Publicidade
O aumento nas tarifas de importação de cinco produtos de aço – que tiveram as taxas reduzidas em 2022 – terá impacto apenas marginal para as siderúrgicas brasileiras, apontam analistas de mercado. A aprovação da alta das tarifas foi feita pelo Comitê Executivo de Gestão da Câmara de Comércio Exterior (Gecex-Camex), órgão do Ministério do Desenvolvimento, Indústria Comércio e Serviços, e divulgada na noite de quinta-feira (8), atendendo parcialmente a pedidos dos produtores nacionais, que alegavam concorrência desleal em meio à “invasão do aço chinês”. A alta inclui apenas aços longos e não os planos, que eram o principal ponto de reivindicação da indústria.
Há dois anos, o governo rebaixou unilateralmente em 10% o Imposto de Importação de uma série de insumos industriais. Segundo a Gecex-Camex, a decisão representa uma recomposição. O órgão continua a analisar pedidos para restaurar a alíquota de outros produtos abrangidos pela redução das tarifas.
Os cinco produtos que pagarão mais para entrar no país são os seguintes:
Participe do treinamento gratuito Manual dos Dividendos e descubra a estratégia simples e poderosa para viver de renda.
- Barras de ferro ou aço não ligado, a quente, dentadas, com nervuras, sulcos ou relevos, obtidos durante a laminagem, ou torcidas após laminagem;
- Tubos e perfis ocos, sem costura, de ferro ou aço, dos tipos utilizados em oleodutos ou gasodutos;
- Tubos de ligas de aços, não revestidos, sem costura, para revestimento de poços;
- Tubos soldados, de seção circular, de ferro ou aço não ligado;
- Tubos soldados, de seção quadrada ou retangular.
Segundo a Gecex-Camex, o Imposto de Importação de um desses produtos subirá de 10,8% para 12%. A tarifa sobre dois itens passará de 12,6% para 14%. Para os dois produtos restantes, aumentará de 14,4% para 16%. O órgão não detalhou qual alíquota cabe a cada produto e apenas ressaltou que as tarifas retornarão para a Tarifa Externa Comum (TEC) do Mercosul.
“Os integrantes da indústria siderúrgica têm pressionado por impostos de importação de 20-25%, semelhantes às taxas que outros países das Américas implementaram”, ressalta o Morgan Stanley.
Olhando para as ações, para os analistas do banco americano, dentro da sua cobertura, a Gerdau (GGBR4) deverá ser a maior beneficiada com esse ajuste, já que os aços longos respondem por cerca de 67% de suas vendas domésticas no Brasil, sendo seguida pela CSN (CSNA3), com cerca de 7% de exposição. Já a Usiminas (USIM5) não produz aços longos e não será afetada por essas novas tarifas.
Continua depois da publicidade
O Bradesco BBI vê a medida como ligeiramente positiva para Gerdau (possuindo recomendação outperform para a ação) e neutra para Usiminas e CSN (com recomendação outperform para USIM5 e neutra para CSNA3).
Olhando para frente, o Morgan Stanley acredita que os participantes da indústria siderúrgica, por meio do Instituto Aço Brasil(IABr), provavelmente continuarão as conversas com os ministros do governo em um esforço para convencê-los a aumentar ainda mais as tarifas de importação para aproximadamente 25%.
(com Agência Brasil)