Publicidade
SÃO PAULO – O Brasil passa por uma “primavera liberal” por vários motivos. Contudo, é importante destacar que o “terraplanismo” e “charlatanismo” econômico não estão mortos e, sim, num momento de fraqueza, que deve ser utilizado como oportunidade para aumentar a liberdade econômica no Brasil.
Essa é a avaliação do ex-presidente do Banco Central e sócio-fundador da gestora Rio Bravo, Gustavo Franco, durante painel no Fórum da Liberdade na noite da última segunda-feira (8). O painel contou ainda com a participação do presidente da BRF, Pedro Parente, e com o secretário de Desestatização, Salim Mattar.
De acordo com FRanco, as ideias liberais estão mais populares por três razões: 1) ideias melhores que as outras mais à esquerda; 2) “imperativos práticos” que trouxeram essas ideias para o centro do debate; e 3) o fracasso das políticas de governo de Dilma Rousseff.
Com relação aos “imperativos práticos”, Gustavo Franco faz uma comparação entre o Brasil e a Ásia, apontando que a baixa formação bruta de capital fixo é uma das causas para o baixo crescimento nacional.
E não se espera que o governo brasileiro, que enfrenta um forte déficit em suas contas, consiga fazer aportes via investimentos públicos. Ou seja, é preciso do setor privado para o País voltar a crescer.
Além disso, aponta, há 12 milhões de desempregados e não vai ser o emprego público que reverterá essa condição, apesar de o funcionalismo público ser bastante inchado.
Continua depois da publicidade
O ex-BC destaca que há 30 milhões de pessoas com carteira assinada e 27 milhões de profissionais liberais, com atividades ligadas ao empreendedorismo, que empregam trabalhadores ou são a própria empresa.
“Muitos dos 30 milhões trabalham para os 27 milhões e esta é uma relação mais de solidariedade do que de antagonismo que a Justiça do Trabalho recorrentemente promove”, afirmou, sendo aplaudido pelos presentes no evento.
Já sobre a terceira causa da primavera liberal, Franco destaca que os debates que se seguiram ao fracasso da “nova matriz econômica” são um elemento de maior importância.
Continua depois da publicidade
“Hoje é possível olhar para o terraplanismo econômico e falar que isso é uma fraude, não tem a menor chance de dar certo. Agora temos a evidência empírica”, destacou, ao relembrar os efeitos da política econômica durante os anos de governo de Dilma Rousseff, marcados por controle de preços de combustíveis e intervenção estatal, entre outras medidas que acabaram gerando efeitos negativos para a atividade brasileira no futuro.
“O fracasso é micro por causa da Petrobras, ético por causa da corrupção e macro porque produziu dois anos de queda do PIB Brasileiro de 3,5%, uma baixa de 7% [no biênio]. Boa parte dos 12 milhões de desempregados vem dessa experiência mal sucedida, heterodoxa, de gestão econômica. Temos que aprender todas as lições”, afirmou o ex-presidente do BC, destacando, inclusive, que essa crise se espalhou para outros estados, como Minas Gerais.
Ao comentar sobre a Previdência, o economista destacou que ela é a primeira medida, mas há clareza de que não pode ser a única.
Continua depois da publicidade
“Não é também porque vai ter previdência que, no dia seguinte, vai amanhecer um caminhão de dinheiro. O simbolismo é grande, ela é bastante importante, mas é apenas o começo”, apontou.
Quer investir melhor o seu dinheiro? Clique aqui e abra a sua conta na XP Investimentos