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Após Rio de Janeiro, Espírito Santo e Rio Grande do Sul, foi a vez de Minas Gerais ter o primeiro caso detectado de gripe aviária no fim da última semana, doença que vem avançando pelo território brasileiro e acendendo o sinal amarelo para investidores interessados ou que têm aportes em frigoríficos.
De acordo com o Itaú BBA, os riscos de uma potencial paralisação das exportações brasileiras aumentaram na última semana, à medida que a doença se espalha. BRF (BRFS3) e JBS (JBSS3), neste possível cenário, seriam as mais impactadas.
“Embora acreditemos que seja muito cedo para dizer se as exportações de frango serão impactadas ou não, as notícias recentes sugerem que as chances desse risco de cauda estão aumentando”, fala a equipe de analistas, liderada por Gustavo Troyano. “Se a doença se espalhar para as fazendas de produção, as operações da BRF e da Seara enfrentariam um excesso de oferta no mercado interno com a paralisação parcial das exportações”.
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Eles mencionam que 25% da receita da BRF está atrelada às exportações de frango brasileiro, enquanto a JBS, dona da Seara, tem 6% do seu faturamento exposto.
Minimizando os efeitos
O possível follow on da BRF, com a Marfrig (MRFG3) e a SALIC se comprometendo a aportar R$ 4,5 bilhões na companhia, se sair do papel, pode deixar a empresa mais preparada para a tempestade.
“As possíveis desvantagens devem ser mitigadas se a empresa conseguir enfrentar a tempestade com um balanço mais confortável e maior posição de caixa. Desde o anúncio, nossas interações com investidores já mostraram uma redução na percepção de risco para a BRF de ventos contrários relacionados à gripe aviária”, explicaram.
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Já para a JBS, a diversificação da companhia, com sua presença em vários países, deve mitigar o nível do impacto – principalmente por conta da Pilgrim’s Pride.
Por enquanto, o BBA destaca que os casos de gripe aviária se concentram em estados com baixa relevância na produção e exportação de aves brasileira. Rio de Janeiro e Espírito Santo tiveram em 2022 apenas cerca de 0,2% das vendas para o exterior. Minas Gerais ficou com 7% e Rio Grande do Sul, o mais relevante 17%.
“Dito isso, em um cenário em que novos casos de gripe aviária atinjam as fazendas de produção, acreditamos que uma possível proibição de exportação de frango seria limitada a regiões geográficas menores. Nesse caso, o maior impacto deve se limitar aos estados do Paraná e Santa Catarina, que representam aproximadamente 60% do total das exportações brasileiras, mas onde nenhum caso de gripe aviária (mesmo em aves silvestres) foi relatado até o momento”, falaram.