GPA (PCAR3): apesar de valor abaixo do esperado, analistas consideram positiva venda de fatia na Cnova para Casino

Apesar de considerada positiva, a operação tem pouco impacto no processo de desalavancagem da companhia, de acordo com analistas

Camille Bocanegra

Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)
Alimentos em supermercado (Foto: Divulgação/Pão de Açúcar)

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O Grupo Pão de Açúcar (PCAR3) anunciou na manhã desta sexta-feira a venda da participação de 34% na CNova para o Casino. O movimento conclui a negociação iniciada em setembro e garante pagamento de R$ 53,5 milhões para o Pão de Açúcar por seu grupo controlador.

As ações da companhia seguem em queda de 3,09%, cotadas a R$ 3,46, às 14h50 (horário de Brasília) desta segunda-feira (27).

O acerto será realizado em duas parcelas, com pagamento de R$ 42,8 milhões no fechamento e mais R$ 10,7 milhões até 30 de junho de 2024. Há, ainda, a previsão de uma parcela variável, que poderá ser paga se uma transação subsequente resultar em uma valoração mais alta do ativo, denominada “equalization payment”.

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“Vemos a conclusão da venda como positiva para o processo de desalavancagem, mas o valor fica abaixo da estimativa de cerca de R$ 140 milhões, especialmente considerando que entendemos que a CBD (Grupo Pão de Açúcar) tinha algum poder de barganha nesta negociação. Além disso, o valor da venda representa apenas aproximadamente 2% da dívida líquida consolidada até o 3T23”, entende o JPMorgan.

A alta alavancagem ainda presente na companhia, que é de cerca de 3 vezes até o fim de 2024, ainda pressiona os ganhos e a geração de fluxo de caixa, de acordo com a análise. Assim, mesmo que os ativos restantes no plano de desinvestimento forem alienados, o impacto na alavancagem ainda seria insuficiente e levaria para cerca de 2,3x.

O banco considera que, nesse contexto, há possibilidade de um aumento de capital e expectativas de que melhorias operacionais ou, até mesmo, mais vendas de ativos para auxiliar no processo de desalavancagem da companhia. O banco segue classificando o nome como neutro, com ações negociadas a 4,8 vezes o valor da companhia (EV, na sigla em inglês) sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) para 2024. A projeção para 2025 é de papéis negociados a 4,6 vezes a relação EV/EBITDA.

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Em relação ao “equalization payment”, a operação apresenta possibilidade de pagamento de 100% da diferença de venda caso a Cnova seja vendida até 12 meses após a operação entre o Pão de Açúcar e o Casino, 5% se realizada entre o 13º e o 15º mês, e 50% se realizada entre o 16º e o 18º mês.

O JPMorgan tem recomendação neutra para os papéis da companhia.

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