Hapvida (HAPV3): mercado prevê melhora da sinistralidade no 3º trimestre, mas base de beneficiários deve encolher

Maioria das casas de análise tem recomendação de compra para a ação do setor de saúde

Mitchel Diniz

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Relatórios recentes mostram analistas e investidores mais otimistas com Hapvida (HAPV3), a maior operadora de planos de saúde do Brasil. A companhia divulgará em breve seus resultados referentes ao terceiro trimestre de 2023 e o mercado espera por uma melhora em indicadores que chegaram a níveis considerados problemáticos, como o índice de sinistralidade, atualmente entre 72% e 73%.

“O principal debate ao redor do case da Hapvida está na sustentação de seu ritmo de crescimento, uma vez que a companhia conseguir atingir o desejado índice de sinistralidade de 68%, com o qual estamos confortáveis”, afirmam os analistas Joseph Giordano e Estela Strano.

Eles explicam que o potencial de crescimento do lucro por ação da companhia vem da normalização da sinistralidade, assim como de sinergias das fusões e o processo de desalavancagem. Assim, a Hapvida teria condições de voltar a lucrar em 2025.

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Contudo, a equipe de análise do JP Morgan acredita que a base de beneficiários da companhia deve continuar encolhendo na segunda metade de 2023, assim como no primeiro semestre de 2024. Afinal, a Hapvida tem feito um intenso trabalho para recuperar rentabilidade, elevando os preços dos planos e excluindo contratos que não estão em linha com os índices de sinistralidade desejáveis.

Entre junho e agosto, a companhia elevou os preços em 12,2%, dando continuidade aos ajustes de dois dígitos iniciados no último mês de maio.

“Vemos a base de beneficiários encolhendo 4% ano a ano em 2023 e 2% em 2024”, diz a análise do banco. Um crescimento gradual deve ser observado a partir de 2025.

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O JP Morgan acredita que a tendência positiva para a sinistralidade da companhia ainda não foi precificada na ação. Porém, reduziu o preço-alvo do papel para o final do ano que vem, de R$ 6 para R$ 5,50, devido ao maior custo de equity. A recomendação segue overweight, equivalente à compra.

“O crescimento das receitas deve permanecer tímido. Porém, melhorias de sinistralidade e sinergias devem impulsionar os lucros nos próximos três anos”, afirmam os analistas.

A equipe do Itaú BBA também está mais confiante em uma melhor substancial da sinistralidade de Hapvida no terceiro trimestre de 2023.

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“Esta confiança decorre da abordagem da empresa em elevar preços e a ausência de grandes custos médicos imprevistos”, afirmam os analistas da casa.

O BBA conduziu uma enquete com investidores de HAPV3 e 55% dos entrevistados afirmaram esperar por uma redução de 50 a 100 pontos-base na sinistralidade da companhia no trimestre encerrado em setembro.

“Acreditamos que esta revisão de curto prazo poderá reforçar a confiança do mercado na esperada normalização da rentabilidade até o segundo semestre de 2024”, diz relatório do BBA.

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Por outro, 58% dos participantes da enquete acreditam que a Hapvida tenha perdido entre 100 mil e 150 mil beneficiários no terceiro trimestre, levando em conta dados recentes da Agência Nacional de Saúde (ANS). “Anteriormente, esperávamos por uma melhora gradual até o final do ano”.

Em encontros recentes com investidores da América do Norte e Europa, o BBA percebeu um sentimento de cautela: eles ainda esperam por mais sinais de recuperação antes de embarcar na companhia. Os múltiplos da companhia são vistos como atraentes, nos preços atuais, mas há preocupação, justamente, com as perspectivas de crescimento de base de usuários no Sudeste e no Sul do país.

Além disso, os estrangeiros também estão alertas em relação a eventuais entraves no processo de integração com as operações da NotreDame Intermédica.

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O BBA tem recomendação outperform, equivalente à compra, para a ação e preço-alvo de R$ 7 para o final do ano que vem.

Apesar de reconhecer que os ajustes de preços dos planos sejam positivos para a Hapvida, o Bradesco BBI, que também espera por uma melhora na sinistralidade da empresa, foi outra casa que destacou a perda de clientes esperada para o segundo semestre de 2023.

A casa tem recomendação outperform e preço-alvo de R$ 6 para HAPV3.

Mitchel Diniz

Repórter de Mercados