Golpe da “agência investigada”: como se proteger nova fraude bancária

Golpistas estão ligando para clientes dizendo que sua agência bancária ou gerente está sob investigação e para proteger o usuário é necessário fazer a transferência dos recursos para conta indicada pelo criminoso

Gilmara Santos

(Pixabay)
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Um novo golpe bancário está preocupando clientes Brasil afora. Com o chamado golpe da falsa central telefônica, os golpistas estão ligando para clientes e dizendo que sua agência bancária ou seu gerente está sob investigação.

De acordo com a Febraban (Federação Brasileira de Bancos), os criminosos chegam até a mandar um boletim de ocorrência falso para dar credibilidade ao golpe. A partir daí, dizem que para a proteção do cliente, ele deve transferir seus recursos para favorecidos indicados por eles enquanto durar a investigação criminal.

“Esta abordagem é golpe. Os bancos, entidades ou autoridades policiais nunca pedem que clientes façam transações bancárias. Se receber este tipo de contato, encerre-o na hora. Se tiver dúvidas sobre sua agência, esclareça qualquer informação fora do normal nos canais oficiais do banco”, alerta José Gomes, diretor do comitê de prevenção a fraudes da Febraban.

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Ele também ressalta que os bancos podem entrar em contato com os clientes para confirmar transações suspeitas, mas nunca solicitam dados pessoais, senhas, atualizações de sistemas, chaves de segurança, pagamentos ou estornos de transações nestes contatos.

A Febraban alerta ainda, por meio de nota oficial, que os criminosos estão usando o nome da entidade neste golpe e esclarece que a federação é uma associação civil sem fins lucrativos, que reúne instituições financeiras do País. “No desempenho de suas atividades, a entidade não tem relacionamento direto com clientes e usuários do sistema bancário”, diz a nota.

Fique atento

Apesar de a estratégia ser nova, as táticas são velhas conhecidas. Os criminosos usam técnicas de engenharia social, que consistem na manipulação psicológica do usuário para que ele lhe forneça informações confidenciais ou faça transações em favor das quadrilhas.

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Caso tenha sido vítima de algum crime, o primeiro passo é notificar imediatamente o seu banco para que medidas adicionais de segurança sejam adotadas, como bloqueio do app e senha de acesso, e fazer um boletim de ocorrência.

De acordo com a Febraban, os bancos investem cerca de R$ 4 bilhões por ano em sistemas de tecnologia da informação (TI) voltados para segurança – valor que corresponde a cerca de 10% dos gastos totais do setor com TI.

Além disso, a entidade tem uma parceria com a Anatel (Agência Nacional de Telecomunicações) e envia uma relação de telefones usados no golpe da falsa central telefônica, que são repassados para as empresas de telecomunicações para bloqueio.

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E mais recentemente a federação assinou um Acordo de Cooperação Técnica (ACT) com o Ministério da Justiça e Segurança Pública que possibilitará o intercâmbio de conhecimentos, tecnologias, metodologias, capacitação de pessoas e colaboração mútua para o desenvolvimento de projetos e atividades de interesse comum. Assim, o Ministério e os bancos irão trocar informações para viabilizar ações rápidas e eficientes no combate a fraudes, golpes e crimes cibernéticos.

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Gilmara Santos

Jornalista especializada em economia e negócios. Foi editora de legislação da Gazeta Mercantil e de Economia do Diário do Grande ABC