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Após o leilão de terminais portuários, realizado na última quarta-feira (21) na sede da B3, em São Paulo, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), declarou que o governo pretende propor um novo leilão para a concessão de um novo terminal de contêineres no Porto de Santos (STS10). Essa fala acabou gerando efeito em uma ação da Bolsa, a Santos Brasil (STBP3), que fechou em baixa de 8,88% (R$ 12,62) nesta quinta-feira (22).
De acordo com Costa Filho, o governo já decidiu não prorrogar o contrato do Ecoporto com a Ecorodovias (ECOR3) e deixará a concessão vencer em dezembro. Depois disso, o Ministro espera retomar as discussões sobre a construção do terminal STS10 na região do Saboó (atualmente sob concessão do Ecoporto).
A notícia segue na mesma linha de recentes notícias de que o Tribunal de Contas da União (TCU) solicitou ao Ministério de Portos e Aeroportos e à Autoridade Portuária de Santos (APS) que retome a licitação do STS-10 em até 30 dias. Isso ocorreu após uma auditoria sobre o processo licitatório.
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O despacho do TCU exige a retomada imediata, a menos que haja uma justificativa
fundamentada que comprove a viabilidade de outras soluções para a falta de
capacidade de contêineres no porto. A proposta de retomada do terminal recebeu o
apoio de diversas entidades relacionadas a proprietários de cargas conteinerizadas,
bem como de armadores.
O problema da falta de espaço para a movimentação no porto de Santos tem gerado
reclamações em diversos setores, como os de exportação de café e de algodão.
Empresas de navegação classificam a situação como estrutural, apontando atrasos
nos investimentos para ampliar a capacidade do porto, o que tem elevado os custos
logísticos em todo o país.
A demanda por movimentação de contêineres em Santos tem mostrado um
crescimento expressivo neste ano. Com alta demanda e taxas de ocupação elevadas
nos terminais, inclusive com o acidente no terminal da BTP, que reduziu
temporariamente sua capacidade até o mês passado, a discussão sobre o STS-10 tem
se tornado mais acalorada.
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A Levante Investimentos reconhece que a questão é complexa, com diferentes visões e argumentos de vários atores envolvidos, cada um com interesses que podem ser distintos.
Não é por acaso que, diante da demanda superior às expectativas e com o objetivo de
atender ao crescimento previsto, a Santos Brasil anunciou recentemente a antecipação
de investimentos na expansão da capacidade do Tecon Santos para 3 milhões de TEUs
(unidade equivalente a um contêiner de 20 pés) até 2026, em vez de 2031, aumentando
a capacidade atual de 2,4 milhões de TEUs.
Diante desse cenário, a Levante ressalta que a chegada de um novo terminal pode reduzir as taxas de ocupação dos terminais existentes e, consequentemente, impactar seus preços, o que poderia prejudicar os resultados da Santos Brasil.
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“Embora as indicações do governo e do TCU sobre a continuidade do projeto possam
parecer um sinal negativo para a Santos Brasil, elas não garantem que a licitação
ocorrerá conforme previsto”, pontua a Levante.
Por outro lado, mesmo no cenário mais desfavorável para a Santos Brasil, com uma
possível licitação em 2025, a mudança na ocupação dos terminais não seria imediata.
Isso se deve ao extenso trâmite burocrático necessário antes do início da construção,
que também levaria tempo para ser concluída e totalmente operacionalizada. Assim, a
alta ocupação e os preços elevados devem persistir no curto prazo, permitindo que a
empresa mantenha uma posição favorável para negociar com armadores durante o
ciclo que se inicia em 2025 e se estende pelos próximos dois anos.
Em suma, a equipe de analistas da Levante não antecipa impactos significativos na dinâmica dos resultados no curto e médio prazo e, embora uma nova licitação represente um risco regulatório que deve ser monitorado, a realização desse processo enfrenta uma série de discussões complexas.
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Enquanto isso, apesar de não estar claro quanta capacidade o projeto STS10 pode adicionar ao Porto de Santos, o Bradesco BBI avalia a notícia como negativa para a Santos Brasil.
No entanto, esse leilão, juntamente com o projeto da Evolve potencialmente indo adiante, pode causar um choque de capacidade no Porto de Santos e minar o poder de precificação da Santos Brasil com as linhas de transporte.
Segundo levantamento recente do BBI, a maioria dos investidores esperava pouca capacidade adicional, e os anúncios de nova capacidade levariam a uma reação negativa do mercado para a companhia (o que aconteceu).
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O Itaú BBA também tem uma visão negativa do anúncio, uma vez que provavelmente aumentará a percepção de risco dos investidores em relação à Santos Brasil, tendo em vista que o novo terminal pode deteriorar o equilíbrio entre demanda e capacidade no Porto de Santos, especialmente se uma empresa de navegação como a MSC ou a Maersk vencer a licitação.
Com base nisso, analistas do BBA acreditam que a Santos Brasil pode usar esta oportunidade para se tornar mais agressiva em seus reajustes tarifários em 2025, e destacam que a redução de capital anunciada de R$ 1,6 bilhão (13% do valor de mercado) a ser paga no início de outubro fornece uma proteção de avaliação para as ações.
Embora reconheça que pode haver maior volatilidade no curto prazo, o Itaú BBA mantém classificação equivalente à compra e preço-alvo de R$ 18, com base uma taxa interna de retorno (TIR) de 26% em um investimento de 3 anos e um Valor da Firma (EV)/Ebitda de 7 vezes.
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