Grupo Casas Bahia (VIIA3), antiga Via, fecha com queda de 18,9% após oferta de ações ficar abaixo das expectativas

Na abertura do pregão, o preço da ação chegou a cair 31,53%, valendo, na mínima, R$ 0,76

Felipe Moreira Bruna Furlani

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As ações do Grupo Casas Bahia (VIIA3), antiga Via, foram o destaque negativo do pregão desta quinta-feira (14) na Bolsa. O papel desabou, liderando com folga as perdas do Ibovespa, após a varejista captar um valor inferior ao esperado em sua oferta primária de ações (follow-on).

A expectativa inicial era de que a empresa pudesse levantar quase R$ 1 bilhão para se capitalizar. Entretanto, a precificação da oferta subsequente ficou em R$ 0,80 por papel, implicando em um desconto de 27,9% em relação à cotação de fechamento da véspera, de R$ 1,11. Com isso, a varejista captou somente R$ 622,9 milhões.

Dessa forma, o preço da ação chegou a cair 31,53% na abertura dos negócios, com os investidores adequando a cotação do follow-on, chegando a valer R$ 0,76. No entanto, reduziu as perdas ao longo do dia e após vários leilões, terminando com queda de 18,92%, com as ações cotadas a R$ 0,90.

Assim, a empresa passou a fazer companhia à Americanas (AMER3), entre as ações de varejistas consideradas penny stocks, ou seja, que valem na casa dos centavos. AMER3 fechou hoje cotada a R$ 0,86.

VIIA3: Oferta de ações

Do preço por ação na oferta, precificado na véspera, em R$ 0,80, a destinação é a seguinte:

Dessa forma, o capital social foi aumentado de R$ 5,138 bilhões, dividido em 1.598.431.289 ações ordinárias, para R$ 5,449 bilhões, dividido em 2.377.080.572 ações ordinárias.

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Além disso, o conselho aprovou a emissão de até 622.919.426 bônus de subscrição aos subscritores das ações, que foram ofertados e alocados aos subscritores à razão de quatro bônus de subscrição para cada cinco ações subscritas.

Caso a totalidade dos 622.919.426 bônus de subscrição seja emitida e exercida, o montante total captado pela companhia por meio da oferta será de R$ 1,121 bilhão.

Os recursos captados via oferta de ações serão direcionados para melhora da estrutura de capital, incluindo o investimento em FIDC do crediário.

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A oferta teve coordenação do UBS BB (coordenador líder), do Bradesco BBI, BTG Pactual, do Itaú BBA e do Banco Santander (Brasil).

Grupo Casas Bahia, ex-Via, enfrenta dificuldades

Segundo Fernando Ferrer, analista da Empiricus, a Via é uma empresa que passa por uma reestruturação e tem situação negativa de caixa após uma série de prejuízos em sequência.

Ferrer destaca que a reestruturação veio acompanhada do anúncio da oferta de ações, de R$ 1 bilhão, podendo chegar a até R$ 1,8 bilhão com os bônus de subscrição, o que acaba gerando uma diluição muito grande para os acionistas.

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A varejista, junto do seu resultado do segundo trimestre, anunciou o fechamento de até 100 lojas em novo plano de transformação, bem como outras iniciativas como descontinuação de categorias e lançamento de um FIDC do seu serviço de crediário.