Goldman Sachs reitera PRIO (PRIO3) como top pick de petróleo, após semana tumultuada para setor

Criação de impostos sobre exportação de petróleo, pedido de suspensão de venda de ativos da Petrobras e balanços movimentaram o setor na semana passada

Felipe Moreira

Divulgação: Prio
Divulgação: Prio

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Depois de uma semana agitada para o setor de petróleo e gás brasileiro, com a criação de impostos sobre exportação de petróleo, pedido de suspensão de venda de ativos da Petrobras (PETR3;PETR4), balanços de PRIO (PRIO3) e da estatal, o Goldman Sachs atualizou suas perspectivas sobre as petrolíferas, reiterando PRIO como top pick do segmento.

O banco americano pontuou que os preços das ações do setor reagiram negativamente, caindo em média 7% desde segunda-feira (27). No entanto, a 3R (RRRP3) caiu 16% enquanto PRIO, PetroRecôncavo (RECV3) e Petrobras caíram 4% em média (entre 2% e 6%) e o Ibovespa caiu 2%.

Segundo analistas, o movimento de baixa mais acentuado registrado pelos papéis da 3R pode ser atribuído à incerteza relacionada a aquisição do cluster Potiguar (30% da produção 3R).

Analistas também lembraram que a PetroRecôncavo já teve desempenho inferior este ano antes da semana passada, pois investidores ficaram menos otimistas com o potencial fechamento da aquisição da Bahia Terra. Dessa forma, qualquer notícia incremental na direção da possível aquisição da Potiguar pode levar a um desempenho superior da ações da 3R versus seus pares.

Por outro lado, vale destacar que o Bank of America tirou PRIO e PetroReconcavo em sua carteira para América Latina, além de manter underweight (exposição abaixo da média) em Petrobras (PETR3;PETR4).

As manchetes do setor no Brasil centraram nos últimos dias sobre a nova tributação sobre as exportações da commodity crua no país nos próximos 4 meses. Além disso, recentemente, o BofA cortou os preços médios para  o petróleo de US$ 100 para US$ 88 por barril em 2023, com a produção da Rússia superando as projeções de produção nos últimos meses devido a sanções mais frouxas da União Europeia e EUA.

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Confira as avaliações do Goldman Sachs para as empresas do setor de petróleo:

PRIO (PRIO3)

Analistas projetaram um impacto de 12% sobre o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) e de 16% no valor patrimonial com os impostos de exportação. Se não for permanente, os impostos de exportação reduziriam 1% do valor patrimonial da companhia. Mas, se esses impostos se tornarem permanente, pode haver um risco negativo de 10% para o valor patrimonial da companhia, enquanto se não for permanente, o preço da ação pode se recuperar em cerca de 5%. Em qualquer caso, o banco vê um 20% da avaliação implícita versus o preço atual da ação.

O banco tem recomendação de compra para PRIO, com um preço-alvo de R$ 48,20. Os principais riscos negativos incluem preços do Brent mais fracos do que o esperado,  real mais forte do que o esperado, atraso potencial na conversão de recursos do continente em reservas comerciais e riscos de execução.

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Petrobras (PETR3PETR4)

As ações da Petrobras caíram 2% na última semana. O banco atribui a queda ao contínuo fluxo de notícias em torno de uma nova política de preços de combustíveis, com valores possivelmente mais baixos (abaixo do PPI) e dividendos possivelmente menores.

O Goldman Sachs manteve classificação neutra para ações da Petrobras, com preço-alvo de R$ 29,80 e R$ 27,10 para PETR3 e PETR4, respectivamente.

PetroRecôncavo (RECV3)

Embora menos exposto a impostos de exportação de petróleo (1/3 de volumes de gás natural), a petrolífera está exposta a algumas medidas de suspensão da venda de ativos, apesar de parte disso ter sido precificado pelo mercado antes da semana passada.

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O Goldman Sachs reiterou recomendação neutra para PetroReconcavo e preço-alvo de R$ 31,30.

3R Petroleum (RRRP3)

O Goldman Sachs mantém recomendação equivalente à compra para Petróleo 3R com um preço-alvo baseado de R$ 66,50. Os principais riscos negativos, segundo o banco, incluem preços do petróleo brent mais fracos do que o esperado, real mais forte do que o esperado, riscos de execução e o fim do benefício fiscal atualmente em vigor (SUDENE).

Segundo analistas, a empresa tem fortes perspectivas de crescimento, apesar da entrega operacional sem brilho em 2022, enquanto as expectativas do mercado são baixas (assim, qualquer melhora pode desencadear uma reação positiva).