Greve do Ibama próxima do fim: o que significa para Petrobras, PRIO e 3R?

Greve do instituto já dura meses e atrasou a obtenção de licenças pelas petroleiras

Camille Bocanegra

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Após meses de impasse, o Governo Federal e o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente (Ibama) teriam chegado a um acordo para retomada de operações de trabalho em ritmo normal. O acordo prevê o aumento de 23% nos salários dos funcionários do instituto. A greve já dura meses e, desde o começo do ano, tem atrasado operações de companhias como Petrobras (PETR3; PETR4), PRIO (PRIO3) e 3R Petroleum (RRRP3) pela falta de emissão de licenças.

A notícia foi considerada positiva por analistas, uma vez que inúmeros projetos de Exploração e Produção (E&P) de petroleiras brasileiras dependia das emissões. A visão do Goldman Sachs é de que a possibilidade deveria ser bem recebida por investidores, já que aumentaria a visibilidade sobre o cronograma de desenvolvimento de importantes iniciativas.

“No entanto, isso não deve necessariamente ser uma surpresa para os investidores. Durante a teleconferência de resultados realizada na última sexta-feira, a gestão da Petrobras já havia reconhecido o bom progresso nas negociações entre o governo e o Ibama” afirma o relatório do Goldman.

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O Bradesco BBI comenta que, para que a greve oficialmente termine, é necessário que o Conselho de Entidades da  Associação Nacional dos Serv.Carreira de Especialista em Meio Ambiente (Ascema) deve decidir pelo encerramento ou não.

Projetos impactados pela greve

A Petrobras pode ter avanços tanto para entrada em operação dos FPSOs (plataformas) Marechal Duque de Caxias e Maria Quitéria, quanto para a exploração da Margem Equatorial. O Goldman estima que, com base na participação da companhia, é possível que haja o aumento de cerca de 65 mil bpd (barris por dia) e 90 mil bpd na produção, após a aceleração.

A retomada das atividades deve acelerar o cronograma de projetos como a conexão do Wahoo, da PRIO. A iniciativa deve adicionar cerca de 40 mil barris de óleo equivalentes (boed). Além disso, a PRIO depende de licenças para manutenção de poços. As instalações teriam falhado nos últimos meses e levado a uma queda de 7 a 9 mil boed na produção média, de acordo com o Goldman.

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Já a 3R se beneficiaria da resolução da greve porque isso permitiria o avanço do acordo entre o governo e agências reguladoras, como a Agência Nacional do Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). A companhia precisaria de aprovação da agência para o início das operações no FPSO Atlanta.