Gol (GOLL4): dados operacionais mostram melhora, mas ação cai forte com dólar a R$ 6

Além disso, apesar da melhora sequencial nos resultados operacionais, o BBI reiterou recomendação de venda

Felipe Moreira

Publicidade

A companhia aérea Gol (GOLL4), que está em recuperação judicial nos Estados Unidos divulgou números preliminares de outubro de 2024 com dados apresentando melhora operacional. Contudo, às 12h30 (horário de Brasília), o papel da companhia caía 7,64%, a R$ 1,45, em uma semana em que a cotação do dólar renovou sua máxima histórica, batendo os R$ 6. Cabe destacar que a Gol, assim como a Azul (AZUL4), que também registra queda na Bolsa, tem boa parte da dívida em dólar. Assim, o custo dessa dívida aumenta conforme a divisa americana sobe de valor.

Sobre os números divulgados em si, o Bradesco BBI destaca que a Gol reportou uma sólida margem Ebitda (Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, sobre receita) de 25% em outubro, um aumento de 1 ponto percentual em relação à margem Ebitda recorrente de 24% do 3T24.

Em outubro de 2024, a Gol reportou receita unitária (RASK) com incremento mensal de 0,5%, atingindo R$ 44,30, impulsionadaem parte por uma melhoria de 0,80 pp no mês na taxa de ocupação.

A equipe de research do BBI pontua que a Gol e o restante do setor aéreo local estão entrando na alta temporada no Brasil, e os próximos resultados mensais devem mostrar melhora sequencial. Enquanto isso, a Gol reportou posição de caixa de R$ 1,8 bilhão, queda de 5% em relação ao 3T24, embora os recebíveis tenham subido 2%, levando a uma liquidez total estável em relação ao 3T24, um nível saudável mesmo considerando os custos relacionados à recuperação de motores da frota de aeronaves em solo.

Por fim, analistas comentam que o prejuízo líquido de R$ 338 milhões e o aumento da dívida líquida de 8% no mês parecem estar relacionados principalmente à desvalorização de 6% do real em outubro.

Apesar da melhora sequencial nos resultados operacionais, o BBI reiterou recomendação de venda e preço-alvo ao final de 2025 de R$ 0,90, dada a enorme diluição patrimonial esperada como parte de seu plano de sair do Chapter 11 (recuperação judicial nos EUA).