A terceira pessoa morta foi uma menina, disse o comunicado, acrescentando que uma investigação estava sendo conduzida para definir a causa das explosões.
O chefe do Hezbollah, Sayyed Hassan Nasrallah, não ficou ferido nas explosões, disse o grupo.
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Uma autoridade do Hezbollah, falando sob condição de anonimato, disse que a detonação dos pagers foi a “maior falha de segurança” que o grupo sofreu em quase um ano de conflito com Israel.
Os combatentes do Hezbollah têm usado pagers como um meio de baixa tecnologia para tentar evitar que os israelenses rastreiem a sua localização, disseram à Reuters duas fontes familiarizadas com as operações do grupo. Um pager é um dispositivo de telecomunicações sem fio que recebe e exibe mensagens.
O New York Times noticiou que Israel escondeu material explosivo nos pagers Gold Apollo fabricados em Taiwan antes de serem importados para o Líbano, citando autoridades norte-americanas e outras autoridades informadas sobre a operação. O material foi implantado junto à bateria com um interruptor que podia ser acionado remotamente para detonar.
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O grupo militante palestino Hamas, que trava uma guerra com Israel em Gaza, afirmou que as explosões dos pagers constituíam uma “escalada” que só levaria Israel ao “fracasso e à derrota”.
A coordenadora especial da ONU para o Líbano, Jeanine Hennis-Plasschaert, lamentou o ataque num comunicado e disse que isso “marcou uma escalada extremamente preocupante” no conflito.
Sem comentar diretamente as explosões no Líbano, um porta-voz militar israelense disse que o chefe do Estado-Maior, major-general Herzi Halevi, tinha se reunido com oficiais superiores nesta terça-feira para avaliar a situação. Não foi anunciada qualquer alteração de política, mas “a vigilância deve continuar a ser mantida”, afirmou.
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A onda de explosões durou cerca de uma hora após as detonações iniciais, que ocorreram por volta das 15h45 no horário local. Não estava imediatamente claro como os dispositivos foram detonados.
O Ministério das Relações Exteriores do Líbano descreveu as explosões como uma “perigosa e deliberada escalada israelense” que, segundo o órgão, foi “acompanhada por ameaças israelenses de expandir a guerra para o todo o Líbano”.
As forças de segurança libanesas disseram que vários dispositivos de comunicação sem fio foram detonados em todo o Líbano, especialmente nos subúrbios ao sul de Beirute, um reduto do Hezbollah.
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Os pagers detonados eram o modelo mais recente trazido pelo Hezbollah nos últimos meses, disseram três fontes de segurança.
Muitos dos feridos eram combatentes do Hezbollah, filhos de importantes autoridades do grupo armado, disseram duas fontes de segurança à Reuters.
Um dos combatentes mortos era filho de um membro do Hezbollah no Parlamento libanês, Ali Ammar, disseram as fontes.
“Não se trata de uma ação de segurança contra uma, duas ou três pessoas. Trata-se de um ataque a uma nação inteira”, afirmou Hussein Khalil, importante autoridade do Hezbollah, ao apresentar as suas condolências pelo filho de Ammar.
O embaixador do Irã no Líbano, Mojtaba Amani, sofreu um “ferimento superficial” na explosão de um pager e está atualmente em observação num hospital, informou a agência de notícias semioficial iraniana Fars.
Após as explosões desta terça-feira, um jornalista da Reuters viu ambulâncias em alta velocidade pelos subúrbios do sul da capital Beirute, um reduto do Hezbollah, em meio a um pânico generalizado. Uma fonte de segurança disse que também estavam explodindo artefatos no sul do Líbano.
No hospital Monte Líbano, um repórter da Reuters viu motocicletas chegando na emergência, onde pessoas com as mãos ensanguentadas gritavam de dor.
O diretor do hospital público de Nabatieh, no sul do país, Hassan Wazni, disse à Reuters que cerca de 40 pessoas feridas estavam sendo tratadas nas suas instalações. Os ferimentos incluíam lesões no rosto, olhos e membros.
Grupos de pessoas se formavam à entrada dos edifícios para ver como estavam pessoas que conheciam e que poderiam ter sido feridas, disse um jornalista da Reuters.
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