Governo não prevê mais privatizar Eletrobras em 2018, Itaú BBA corta preço-alvo de bancos e mais 10 notícias

Confira os destaques do noticiário corporativo desta terça-feira (19)

Lara Rizério

Usina Eólica Volta do Rio - Ceará

  *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará.
Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).
Usina Eólica Volta do Rio - Ceará *** Local Caption *** Vista dos aerogeradores durante a visita técnica à usina Eólica Volta do Rio no Ceará. Usina eólica conectada a SE SOBRAL III, Chesf. A usina pertence ao grupo Energimp S/A, controlado pela IMPSA WIND (Industrias Metalúrgicas Pescarmona S.A.).

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SÃO PAULO – A terça-feira promete ser negativa para o mercado em meio à deflagração da guerra comercial entre EUA e China. No noticiário corporativo, atenção para as notícias sobre estatais, com o governo não trabalha mais com a hipótese de privatização da Eletrobras, segundo informa o jornal O Globo, além de um noticiário extenso sobre Petrobras. Confira os destaques do mercado nesta terça-feira (19):

Eletrobras (ELET6)

Segundo informa o jornal O Globo, o governo já não trabalha mais com a possibilidade de privatizar a Eletrobras este ano – mas quer dar um “consolo” aos que esperavam pela desestatização da companhia ainda em 2018.

Para criar uma agenda positiva e ajudar a “limpar” o balanço da elétrica, o Executivo quer acelerar a venda das distribuidoras da estatal que operam no Norte e Nordeste. Segundo integrantes da área econômica, o importante agora é dar condições para que a Eletrobras tenha fôlego para aguentar o atraso no processo de privatização.

Um passo importante para isso, disseram as fontes ao jornal, será a aprovação pela Câmara do projeto de lei que facilita a privatização das distribuidoras. Já existe um requerimento de urgência para a votação do texto, que deve ser apreciado pelos deputados esta semana. Isso abre caminho para que o projeto da privatização das empresas tenha a votação concluída mais rapidamente.

Bradesco (BBDC4)

A diretoria do Bradesco propôs ao Conselho de Administração o pagamento de juros sobre o capital próprio intermediários relativos ao primeiro semestre de 2018, totalizando R$ 1,212 bilhão. A proposta, que será deliberada no dia 29 de junho, determina o pagamento de R$ R$0,172465322 por ação ordinária e R$ 0,189711854 por ação preferencial.

Terão direito ao benefício os detentores de ações da empresa no dia 29 de junho, com os papéis passando a ser negociados ex-juros sobre capital próprio a partir do dia 2 de julho. O pagamento ocorrerá no dia 16 de julho, já deduzidos os 15% de Imposto de Renda na Fonte, sob valor líquido de valor líquido de R$ 0,146595524 por ação ordinária e R$ 0,161255076 por papel preferencial.

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Petrobras (PETR4)

Em fato relevante, a Petrobras comunicou que a maior gestora de fundos do mundo, BlackRock, vendeu a parte de seus papéis em 14 de junho e passou a ter menos que 5% das ações preferenciais da estatal, deixando de se qualificar como detentora de participação acionária relevante.

As participações societárias detidas pela BlackRock alcançaram um total de 279.186.711 ações preferenciais, correspondendo a aproximadamente 4,98% do total das ações preferenciais emitidas pela companhia. Até o dia 8 de junho, a gestora possuía 5,1% das ações preferenciais.

A estatal informou ainda o início da fase não vinculante do processo de cessão da totalidade de sua participação no campo de Baúna (área de concessão BM-S-40), localizado em águas rasas na Bacia de Santos.

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Além disso, a companhia também deu início da fase não vinculante do processo de venda de 50%, sem transferência da operação, de seus direitos e obrigações de exploração e produção do campo de Tartaruga Verde (concessão BM-C-36) e do Módulo III do campo de Espadarte, ambos localizados em águas profundas na Bacia de Campos.

Segundo a empresa, nesta etapa do projeto, os interessados habilitados na fase anterior receberão instruções sobre o processo de desinvestimento, incluindo as orientações para elaboração e envio das propostas não vinculantes, além de acesso a um data room virtual contendo mais informações sobre os campos.

“A presente divulgação ao mercado está em consonância com a Sistemática para Desinvestimentos da Petrobras e alinhada às disposições do procedimento especial de cessão de direitos de exploração, desenvolvimento e produção de petróleo, gás natural e outros hidrocarbonetos fluidos, previsto no Decreto 9.355/2018”, acrescentou.

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A empresa ainda informou  ter mantido o preço da gasolina nas refinarias em R$ 1,8941 o litro após revisão, segundo informações no website da empresa. O preço do diesel mantido em R$ 2,0316 o litro, com preços antes de impostos válidos a partir de 20 de junho. 

Atenção ainda sobre o noticiário político da estatal. A Petrobras não seguirá com suas políticas intactas se depender dos pré-candidatos mais bem colocados nas pesquisas. Para Jair Bolsonaro (PSL), o Brasil precisa discutir “monopólio” da Petrobras; Geraldo Alckmin (PSDB), na mesma linha, disse que é preciso quebrar monopólio de refino da Petrobras. Já Marina Silva (Rede) defendeu que a estatal não pode repassar flutuação petróleo todo dia e que é preciso diversificar a matriz
energética. Ciro Gomes ainda falou que uma margem razoável para empresa é de 3%, e não 20%.

Já no Congresso, o plenário da Câmara dos Deputados pode votar nesta terça projeto que autoriza a Petrobras negociar ou transferir parte de seus direitos de exploração de petróleo do pré-sal na área cedida onerosamente pela União. Atualmente, a legislação concede exclusividade à petrolífera no exercício das atividades de pesquisa e lavra de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos nessas áreas, e proíbe, expressamente, sua transferência.

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Pelo texto do Projeto de Lei (PL) 8939/2017, a Petrobras terá de manter 30% da participação no consórcio formado com a empresa parceira e a Agência Nacional de Petróleo (ANP) e terá de conceder autorização prévia e expressa. O projeto determina ainda que a Petrobras e a ANP publiquem, previamente, as motivações técnicas, econômicas e jurídicas que balizaram suas decisões.

Lojas Americanas (LAME4

A Lojas Americanas teve preço-alvo elevado de R$ 20 para R$ 23 reais por ação; o BTG Pactual também reiterou recomendação de compra, uma vez que crescimento mais rápido das vendas, margens sólidas, melhor dinâmica de capital de giro na divisão de lojas físicas e menores custos de captação devem impulsionar os lucros em 2018, segundo nota dos analistas Fabio Monteiro e Luiz Guanais.

Sobre o anúncio da Lojas Americanas de que está em conversas com a BR Distribuidora para operar lojas de conveniência nos postos de bandeira BR, o BTG disse que o cenário mais provável seria Lojas Americanas operar como franqueada master, pagando royalties à BR Distribuidora. 

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“A complexidade de gerenciar uma grande base de franquia pode ser um problema, mas pode trazer mais tração ao plano de conveniência da Lojas Americanas
Poderia também suportar o crescimento do comércio eletrônico, ajuste fino da logística e estrutura de atendimento”, destaca o banco. 

Bancos

Já o Itaú BBA cortou o preço-alvo de bancos por maior custo capital próprio. O Bradesco (BBDC4) teve preço-alvo cortado de R$ 41 para R$ 38,50, Banco do Brasil (BBAS3) de R$ 49 para R$ 45 e Santander Brasil (SANB11) de R$ 38 para R$ 35, segundo relatório de analistas liderados por Thiago Batista.

“Novos valores seguem premissa de aumento de custo de capital próprio para 12,9%, dado o aumento da volatilidade do cenário macro e político no país”, avaliam. Bradesco e Banco do Brasil mantidos como outperform, enquanto Santander Brasil segue market perform. 

Santos Brasil (STBP3)

A Santos Brasil registrou prejuízo líquido de R$ 6 milhões no primeiro trimestre deste ano, uma piora expressiva ante o resultado negativo de R$ 100 mil um ano atrás. O Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização), por sua vez, recuou 30,7%, atingindo R$ 36,6 milhões nos três primeiros meses de 2018.

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Cremer (CREM3)

A Cremer informou que o valor justo das ações da companhia para OPA está entre R$ 13,46 e 14,80 por ação, de acordo com laudo de avaliação, elaborado por avaliador contratado pela CM Hospitalar, segundo comunicado.

O valor foi apurado por meio da metodologia de fluxo de caixa descontado. Em novembro de 2017, a CM Hospitalar comprou fatia controladora da Cremer, de 91,1%, detida por Tambaqui Fundo de Investimento em Participações, por R$ 499,2 milhões. 

Brasil Pharma (BPHA3)

A Brasil Pharma, atualmente em recuperação judicial, informou a suspensão das atividades de varejo remanescentes em operações próprias, mantendo foco na rede de franquias.

Vale (VALE3)

A Vale emitiu no final da noite desta segunda-feira nota de pesar sobre a morte de Eliezer Batista, que foi por duas vezes presidente da companhia. A primeira vez, aos 36 anos, nomeado pelo então presidente Jânio Quadros, de 1961 a 1964, e a segunda em 1979.

Em nota, a companhia ressalta que Eliezer Batista idealizou o Porto de Tubarão, preparou a internacionalização da Vale em estratégia comercial com empresas japonesas e que seu maior desafio foi implantar o projeto Carajás.

“Estamos consternados. Nosso maior engenheiro, o homem que teve a visão de preparar a Vale para ser a empresa que conhecemos hoje, se foi”, afirma o atual presidente da Vale, Fabio Schvartsman.

Veja a íntegra da nota:

“Vale lamenta falecimento de Eliezer Batista, duas vezes presidente da empresa

Com imenso pesar, a Vale lamenta o falecimento de Eliezer Batista, primeiro empregado de carreira a ocupar o principal posto na empresa. Presidente por duas vezes, Eliezer preparou a então Companhia Vale do Rio Doce para o crescimento que ocorreria a partir da década de 1980, criando uma estratégia de comercialização de minério em grandes volumes e a longo prazo com as siderúrgicas japonesas.

Em sua primeira passagem pela presidência (1961-1964), para dar suporte ao crescimento, Eliezer idealizou o Porto de Tubarão, no Espírito Santo, dada a necessidade de um porto capaz de receber navios de até 150 mil toneladas – ainda que a maioria da frota mundial não passasse de 60 mil toneladas. A novidade permitiu dobrar o volume de exportações da Vale. Nesse período, Eliezer também era ministro de Minas e Energia (1962- 1964), acumulando os dois cargos.

Eliezer Batista foi nomeado presidente da Vale aos 36 anos pelo presidente Jânio Quadros, cargo que ocupou de 1961 a 1964. Em 1962, a Vale assinou os primeiros contratos de longo prazo com dez siderúrgicas japonesas, que previam o fornecimento de 50 milhões de toneladas de minério de ferro por um período de 15 anos. Em troca, os japoneses ajudaram a construir o Porto de Tubarão.

O engenheiro da pequena cidade mineira de Nova Era só voltaria à Vale em 1979. Seu principal desafio: implantar o Projeto Grande Carajás, no meio da selva amazônica. O dinheiro nacional estava escasso. A segunda Crise do Petróleo batia à porta. Eliezer não desistiu e, por três vezes, foi ao Banco Mundial em busca de um empréstimo até convencer o presidente do banco, Robert MacNamara, ex-secretário de Defesa dos Estados Unidos nos governos de John Kennedy e de Lyndon Johnson, a liberar o dinheiro.

Carajás foi orçado em US$ 4,2 bilhões. Mas, graças à organização e ao senso de responsabilidade pública dos envolvidos na empreitada, todas as obras previstas – mina, ferrovia e porto, além de todo o incremento nas áreas social e de infraestrutura – custaram US$ 2,8 bilhões. Ressalte-se, tudo entregue dentro dos prazos previstos.

Em 1986, Eliezer deixou a presidência da Vale. Vinte anos depois, em 2016, ele emprestaria o seu nome para batizar o maior projeto da história da mineração mundial: o Complexo S11D Eliezer Batista, primeira mina de ferro construída para operar sem caminhões fora de estrada, que permite reduzir em cerca de 70% o consumo de diesel.

“Estamos consternados. Nosso maior engenheiro, o homem que teve a visão de preparar a Vale para ser a empresa que conhecemos hoje, se foi. Eliezer Batista, que um dia recebeu a alcunha de ‘Engenheiro do Brasil’, bem que poderia ser conhecido por: ‘o Construtor da Vale’. Sim, temos orgulho de dizer que fomos a sua principal obra, afirmou o diretor-presidente da Vale, Fabio Schvartsman.”

(Com Agência Estado, Agência Brasil e Bloomberg)

Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.