“Há uma grande diferença entre socorro e assalto”, diz CEO da Azul sobre ajuda do governo

John Rodgerson e Alex Malfitani participaram de live do InfoMoney e falaram como negociaram com fornecedores para preservar o caixa da empresa

Anderson Figo

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SÃO PAULO — Mesmo com um prejuízo de R$ 2,9 bilhões no segundo trimestre deste ano, o balanço da Azul (AZUL4) agradou analistas de mercado que cobrem a companhia na Bolsa. Segundo o CEO John Rodgerson, a demora na aprovação de uma linha de crédito por parte do BNDES forçou a empresa a “fazer a lição de casa” e negociar com fornecedores.

A empresa conseguiu postergar o pagamento de dívidas com 98% dos arrendadores e recompôs seu caixa para R$ 3 bilhões. “O fato que o BNDES atrasou, apesar de agora estar aprovado [o empréstimo] e nós podemos decidir se vamos pegar esse capital ou não, foi bom para nós. Nós tivemos que fazer a lição de casa primeiro”, disse em live do InfoMoney.

“O dinheiro, se nós pegarmos, vai ser usado para a retomada. É bem diferente. Em vez de pegar o dinheiro emprestado para pagar fornecedores, podemos pegar o dinheiro para investir”, completou o executivo. Ele afirmou ainda que uma ajuda financeira do governo “é diferente de um assalto”, já que o governo estaria emprestando recursos e não dando para as companhias.

A live faz parte da série Por dentro dos resultados, em que CEOs e CFOs de empresas abertas comentam os resultados do ano e respondem dúvidas de quem estiver assistindo. Nos próximos dias, haverá lives com Eletrobras, Via Varejo, B3 e outras companhias (veja a agenda completa e como participar).

Alex Malfitani, CFO da Azul e que também participou da live, comentou sobre o bom desempenho da Azul Cargo, o braço de logística do grupo, no trimestre, e da surpresa positiva com a recém criada Azul Conecta (antiga Two Flex). “Se fossem empresas separadas, estariam indo super bem.” Ele também ressaltou o bom desempenho do Tudo Azul, o programa de fidelidade da companhia aérea.

Os executivos voltaram a afirmar que a demanda por voos da companhia aérea já tem mostrado uma retomada. Rodgerson espera que ela esteja em 60% do nível pré-pandemia em dezembro deste ano. Uma ajuda foi o acordo de codeshare firmado com a concorrente Latam para que ambas as empresas possam compartilhar voos e pontos nos programas de fidelidade.

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O CEO da Azul também ressaltou que o fato de a companhia trabalhar com diferentes tipos de aeronaves, desde as mais pequenas até as maiores, é uma vantagem competitiva no atual cenário: “dependendo da quantidade de lugares vendidos, podemos decidir se enviamos um avião maior ou menor.”

Eles falaram ainda sobre a política de pagamento de dividendos da companhia aérea. Assista à live completa acima.

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Anderson Figo

Editor de Minhas Finanças do InfoMoney, cobre temas como consumo, tecnologia, negócios e investimentos.