Grupo SBF (SBFG3) ou Arezzo (ARZZ3): Qual está na frente na preferência de gestores?

No geral, perspectiva de melhora do cenário macroeconômico deve levar empresas a ter melhores faturamentos e rentabilidades

Vitor Azevedo

Conteúdo XP

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As companhias de varejo vêm sofrendo por conta do cenário de juros altos no Brasil. Apesar da recente queda das taxas, a Selic continua no nível de dois dígitos, pressionando as ações do setor, que dependem muito do crédito para ver as vendas melhorarem.

Mas o mau momento para as companhias também abre espaço para que investidores comprem as ações de forma descontada. No Super Clássicos da Bolsa 2024, programa da XP Investimentos, dessa quinta-feira (12), dois gestores defenderam suas visões para o Grupo SBF (SBFG3) e para a Arezzo (ARZZ3).

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Grupo SBF (SBFG3) ou Arezzo (ARZZ3)?

Bruno Rignel, gestor da Alpha Key Capital, começou falando do motivo que leva a sua equipe a investir na SBF, dona da Centauro e que possui a licença para vender produtos da Nike no Brasil. 

Segundo ele, a visão é que a companhia, conforme o cenário macroeconômico for melhorando, deve conseguir mostrar ao mercado os “verdadeiros impactos” da aquisição dos direitos da Nike.

Com a compra feita no final de 2020, a interpretação do gestor é que até agora a companhia não conseguiu explorar totalmente a marca por conta de todo o cenário macroeconômico. 

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“Na época da aquisição da Nike, os juros estavam baixos e o varejo ia bem. Nesse momento tinha muita tangibilidade em entender o que estava acontecendo no setor, para onde a Nike poderia ir e outras vertentes. Mas logo o cenário mudou e, desde então, o varejo vem decepcionando”, comenta Rignel. 

O que aconteceu, fora isso, é que, em um primeiro momento, o Grupo SBF cometeu um erro ao pedir muitos produtos da Nike tendo como base o cenário de juros baixo em meio à pandemia. Quando o ciclo de alta começou, Centauro e Nike ficaram com um estoque grande e as vendas indo mal.

“Houve uma animação excessiva no começo do casamento com a Nike, mas foi um problema temporário. Acreditamos na equipe. As pessoas que estão no comando da varejista hoje tiraram a empresa do buraco em 2014, em um cenário muito mais difícil. Eles fizeram todo um trabalho ao longo do ano passado e a competência está ficando evidente”, expõe. 

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Para a Alpha Key, quando o cenário macroeconômico começar a melhorar, e os juros caírem mais, a dona da Centauro deve se beneficiar, mostrar a sua capacidade plena e voltar a trazer o crescimento das suas novas vertentes.

A SBF, entre 2020 e 2021, tinha toda uma proposta de se tornar um hub digital, produzindo conteúdo (sendo dona do Canal Desimpedidos), desenvolvendo aplicativos para pacotes de sócio-torcedores e por ai vai. 

“De qualquer forma, achamos que o preço está subvalorizado mesmo sem levar a possibilidade de crescimento”, avalia Bruno. 

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Alta renda

Já Rafael Furlan, sócio na Norte Asset Management, defendeu a tese que leva a sua gestora a investir em Arezzo

A varejista está em um momento um pouco diferente, por ser mais focada em alta renda. Nos últimos anos, essas empresas não sofreram tanto como as demais, já que seu público-alvo não depende tanto de crédito para ir às compras. 

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“Foi uma empresa que cresceu muito mais do que o varejo como um todo, mesmo na comparação com as empresas de alta renda. As marcas core, com Schutz, Anacapri e Birman tiveram crescimento relevante e hoje têm um market share elevado”, menciona. 

Fora isso, o gestor lembra que a Arezzo fez alguns M&As (fusões e aquisições, na sigla em inglês) “muito interessantes”. No comando da Reserva, após uma compra também em 2020, por exemplo, a companhia tende a transformar uma marca que tinha um faturamento de R$ 300 milhões para uma que, no próximo ano, trará uma receita de R$ 2 bilhões.

Mesmo com o crescimento das marcas, no entanto, a visão da Norte é que há espaço para várias delas ir além. “Anacapri ainda tem share baixo. Reserva e Vans [que a Arezzo tem direito de negociação no Brasil] também devem crescer mais”, pontua.

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Por fim, há também toda a questão da fusão agora com o Grupo Soma, que tende a trazer “vertentes interessantes de crescimento”.

“A Farm tem o potencial de crescimento global. Foi muito bem aceita lá fora, se consolidando com características brasileiras. Já a Hering também tem um crescimento aquém do mercado há algum tempo. Na mão do novo management, tem condições de retomar o avanço”, conclui.

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