Hapvida (HAPV3): investigação do MP por não cumprir liminares gera ruídos, diz Citi; ação cai quase 7%

Segundo analistas do banco, ainda é cedo para dizer sobre efeitos, mas volatilidade para papéis pode aumentar

Equipe InfoMoney

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As ações da Hapvida (HAPV3) engataram a terceira sessão de queda seguida, após tocar uma máxima intradia desde meados de dezembro no último dia 15. O ativo HAPV3 fechou em baixa de 6,98%, a R$ 4,00, em um dia também negativo para o Ibovespa.

No radar do mercado, uma reportagem publicada pelo Estadão destacou que o grupo de saúde é acusado de descumprir sistematicamente decisões judiciais favoráveis aos seus beneficiários, com o Ministério Público de São Paulo iniciando uma investigação sobre o caso.

Em resposta, a Hapvida reiterou seu compromisso com os padrões mais altos de saúde e segurança. padrões, alegando que tem cumprido integralmente as decisões judiciais.

Na visão do Citi, ainda é muito cedo para avaliar se a investigação poderia ter algum impacto material nas operações da empresa ou apenas fazer parte das atividades “business as usual”, que foram marcadas pela crescente judicialização em toda a cadeia de saúde brasileira nos últimos anos.

“Dito isto, a investigação não é um bom presságio, gerando ruído, o que pode gerar alguma volatilidade nas ações”, avaliam os analistas do banco. Com base nas demonstrações financeiras do HAPV3, o Citi identificou R$ 487 milhões em provisões associadas a perdas de natureza civil (“prováveis”) relacionadas e R$ 1,8 bilhão consideradas como perdas “possíveis” (que não requerem provisionamento). O Citi tem recomendação de compra para as ações, com preço-alvo de R$ 6.

Na véspera as ações também tiveram baixa, de 3,37%. Cabe destacar que a Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovaram a transferência do controle da Amil para José Seripieri Filho (também conhecido como Júnior), que anunciou a aquisição em dezembro de 2023, o que poderia ter efeito para a Hapvida por conta de um possível fortalecimento da concorrência.

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Segundo o Itaú BBA, embora a aprovação tenha sido mais rápida do que inicialmente previsto, a sua opinião sobre o acordo permanece inalterada.

“Acreditamos que no curto prazo o novo proprietário deverá focar em esforços para recuperar a rentabilidade da empresa, o que poderá resultar em um comportamento menos competitivo neste período. Porém, no longo prazo, acreditamos que a vasta expertise de Júnior poderá ajudar a empresa a se tornar um concorrente mais sustentável da Hapvida no Sudeste, graças ao forte reconhecimento de marca que a empresa ainda mantém”, avalia.