GPA (PCAR3) traz sinais positivos de reestruturação em resultado do 4º tri, mas ações caem

Empresa trouxe melhor alta de vendas mesmas lojas do setor e avançou em lucratividade

Vitor Azevedo

Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)
Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)

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A reestruturação implementada pelo GPA (PCAR3), dono do Pão de Açúcar, em fevereiro de 2022 começou a ser notada – de forma positiva – pelos analistas. O resultado do quarto trimestre de 2023, publicado na noite dessa quarta-feira (22), apesar de ter sido considerado misto, trouxe uma redução do prejuízo líquido e um avanço considerável de margens. 

No entanto, as ações ordinárias do GPA caíram 6,79% na sessão de quinta-feira, a R$ 3,98.

A Genial Investimentos, com o tom mais positivo entre as casas, falou que o GPA está deixando de ser um “patinho feio para se tornar um cisne negro” e defendeu que o turnaround está tendo uma execução primorosa.  “Ajustes de sortimentos (com foco em perecíveis), diminuição da ruptura e redução de despesas. 2023 parece ter sido o ano em que a companhia virou a chave”, diz a equipe da casa de research em relatório. 

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Eles chamam a atenção para as margens acima das estimativas, destacando a rentabilidade operacional impulsionada por menor ruptura em gôndolas, melhores acordos comerciais e ganhos de eficiência logística. O Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) do GPA foi de R$ 404 milhões, alta 38,9% no ano. margem Ebitda ajustada do GPA foi de 7,7% 

A Genial menciona ainda que as vendas mesmas lojas (SSS, na sigla em inglês) tiveram a maior alta do setor, de 4,2%, impulsionadas, principalmente, pelo formato de proximidade do Minuto Pão de Açúcar. A receita líquida do GPA saltou 7,3% no ano, chegando a R$ 5,2 bilhões, com ajuda também das 61 unidades abertas em 2023.

“A comparação sequencial e anual do resultado financeiro é poluída, dado o reconhecimento de créditos fiscais e monetários reconhecidos no período (relativos à cessão Extra Hiper, Cnova e Éxito). Ainda assim, notamos uma expressiva descompressão”, diz a Genial, sendo que o GPA trouxe um prejuízo de R$ 303 milhões, contra prejuízo de R$ 1,1 bilhão um ano antes”, fala a Genial.

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Durante a teleconferência de resultados, realizada hoje, os executivos do grupo expuseram que o GPA deve continuar a colher benefícios da reestruturação, bem como com a aplicação de medidas de eficiência. Após, por exemplo, passar um pente fino na gestão de categorias no Pão de Açúcar, a intenção, neste ano é, por exemplo, também implementar uma melhor gestão no Minuto e nos Mercados Extra.

“Entramos em 2024 muito melhor posicionados em rentabilidade do que em 2023. Mantemos o guidance de entregar margem Ebitda de 8% a 9% em 2024 e boa parte da confiança vem do desempenho do começo do ano. Janeiro foi muito forte”, falou Marcelo Pimentel, diretor executivo (CEO).

Analistas ainda cautelosos com GPA

No entanto, mesmo a equipe mais otimista vê que ainda  há trabalho a ser feito na companhia, principalmente na parte de alavancagem – o que é corroborado por outras casas e justifica, em alguns casos, visões mais cautelosas. 

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“A recuperação dos números operacionais sinaliza uma luz no fim do túnel, porém, até que tenhamos certeza sobre a recuperação sustentável da margem Ebitda e normalização de outras linhas, como capex, capital de giro e resultados financeiros líquidos, mantemos nossa visão cautelosa”, diz o time do Bradesco BBI, encabeçado por Felipe Cassimiro. “O GPA reportou resultados mistos no quarto trimestre, com desempenho de vendas em linha e melhoria na rentabilidade, enquanto o prejuízo permanece pressionado pela alta alavancagem e pelas contingências relacionadas ao Hiper”, fala a XP, com equipe encabeçada por Danniela Eiger. 

O esperado é que o GPA, porém, continue diminuindo seu endividamento, devido principalmente à venda da venda da participação remanescente de 13,3% no Éxito, de R$790 milhões já recebidos em janeiro de 2024. Mas há temores de gastos em meio à reestruturação.

Ainda sobre desinvestimentos, a companhia fechou 11 lojas no quarto trimestre, sendo sete supermercados. A base de pontos de venda da empresa encerrou dezembro com 767 lojas, das quais 194 são supermercados Pão de Açúcar.

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Questionado sobre os fechamentos, o Pimentel, afirmou que, das 11 lojas encerradas, “três ou quatro” foram em caráter temporário para serem incorporadas em projetos residenciais. As restantes foram fechadas por questões de performance menor que a esperada pela empresa, mesmo após investimentos e reformas.