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A Hapvida (HAPV3) reportou resultados fracos no terceiro trimestre de 2024 (3T24), refletindo maiores provisões para contingências devido à alta judicialização do setor.
As ações têm volatilidade pós-resultado: abriram em forte queda, amenizaram durante a teleconferência e voltaram a cair durante a tarde. Com isso, na sessão desta quarta-feira (13), os papéis HAPV3 caíram 6,34%, a R$ 3,10.
Durante a teleconferência, os executivos da empresa disseram que irá elevar os preços para absorver os impactos da “judicialização”.
A operadora de planos de saúde reclamou nesta quarta-feira do que chamou de “aumento expressivo” na busca de clientes do setor por proteção da Justiça e afirmou que vai elevar valores em todas as tabelas de preços para absorver os impactos.
A XP Investimentos avalia que os resultados ficaram abaixo das estimativas, especialmente devido às provisões para contingências. As despesas-caixa em relação à receita aumentaram 1,5 ponto percentual (p.p.) na base anual, para 18,2% (+2,3 p.p. na base trimestral), uma vez que as provisões para contingências triplicaram no ano e dobraram em relação ao trimestre anterior, para R$ 307 milhões.
A Hapvida destaca que R$ 80 milhões do valor provisionado (1,1% da receita) refere-se a períodos anteriores. Adicionalmente, a XP ressalta que os depósitos judiciais aumentaram R$ 210 milhões no trimestre, cobrindo 188% do total das contingências – o que enxerga como um sinal de que as provisões podem aumentar ainda mais ou que os depósitos judiciais devem começar a se reduzir.
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Por outro lado, segundo a XP, a receita líquida aumentou 6,6% na base anual, graças ao aumento do ticket, uma vez que a empresa continua promovendo a otimização do portfólio de planos de saúde.
O JPMorgan, por sua vez, explica que o desempenho abaixo do esperado foi impulsionado por uma melhora menor na taxa de sinistralidade (MLR), além das provisões para contingências mais altas do que o previsto, que totalizaram R$ 276 milhões no 3º trimestre, contra R$ 130 milhões no 2T24.
Além disso, conforme JPMorgan, a empresa forneceu mais detalhes sobre a questão, sugerindo que as provisões adicionais não devem ser materiais daqui em diante.
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O JPMorgan manteve recomendação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 7.
A Hapvida reportou resultados abaixo das expectativas da Ativa Investimentos, com destaques negativos no lucro, apesar do crescimento da base de beneficiários e do reajuste do ticket médio estarem em linha com as projeções.
Nos custos assistenciais, a sinistralidade caixa ficou estável em relação ao trimestre anterior, mas, juntamente com o aumento das Provisões para Eventos Ocorridos e Não Avisados (PEONA), resultou em uma margem bruta levemente inferior às estimativas da corretora.
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Para Ativa Investimentos, o principal fator negativo foi o aumento de R$ 151,7 milhões no provisionamento para ações judiciais cíveis, um reflexo do aumento da judicialização no setor, especialmente com a empresa. “A confirmação de uma necessidade maior de provisões é preocupante e gera incertezas sobre os resultados futuros, o que limita a expansão da margem Ebitda e justifica a recente queda no preço das ações”, completa.
Já o Bradesco BBI avalia que as provisões recorrentes vieram maiores do que o esperado, mas foram mais do que compensadas por menores despesas de venda, enquanto a receita e a sinistralidade ficaram em linha com o esperado.
Em geral, o BBI manteve recomendação de compra para HAPV3 negociando a 10,7 vezes e 8,8 vezes o múltiplo Preço/Lucro esperado para 2025 e 2026, respectivamente.
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O Goldman Sachs destaca que a Hapvida reportou um aumento de R$ 133 milhões nos depósitos judiciais civis no 3T24, praticamente estável em relação ao nível registrado no 2T24 (R$ 138 milhões), o que interpreta como melhor do que o esperado, pois em suas interações anteriores com investidores sugeriam que o mercado se preparava para uma aceleração nesse valor, como tem ocorrido desde o 1T23. No entanto, o banco observou que foram registradas provisões civis de R$ 205 milhões, dos quais R$ 80 milhões se referem ao impacto retroativo de provisões menores em períodos anteriores, segundo a empresa.