Goldman eleva recomendação de PagBank para compra e mantém visão positiva para Stone

Ação da companhia acumula perda de 20% desde 1º de abril, , o que oferece um bom ponto de entrada no ativo

Felipe Moreira

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Seguindo o movimento do Bradesco BBI, o Goldman Sachs elevou recomendação para PagBank (BDR: PAGS34) de neutro para compra após a queda de 20% das ações desde 1º de abril, o que oferece um bom ponto de entrada no ativo.

As melhorias nos fundamentos, com crescimento da receita acelerando para 15% e os lucros crescendo 33% na base anual no primeiro trimestre de 2024 (1T24), aumentaram o otimismo do banco com o papel.

O PagBank conseguiu ganhar a maior participação de mercado em pagamentos no último ano, com ganhos contínuos no segmento mais lucrativo de pequenas e médias empresas (PMEs), enquanto estabilizou suas perdas de participação no segmento de microempreendedores. Com isso, o Goldman Sachs acredita que o fraco desempenho das ações se deve principalmente às expectativas de taxas de juros mais altas no Brasil.

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No entanto, as ações estão sendo negociadas abaixo da Cielo (CIEL3), com um Preço/Lucro de 7,4 vezes para 2025, apesar das perspectivas de crescimento muito mais fortes da PagBank.

O Goldman também mantém classificação de compra para a Stone (BDR: STOC31) , pois ela teve desempenho inferior e está sendo negociada a um múltiplo comparável de 7,8 vezes, apesar de perspectivas de crescimento igualmente fortes. O banco não não está avaliando a Cielo, dada sua oferta pública de aquisição não concluída.

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Ambiente mais racional de preço

Olhando para o setor em si, o Goldman Sachs acredita que o ambiente atual de pagamentos no Brasil deve favorecer Stone e PagBank, dado as ofertas competitivas nos segmentos mais lucrativos de PMEs e microempreendedores.

Nesse contexto, o banco espera que a Stone continua sendo a líder em PMEs, com aproximadamente 18% de participação de mercado, embora a PagBank tenha aumentado sua participação de dígitos baixos para cerca de 10% nos últimos trimestres.

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Os analistas destacam que o ambiente competitivo permanece racional, enquanto a privatização pendente da Cielo pode criar novas oportunidades para ambas empresas ganharem participação. Também pode haver um potencial de aumento incremental à medida que ambas as empresas expandem seus negócios de empréstimos e depósitos.

Eles ainda pontuam que embora o sistema de pagamento gratuito PIX do Banco Central do Brasil possa ser um obstáculo no segmento de microempreendedores, ainda há oportunidades de monetizar os comerciantes PMEs via PIX.

PagBank ganhou participação em PMEs e Stone em microempreendedores

Segundo relatório, o PagBank apresentou um crescimento impressionante de volume total de pagamentos (TPV, na sigla em inglês) nos últimos dois trimestres, com volumes crescendo 27% na base anual no 1T24 em comparação com 15% da indústria. A empresa ganhou 1 pp de participação de mercado de TPV nos últimos dois trimestres, após permanecer praticamente inalterada desde o 1T22.

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Enquanto isso, a Stone tem crescido em linha com a indústria, mantendo sua participação de mercado de TPV em cerca de 11% desde o 1T22. No entanto, a Stone tem crescido mais rápido nos segmentos de PMEs e microempreendedores, enquanto desprioriza o segmento menos lucrativo de grandes comerciantes. Enquanto isso, a Cielo tem perdido participação nos últimos trimestres, com volumes de grandes comerciantes crescendo a um ritmo mais rápido.

Ao analisar os ganhos de participação de mercado por segmento de TPV ao longo do tempo, o Goldman observou que a PAGS aumentou substancialmente sua participação de mercado de PMEs de 3% no 1T21 para 13% no 1T24.

Além disso, os ganhos de participação de mercado da PagBank no segmento de PMEs não parecem ter vindo da Stone, já que a participação de PMEs da Stone permaneceu relativamente estável em cerca de 18%.

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Enquanto isso, a Stone também registrou ganhos de participação de mercado em TPV de microempreendedores, atingindo 15% no 1T24, de 1% no 1T21. Embora a participação de mercado da PagBank em microempreendedores tenha caído significativamente desde o 1T21, como esperado, já que a empresa foi pioneira no segmento, o banco ressalta que a companhia conseguiu manter uma participação de mercado estável em microempreendedores em 20% nos últimos anos.

Por fim, analistas comentam que tanto PagBank quanto Stone têm participações de mercado muito menores do que os concorrentes incumbentes.