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O Goldman Sachs rebaixou as ações da holding (empresa que controla outras empresas) Itaúsa (ITSA4) de compra para neutro, pois o desconto para seu o valor patrimonial líquido (NAV, na sigla em inglês) diminuiu de um pico de 28% em setembro para 19% atualmente.
Analistas do banco apontam que o desconto do NAV pode diminuir ainda mais, principalmente porque a Itaúsa continua a alienar sua participação na XP (a participação já caiu de 13,7% para 6,4%). Além disso, eles destacam que a empresa pode fazer “outras aquisições para diversificar financeiras, que podem criar riscos adicionais”.
O preço-alvo, por sua vez, passou de R$ 10,70 para R$ 10, o que implica em potencial de valorização de 17,5% frente a cotação de fechamento da véspera (30) de R$ 8,50.
Segundo relatório, a redução é devido à recente revisão para baixo do preço-alvo para XP (US$ 30 contra US$ 35 anteriormente), enquanto as metas de preço para Itaú (R$ 30), Dexco (R$ 10,91) e CCR (R$ 15,50) permanecem inalterados.
O banco ainda lembra que, desde que foi adicionada a lista de recomendações de compra em 13 de janeiro de 2022, a ação caiu 2% em relação ao Ibovespa, que subiu 6%.
Com relação a diversificação, analistas ressaltam que o Itaú Unibanco continua com alta representatividade de valor presente líquido, de 89%, embora venha caindo de níveis históricos de cerca de 95%, pois a Itaúsa continua buscando oportunidades de diversificação no nível da holding, principalmente via co-propriedades.
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O Goldman Sachs destaca que a empresa tem falado sobre a alienação gradual de sua participação na XP, como sua estratégia de desinvestir no financeiro (excetuando Itaú), aumentando sua exposição a outros setores, e tem usado o caixa das vendas recentes para fazer novos investimentos, como CCR e na oferta subsequente de ações (follow-on) da Alpargatas (ALPA4).
Embora analistas acreditem que novas aquisições possam gradualmente ajudar na diversificação de receita, eles reconhecem os potenciais riscos de execução associados à adição de novos investimentos ao portfólio. Dito isto, a administração da holding mencionou que não espera fazer quaisquer investimentos adicionais no curto prazo por conta do ambiente macro desafiador, mas consideraria oportunidades atraentes.
Inter (INBR32)
Em outro relatório, o Goldman Sachs avalia que o foco maior no controle de custos e manutenção do crescimento acima média devem permitir que tanto Inter quanto Nubank (NUBR33) tenham lucro em 2023.
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O banco espera que o Inter apresente um retorno sobre patrimônio líquido (ROE, na sigla em inglês) de 4,0% e o NU entregue 5,6%. Ainda que razoável, analistas veem chances de alta nas projeções de ROE no longo prazo, já que ambos os bancos estão com balanços relativamente subalavancados, vantagens de custo em relação aos bancos tradicionais e muito espaço para ganhar participação de mercado.
Dessa forma, eles esperam que a rentabilidade de ambas instituições melhorem ainda mais em 2024 e acreditam que as avaliações começam a parece atraente em um múltiplo de 9,4 vezes o P/L (preço sobre lucro) para o Inter e de 19,8 vezes para NU, dado o forte crescimento esperado para cada um.
Nesse contexto, o Goldman Sachs elevou a recomendação para Inter de neutro para compra, com preço-alvo de US$ 4,2, o que representa um potencial valorização de 70% para o fechamento da véspera – as ações são listadas na Nasdaq. A postura mais construtiva do Goldman Sachs em relação ao Inter se baseia no foco maior na lucratividade, com uma abordagem mais prudente de crescimento e precificação, bem como esforços para melhorar a eficiência.
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Analistas também destacam que o Inter construiu uma das plataformas digitais mais completas do Brasil, combinando serviços bancários, investimentos, e-commerce, entre outros.
Além disso, o banco aponta que crédito é a maior fonte de lucro dos bancos brasileiros e o Inter ainda tem uma participação de mercado modesta, com a maioria de suas operações, entre 1-2%. Cabe destacar que o Inter fez recentemente seu Investor Day, traçando metas ambiciosas até 2027, mas que foram recebidas com ressalvas pelos investidores.
O Goldman destacou preferir o Nubank, dada suas vantagens competitivas com uma sólida experiência de usuário, carteira de clientes robusta e escala já significativa em cartões de crédito.
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O Goldman Sachs reitera tem recomendação de compra e preço-alvo de US$ 9 para Nubank, implicando em um potencial de valorização de 105%.