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As ações da Gol (GOLL4) encerraram o pregão desta quinta-feira (25), marcado em seu fim por leilão dos ativos, em queda “modesta” de 3,16%, a R$ 6,44, após a aérea anunciar entrada com pedido de recuperação judicial nos Estados Unidos para fortalecer sua posição financeira. Enquanto isso, a sua rival, a Azul (AZUL4) fechou com ganhos de 6,03%, a R$ 14,07, perto das máximas do dia.
A decisão de RJ da Gol nos EUA era esperada por investidores após notícias recentes na mídia, enquanto a aérea afirmou na semana passada que estava discutindo com stakeholders financeiros sobre como chegar a uma reestruturação “consensual”, uma vez que tem enfrentado dívidas elevadas. No mês passado, a empresa contratou a Seabury Capital para uma revisão da estrutura de capital.
A ação teve a negociação suspensa nesta quinta um pouco antes das 17h (horário de Brasília) por conta da publicação do fato relevante e voltou a operar às 17h30, voltando rapidamente para o leilão, que se estendeu até o fechamento. Antes de ter as negociações suspensas, GOLL4 era negociada na mínima da sessão até aquele momento, a R$ 6,65, estável frente ao fechamento da véspera. Na máxima, registrada mais cedo, o papel chegou a ser negociado a R$ 6,97.
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Com a decisão, a Gol é a mais recente companhia aérea latino-americana a pedir proteção contra a falência após uma crise relacionada com a pandemia, seguindo o caminho da sua empresa-irmã Avianca, da companhia aérea mexicana Aeromexico e da LATAM Airlines. com sede no Chile.
No fato relevante enviado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM), a companhia disse que buscará acesso ao financiamento de US$ 950 milhões como parte da audiência do primeiro dia com o Tribunal de Falências dos EUA para o Distrito Sul de Nova York, prevista para os próximos dias. De acordo com a empresa, o financiamento está sujeito à aprovação judicial e, juntamente com o caixa gerado pelas operações em curso, “fornecerá liquidez substancial para apoiar as operações, que seguem normalmente, durante o processo de reestruturação financeira”.
A Gol acrescentou que usará o “Chapter 11” para reestruturar suas obrigações financeiras de curto prazo e fortalecer sua estrutura de capital para ter sustentabilidade no longo prazo, e que espera sair dessa recuperação judicial com um investimento significativo de capital, “posicionando-a para expandir sua posição como companhia aérea líder na América Latina”.
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Analistas de sell-side e agências de classificação dizem que a Gol tem números operacionais sólidos em meio à demanda saudável por viagens aéreas no Brasil, mas que as altas despesas com leasing e juros têm pressionado seu fluxo de caixa e afetado seu perfil de dívida.
Ela também enfrentou problemas de capacidade em meio a atrasos nas entregas de aeronaves da Boeing, que seu presidente-executivo disse ter impedido a empresa de crescer no ritmo que gostaria, e alta pressão de manutenção devido a problemas de fornecimento de motores.
A Gol detinha 33% de participação de mercado na indústria de aviação brasileira no ano passado, perdendo apenas para a LATAM Brasil, conforme definido pela receita de passageiros por quilômetro, que mede o tráfego. Foi a principal companhia aérea do Brasil de 2016 a 2020.
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De olho nessa importante fatia de mercado, analistas de mercado também têm se debruçado sobre o efeito da recuperação judicial da companhia no setor, o que inclusive impulsionou as ações da Azul na sessão.
Na semana passada, AZUL4 teve forte queda seguindo GOLL4 com os então rumores sobre a RJ da Gol. Porém, analistas destacaram que o movimento era exagerado e que a Azul estava bem posicionada, com algumas casas reforçando recomendação de compra para o nome. Mais do que isso, a reestruturação financeira de um concorrente direto poderia oferecer algum alívio competitivo para a Azul, apontaram as análises.
Nesta data, a Azul ainda anunciou ter fechado um acordo de codeshare com a companhia aérea regional dos Estados Unidos Silver Airways que permite que clientes comprem bilhetes para voos operados pela Silver Airways diretamente nos canais de vendas da Azul.
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O codeshare, que significa o compartilhamento de voos entre duas empresas aéreas, permitirá que clientes adquiram passagens aéreas do Brasil para as bases da Azul em Fort Lauderdale e Orlando, e, de lá, conectem-se a outros destinos turísticos nos Estados Unidos. As opções de destinos incluem Key West, Tampa, Gainesville, Orlando, todos no Estado norte-americano da Flórida, a partir de Fort Lauderdale, enquanto, a partir de Orlando, as opções são Key West e Fort Lauderdale.
Também no radar do setor, está a notícia de que o governo prepara fundo de até R$ 6 bilhões para aéreas e plano de redução do querosene de aviação.
(com Reuters)
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