Grau de investimento pode vir no governo atual com ajuste de gastos, diz Moody’s

A vice-presidente de risco soberano da agência de classificação considera possível que o país atinja o patamar com ajuste fiscal, em especial em gastos

Camille Bocanegra

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Após Brasil ficar a apenas um passo do grau de investimento, a vice-presidente para risco soberano da Moody’s, Samar Maziad, afirmou que há possibilidade de atingir o grau de investimento com ajuste fiscal nos gastos obrigatórios. Em entrevista à Folha, Samar disse que a classificação poderia ser atingida ainda no governo atual.

A agência de classificação de risco, Moody’s, melhorou a nota de crédito do Brasil de “Ba2” para “Ba1”, com perspectiva “positiva” para o país. Com a alteração, o país chegou mais perto do patamar que é considerado “seguro para investir”. Segundo a vice-presidente, o horizonte de perspectiva analisado para revisão de nota é de 12 a 18 meses. Assim, se houver manutenção de medidas de contenção de gastos, é possível que a perspectiva se mantenha positiva.

A virada poderia acontecer com a implementação de mais medidas estruturas para ajustar contas públicas. Esse ajuste deveria acontecer, especialmente, pelo lado de gastos, como despesas obrigatórias.

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Mesmo considerando que o arcabouço fiscal contribui para o atingimento de metas de resultado primário e dívida pública, são necessárias medidas adicionais (ao teto de gastos de 2016) para que mantenha efetividade. Com as alterações, é possível considerar que o Brasil teria mais credibilidade fiscal.

Por outro lado, a continuidade de crescimento econômico também é um fator considerado para atingir o grau de investimento. Para Samar, esse foi um dos principais pontos que sustentou a mudança da nota. A vice-presidente citou, ainda, reformas estruturais realizadas ao longo de diferentes governos que trouxeram a mudança para PIB brasileiro.

Por fim, Samar citou alguns pontos de otimismo com o Brasil, como a trajetória da dívida pública e metas fiscais. Em sua visão, o aumento de receita previsto para este e o próximo ano, somado aos cortes anunciados, são compatíveis com o orçamento apresentado e o alvo para o resultado primário. Na contramão do mercado, que estima piora no déficit, a vice-presidente entende que o governo deve entregar saldo primário semelhante ao deste ano.

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