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O Itaú BBA ressaltou a ação do Grupo Mateus (GMAT3) como a sua preferida no segmento de atacarejo e varejo de alimentos após a companhia divulgar seu resultado do quarto trimestre na última semana, à frente de concorrentes como Assaí (ASAI3) e Carrefour (CRFB3), dono do Atacadão.
Em relatório divulgado nesta semana, o time do Itaú BBA, encabeçado por Thiago Macruz, defendeu que a rede de atacado e varejo, com atuação predominante nas regiões Norte e Nordeste, continua sendo a que está em uma melhor posição para alavancar o crescimento nos próximos anos. “O vento favorável de alavancagem operacional e a maturação de sua nova rota logística provavelmente sustentarão o sólido momento operacional à frente”, diz.
A companhia vem avançando em novos estados. No ano passado, por exemplo, ela estreou sua operação em Pernambuco, agora com oito lojas já operando no estado e agora em sete das nove capitais do Nordeste. Enquanto as aberturas devem impulsionar o faturamento, a maturação deve ajudar a melhora das margens.
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“Outro marco importante para a empresa foi a implementação de sua nova rota logística no trimestre (com lucratividade 140 pontos-base maior trimestre a trimestre), que apoia uma perspectiva mais sólida para a lucratividade em 2024. Para o futuro, esperamos que os investidores se concentrem na sustentabilidade das tendências de lucratividade e fluxo de caixa”, afirma o BBA após o resultado.
Na avaliação do banco, o Grupo Mateus acelerou seus ganhos de produtividade, mesmo em um cenário desafiador de deflação de alimentos, e alavancou sua posição de liderança no Nordeste. E, para 2024, vale lembrar que o cenário macro deve ser melhor para as empresas expostas ao atacarejo.
A preferência pelo Grupo Mateus vem já há algum tempo. Antes dos resultados do quarto trimestre, analistas já diziam que o grupo provavelmente traria o melhor resultado entre os pares, beneficiado, principalmente, pelo menor cenário competitivo nas regiões em que atua – enquanto o Sudeste, onde Assaí e Carrefour são mais presentes, já traz alguma saturação do modelo atacarejo.
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“Os players desaceleraram seu ritmo de expansão em 2023, mas permaneceram focados em expandir para o Sudeste”, afirma o banco. Os analistas mencionam que 50% das aberturas totais de lojas do Assaí foram concentradas no Sudeste, com o Rio de Janeiro (RJ) contribuindo com a maior parte do crescimento. Já o Carrefour teve 40% das suas novas lojas concentradas na região, todas no estado de São Paulo.
“O Grupo Mateus foi o único player listado a acelerar seu ritmo de abertura de lojas cash and carry em 2023, focado no Nordeste e liderado pelos estados de Pernambuco (PE), Ceará (CE) e Paraíba (PB) – que foram responsáveis por 82% do crescimento marginal total da empresa”, explica a equipe de análise.
O BBA enxerga, no futuro, fusões e aquisições (M&A, na sigla em inglês) impulsionando o crescimento dos grandes players brasileiros, principalmente dos que têm maior exposição às regiões Sudeste. As movimentações, no entanto, devem vir apenas depois de Assaí e Carrefour diminuírem suas alavancagens, ainda em patamares elevados devido aos recentes movimentos de expansão (o primeiro com a compra das unidades do Extra e o segundo do Grupo BIG).
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Com tudo isso, hoje, de acordo com dados da LSEG, as ações ordinárias Grupo Mateus tem sete recomendações de compra e duas neutras, com preço-alvo médio em R$ 9, upside de 11% frente ao fechamento de ontem.
O Bradesco BBI, que tem recomendação neutra, apesar de ver o resultado como positivo, cita a dinâmica de conversão de caixa. “A empresa aumentou as contas a pagar em 10 dias ano a ano, mas o forte impacto positivo foi parcialmente compensado por um aumento de 3 dias nos estoques e uma expansão de 4 dias nas contas a receber. Mantemos nossa classificação Neutra para o nome até termos uma melhor clareza sobre uma convergência mais rápida”, diz a equipe, liderada por Felipe Cassimiro.
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