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A sessão foi de fortes emoções para as ações da Gol (GOLL4), após a notícia da coluna Painel, da Folha de S. Paulo, do último domingo (14), de que a companhia estaria considerando a possibilidade de pedir recuperação judicial nos Estados Unidos em até um mês.
Após 17 minutos em leilão, as ações GOLL4 abriram esta segunda-feira (15) em forte baixa, que chegou a 13,03%, a R$ 6,61, na mínima do dia, também arrastando as ações da Azul (AZUL4), seu par na Bolsa, para uma queda considerável. Porém, ao longo do dia, os papéis diminuíram as perdas e fecharam com desvalorização de 6,05%, a R$ 7,14.
De acordo com a coluna Painel, aderir ao Capítulo 11 (Chapter 11) da lei de falências americana é mais vantajoso do que solicitar recuperação judicial no Brasil na avaliação da empresa. A aérea estaria usando as próximas duas semanas para viabilizar um plano de reestruturação de dívidas entre as partes envolvidas, fora do âmbito judicial. Contudo, a coluna aponta que tem se mostrado inviável devido à multiplicidade de interesses em jogo.
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O Itaú BBA, em relatório da noite da véspera, apontou que esperava uma reação negativa do mercado a esta notícia na Bolsa, pois levantará preocupações sobre diluição potencial adicional para os acionistas.
Em nota ao InfoMoney, a companhia afirmou que diversas alternativas sobre reestruturação estão sendo discutidas.
“O foco da Gol está sempre na confiabilidade de suas operações e em proporcionar a melhor experiência de viagem aos seus clientes. Ao mesmo tempo, a companhia continua seus esforços anunciados anteriormente para melhorar a lucratividade e fortalecer seu balanço. A Gol está em discussões com seus stakeholders financeiros sobre diversas opções que tragam maior flexibilidade financeira, incluindo capital adicional para financiar as operações. Todas as ações visam posicionar a Gol para o sucesso de longo prazo, à medida que a companhia continua a cumprir sua missão de democratizar o transporte aéreo no Brasil”, afirmou.
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A Gol já havia divulgado no início de dezembro ter contratado um consultor financeiro, Seabury Capital, para auxiliar em uma ampla revisão de sua estrutura de capital.
Além disso, no seu Investor Day, a Gol compartilhou evidências dos desafios que enfrentava, considerando que a sua atual liquidez não lhe permitiria colocar novamente no ar as suas 20 aeronaves ociosas, já que isso custaria US$ 200-250 milhões, enquanto sua posição de caixa era de R$ 994 milhões no 3T23 (versus a dívida bruta de R$ 19,5 bilhões e Ebitda, ou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações, ajustado dos últimos 12 meses de R$ 4,7 bilhões).
“É por isso que a empresa mencionou que está tentando adotar uma abordagem holística com diversas partes interessadas”, avaliou o BBA.
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O banco tem recomendação marketperform (desempenho em linha com a média do mercado, equivalente a neutro), com preço-alvo de R$ 7,30, ou 4% de queda frente ao fechamento de queda.
O Bradesco BBI, que também tem recomendação neutra para os ativos, com preço-alvo de R$ 10, aponta que a aérea ainda não chegou a um acordo com os arrendadores, o que será fundamental para fornecer alívio de caixa. “Caso a Gol não consiga chegar a um acordo com os arrendadores de aeronaves, esperamos que a empresa entre com pedido de Capítulo 11”, afirmou.
“Qualquer processo de recuperação judicial não é bem visto pelo mercado, pois mostra que a empresa está com dificuldades em lidar com custos e pagamentos. A companhia não vem divulgando números bons. Em dezembro, por exemplo, a oferta total de voos caiu 8,1% na comparação com o mesmo mês no ano anterior”, destacou Fabio Louzada, economista e fundador da “Eu me banco”.
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