Hapvida reforça foco em verticalizar sem subir alavancagem; analistas reiteram compra

Companhia fez acordo com Riza para construção de 2 hospitais no valor de R$ 600 milhões

Felipe Moreira

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A Hapvida (HAPV3) informou nesta segunda-feira que celebrou memorando de entendimentos com a gestora de recursos Riza para o custeio de dois novos hospitais nas cidades de São Paulo e Rio de Janeiro na modalidade “build to suit”, isto é, feito sob medida para as necessidades do locatário.

O Goldman Sachs vê o anúncio como um levemente positivo para a empresa, pois reconhece que a estrutura do acordo traz um aumento de aproximadamente R$ 600 milhões para a expectativa de geração de fluxo de caixa de curto prazo.

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Segundo cálculos do banco, o modelo atual assume uma redução da dívida líquida de R$ 2,0 e 2,2 bilhões em 2024/2025, que considerava a companhia desembolsando todo o valor de R$ 600 a 650 milhões em capex relacionado a esses dois hospitais, em vez do acordo BTS com a Riza.

Do ponto de vista de avaliação, a taxa de capitalização implícita para o acordo BTS de 9,5% em termos reais implica uma criação modesta de valor presente líquido (VPL) para a HAPV3, pois é 2 pontos percentuais (pp) inferior à suposição de custo de capital próprio para a empresa.

Além disso, o banco disse gostar da estratégia da empresa de acelerar outros projetos visando aumentar sua taxa de verticalização com essa folga adicional no balanço, o que deve ser crucial para a empresa crescer nessas regiões após alcançar uma recuperação em termos de lucratividade, desencadeando uma potencial reavaliação do nome.

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O Goldman Sachs reitera recomendação de compra e preço-alvo de R$ 5,70.

O JPMorgan comenta que o anúncio não é uma surpresa para o mercado. Ainda assim, acredita que deve ser bem recebido, pois os termos estão alinhados com as recentes transações imobiliárias da empresa, oferecem janelas potenciais de saída se os termos se tornarem desfavoráveis ao longo do tempo, e enfatizam que os projetos estão avançando, provavelmente posicionando melhor a empresa nos dois maiores mercados de saúde privada do Brasil.

Segundo o JPMorgan, os termos do BTS estão em linha com os recentes acordos de venda e arrendamento e a Hapvida terá uma opção de compra em determinados períodos e sob termos pré-acordados (não divulgados).

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Já a XP Investimentos avalia que o anúncio é positivo, pois confirma a intenção da empresa de expandir sua rede em São Paulo e no Rio, o que considera crucial para promover crescimento adicional, bem como para reduzir a sinistralidade nessas cidades – os maiores mercados de planos de saúde no Brasil.

O Itaú BBA disse apreciar o sinal de um foco maior na verticalização das operações no Sudeste sem impactar o processo de desalavancagem no curto prazo. O banco mantém classificação de compra e preço-alvo de R$ 6,50.

O BTG Pactual avalia que, ao optar por essa estratégia asset light, a Hapvida deverá preservar mais investimentos para aplicar em outros projetos de verticalização, permitindo-lhe registrar um yield razoável de geração de caixa de aproximadamente 5% este ano. Com forte momento de lucros, um ambiente competitivo menos agressivo, tendências de sinistralidade em melhoria (com potencial para gerar novas revisões positivas) e um valuation atraente, com a Hapvida sendo a Top Pick do banco.