Publicidade
Foco em melhoria nas margens e na geração de fluxo de caixa serão ponto comum entre empresas de saúde em 2024, de acordo com o Goldman Sachs. O Morgan Stanley reforça expectativas de expansão dos ganhos, em recuperação após a influência negativa da pandemia.
As equipes de análise dos dois bancos estrangeiros revisaram sua cobertura para o setor, com destaque entre as “top picks” para Hapvida (HAPV3) para ambas, com preferência também para Oncoclínicas (ONCO3) pelo Goldman Sachs e Rede D’Or (RDOR3) para o Morgan.
A Hapvida é considerada com uma das relações de “risco-recompensa mais convincentes do setor”, de acordo com o Goldman Sachs, com preço sobre lucro ajustado de 16 vezes para 2024 e 11 vezes para 2025. Como riscos, o banco considera a maior concorrência no Sudeste e impacto da lei dos salários de enfermagem nas margens. Ainda assim, a visão é que o foco deve ser nos fundamentos de longo prazo.
O Morgan Stanley apresenta a mesma visão, destacando que o papel parece ter significativo potencial de alta. A perspectiva apoia-se tanto na análise de fluxo de caixa descontado (DCF) quanto por uma avaliação comparativa de seus índices PEG (indicador financeiro que relaciona preço, lucro e crescimento da empresa), considerando a expansão esperada dos ganhos até 2027. A Rede D’Or também é vista com o mesmo potencial, porém Hapvida destaca-se por combinar alinhamento estratégico e ambiente.
“Com sua capacidade atual disponível, juntamente com futuros projetos brownfield e greenfield, a empresa está pronta para aumentar a ocupação (e participação de mercado) apoiada por seu poder de barganha e reputação. Acreditamos que a Rede D’Or está se aproximando de um ponto de inflexão quando os desembolsos de capex diminuem, enquanto o fluxo de caixa operacional se fortalece, apesar das pressões de precificação no setor”, considera o Morgan sobre a Rede D’Or, que tem preço-alvo estabelecido em R$ 34,50.
O Itaú BBA analisou o papel em relatório recente, mantendo visão neutra e reduzindo o preço-alvo para R$ 34,00 dos R$ 37,00, com preferência para Hapvida e Oncoclínica.
Continua depois da publicidade
“Nossa cautela é fundamentada em: (1) a persistente dificuldade financeira dos planos de saúde; (2) a possível reação de alguns planos após a aquisição da Sulamérica (3) os movimentos do Bradesco Saúde que indicam um foco na redução da exposição à Rede D’Or; (4) o fato de que em algumas das regiões onde os projetos estão previstos, a relação entre leitos privados e beneficiários de planos de saúde já é elevada, o que pode sugerir uma possível sobrecapacidade”, afirma o BBA.
Entre as empresas recomendadas pelo Morgan como overweight (exposição acima da média, similar à compra), estão ambos os nomes junto com a Dasa (DASA3). As principais mudanças na cobertura foram a elevação de Fleury (FLRY3) para equal-weight (peso equivalente, similar à neutro), com alta de preço-alvo para R$ 19,00, e o rebaixamento de Odontoprev (ODPV3) para underweight (exposição abaixo da média, similar à venda), com preço-alvo reduzido de R$ 12,50 para R$ 10,50.
O banco estrangeiro também alterou o preço-alvo de Hypera (HYPE3) para R$ 40,50 dos R$ 47,20 anteriores e aumentou a meta de preço de R$ 29 para R$ 30,50 para RaiaDrogasil (RADL3).
Continua depois da publicidade
Dentre os provedores, o Goldman Sachs destaca a Rede D’Or (preço-alvo em R$ 35,00), que mesmo recomendado como neutro, tem potencial de se beneficiar de preços mais altos na América do Sul, bem como com maior diluição nos custos de material/medicamento no negócio hospitalar. No segmento, o banco estrangeiro destaca a Mater Dei (MATD3), com preço-alvo de R$ 11,00 como compra, assim como Oncoclínicas.
Ainda em destaque entre os planos, Qualicorp (QUAL3) e Odontoprev estão classificados como venda, com destaque para Hapvida como “top pick”. Por fim, entre os players do setor farmacêutico, a Hypera (HYPE3) é considerada com “compra”, com preço-alvo de R$ 48,00.
A Hapvida tinha alta de 1,58% nesta terça-feira, cotada a R$ 4,50 às 14h18 (horário de Brasília). Outros nomes do setor operavam em baixa, como Oncoclínicas, que perde 0,08%, a R$ 12,68, Fleury, caindo 0,57%, a R$ 17,54 e Rede D’OR, que caía 1,25%, a R$ 28,54.