Gol (GOLL4): eventos adversos e custos não recorrentes afetam e ação cai 7% após 2T24

Analistas veem incertezas e recomendam venda para as ações

Equipe InfoMoney

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Após uma forte queda das ações da Azul (AZUL4) após o resultado no início desta semana, nesta quinta-feira (15) foi a aérea Gol (GOLL4) a divulgar seus números – e a ver seus papéis caírem. As ações GOLL4 fecharam a sessão em queda de 6,96%, a R$ 1,07.

O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) reportado foi de R$ 410 milhões (-3% versus o esperado pelo JPMorgan, mas 20% abaixo do. consenso), enquanto o ajustado foi de R$ 745 milhões.

Na frente operacional, o yield foi 3% abaixo do JPMorgan, parcialmente compensado por custos unitários (CASK) ex-combustível 2% melhores do que o esperado.

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“Em nossa visão, o foco principal dos investidores deve continuar sendo o processo do Chapter 11 [espécie de processo de recuperação judicial nos EUA] da empresa, limitando qualquer reação significativa das ações em razão dos resultados trimestrais”, avalia o JPMorgan.

Para a Genial, a aérea apresentou resultados no 2T24 que ficaram abaixo das expectativas em vários aspectos, refletindo um trimestre desafiador, impactado por eventos adversos e custos não recorrentes. A receita líquida apresentou uma queda de 5,0% anualmente, impactada principalmente pelas enchentes no Rio Grande do Sul, gerando um efeito que reduziram negativo de cerca R$ 120 milhões.

O Ebitda reportado de R$ 410 milhões ficou 56,8% abaixo das suas estimativas, impactado tanto pela maior pressão nos preços das passagens, quanto pelos custos não recorrentes de R$ 366 milhões relacionados ao processo de Chapter 11. O Ebitda ajustado também ficou abaixo das suas estimativas de R$ 949 milhões, com uma margem Ebitda ajustada foi de 18,9% (-3,9 pontos percentuais, ou pp, na base anual), penalizada pela redução do yield (-3,9% na base anual).

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“Adicionalmente, a companhia divulgou avanços em seu processo de reestruturação, com a extensão do período de exclusividade para negociar com credores até outubro de 2024 e o fechamento de um acordo crucial com a AerCap para renegociação dos arrendamentos, essencial para ajustar suas obrigações financeiras”, avalia.

Os custos e despesas operacionais aumentaram 9,4% em relação ao ano anterior, totalizando R$ 3,948 bilhões, superando as expectativas de R$ 3,609 bilhões. Esse aumento foi impulsionado por custos elevados com pessoal e manutenção, além da incapacidade de diluir custos fixos devido à redução de ASK (número de assentos disponíveis multiplicado pelos quilômetros voados).

O Bradesco BBI vê como maiores destaques do balanço: 1) as enchentes no Rio Grande do Sul, que prejudicaram a receita em -R$ 120 milhões e o Ebitda em -R$ 100 milhões (-1,9 pp na margem Ebitda); 2) R$ 366 milhões em despesas não recorrentes com o processo do Chapter 11; 3) o tribunal de falências dos EUA estendendo o período de exclusividade até 21 de outubro para a GOL negociar a reestruturação com os credores; e 4) a Gol chegando a um acordo com a AerCap.

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Para o BTG Pactual, os resultados foram fracos, como esperado, refletindo os impactos das enchentes no RS e da sazonalidade. A empresa forneceu algumas atualizações sobre o processo de Chapter 11, mencionando que começou a assinar aditivos contratuais com os arrendadores em junho, envolvendo, entre outras coisas, mudanças nos fluxos de pagamento de leasing e trocas de motores. Em julho, o tribunal de falências concedeu prorrogações dos prazos exclusivos da empresa para apresentar e solicitar votos em um plano de reorganização para outubro de 2024 e dezembro de 2024, respectivamente.

Em agosto, o tribunal aprovou um acordo com Banco Santander, Banco do Brasil e Banco Bradesco, que prevê, entre outros itens, uma linha garantida para factoring de recebíveis. Como resultado do processo de Chapter 11, a negociação dos ADS da Gol na NYSE permanece suspensa. “Esperamos que o mercado acompanhe as atualizações sobre esse processo, além de monitorar volumes, tarifas, preços de combustível, volatilidade cambial e plano de frota. Mantemos nossa recomendação de venda devido à baixa visibilidade sobre o processo de Chapter 11 e à potencial diluição de ações”, ressaltou o BTG.

O BBI também seguiu com a recomendação de venda e apresentou um novo preço-alvo para 2025 de R$ 1 por ação, a partir do preço-alvo ao final de 2024 de R$ 0,90/ação. Já a Genial segue com recomendação de venda para a Gol, com preço-alvo de R$ 1,00. O JPMorgan reforçou também ter recomendação equivalente à venda (underweight, exposição abaixo da média) para o ativo, reiterando sua preferência relativa por Azul (com neutro) entre as brasileiras.

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