Glossário: entenda os termos utilizados nos relatórios da OGX

1C, 2C, 3C, farm-out, upstream e até "árvore de natal molhada" são alguns dos termos vistos nas apresentações da petrolífera

Publicidade

SÃO PAULO –  Quem acompanhou de perto toda a trajetória pré-operacional da OGX Petróleo (OGXP3) se familiarizou com a constante divulgação de comunicados ao mercado apresentando novos índicios de hidrocarbonetos em suas áreas de exploração, o que costumava refletir diretamente sobre as ações da empresa.

Entretanto, esses comunicados costumam ser repletos de termos específicos do setor petrolífero e, naturalmente, provocam interrogações em meio a investidores que não possuem maior aprofundamento na área. Conheça abaixo o significado de cada um destes termos:

1C, 2C e 3C: São classificações para as estimativas de recursos petrolíferos, que indicam um grau crescente de incerteza em relação ao volume de reservas, da mais conservadora (1C) para a mais arriscada (3C).

Bloco: Pequena parte de uma bacia sedimentar, com limites definidos pelo órgão regulador, onde são desenvolvidas atividades de exploração e produção de petróleo e gás natural. De acordo com a definição da ANP, o bloco é formado por um prisma vertical de profundidade indeterminada, com superfície poligonal definida pelas coordenadas geográficas de seus vértices.

Campo: Área de uma bacia sedimentar onde a existência de reservatórios com volumes de petróleo comercialmente produzíveis foi comprovada através de atividades exploratórias (aquisição sísmica, interpretação sísmica, perfuração de poços exploratórios e de delimitação). Um campo é uma acumulação comercial de petróleo e/ou gás natural e consiste num reservatório ou grupo de reservatórios em subsuperfície.

Cru: Petróleo bruto.

Continua depois da publicidade

Depleção: Queda de pressão do reservatório que pode ser detectada durante um teste de formação ou em conseqüência da produção de óleo e/ou gás do reservatório de um campo de petróleo.

Downstream: operações ou atividades de refino de petróleo, venda distribuição de gás natural e de produtos derivados do petróleo, incluindo Gás Liquefeito de Petróleo (GLP), gasolina, óleo diesel, combustível de aviação, asfalto e outros óleos combustíveis. O downstream inclui refinarias, plantas petroquímicas, distribuidoras e postos de combustíveis.

Farm-in/Farm-out: Processo de aquisição ou venda parcial ou total dos direitos de concessão detidos por uma empresa. Em uma mesma negociação, a empresa que está adquirindo os direitos de concessão está em processo de Farm-in e a empresa que está vendendo os direitos de concessão está em processo de Farm-out.

Continua depois da publicidade

Grau API do American Petroleum Institute (ºAPI): Forma de expressar a densidade relativa de um óleo ou derivado. A escala API, medida em graus, varia inversamente à densidade relativa, isto é, quanto maior a densidade relativa, menor o grau API. O grau API é maior quando o petróleo é mais leve. Petróleos com grau API maior que 30 são considerados leves; entre 22 e 30 graus API, são médios; abaixo de 22 graus API, são pesados; com grau API igual ou inferior a 10, são petróleos extrapesados. Quanto maior o grau API, maior o valor do petróleo no mercado.

Hidrocarboneto: Composto orgânico constituído apenas por carbono e hidrogênio. O petróleo e o gás natural são exemplos de hidrocarbonetos.

Lâmina d’água: Distância entre a superfície da água e o fundo do mar. 

Continua depois da publicidade

Coluna de Óleo/Gás: Seção vertical contínua de rochas saturadas por óleo e/ou gás natural, englobando rochas reservatório e não reservatório.

Net pay: Parte da coluna de óleo, englobando somente o intervalo ou intervalos de rochas reservatório saturados por petróleo e/ou gás. É definido por critérios como porosidade, permeabilidade e saturação mínima de hidrocarbonetos.

Offshore: Relativo a atividades de exploração e/ou produção de óleo e/ou gás natural na plataforma continental, no mar.

Continua depois da publicidade

Onshore: Relativo a atividades de exploração e/ou produção de óleo e/ou gás natural em terra.

PEM (Programa Exploratório Mínimo): “Programa Exploratório Mínimo” significa o programa de trabalho (sísmica, poços, etc.) oferecido pelas companhias de petróleo para cada bloco licitado nos leilões da ANP. O PEM é posteriormente ratificado nos Programas de Trabalho e Investimentos (PAT/OAT), e devem ser obrigatoriamente cumpridos pelos Concessionários no decorrer da Fase de Exploração dos blocos.

Poço horizontal: Ao contrário dos poços verticais, que penetram pequenas espessuras dos reservatórios de interesse para produção, nos poços horizontais os reservatórios de interesse são penetrados horizontalmente, possibilitando que grandes áreas desses reservatórios com óleo fiquem em contato com o poço, possibiltando vazões por poço muito maiores que nos poços verticais.

Continua depois da publicidade

Probabilidade de sucesso geológico (Pg): É definida como a probabilidade de se descobrir uma acumulação comercial de petróleo e/ou gás natural. Pg é estimada pelo produto (multiplicação) das probabilidades ou chances de ocorrência de cada um dos fatores geológicos: geração, migração, reservatórios, trapa, selo e timing.

Prospecto: Feição geológica mapeada como resultado de estudos e interpretações geofísica e geológica que justificam a perfuração de poços exploratórios para a localização de petróleo e/ou gás natural. Existem dados suficientes para identificar e quantificar as incertezas e a probabilidade de sucesso e estimar-se recursos potenciais e economicidade.

Recursos Potenciais: Volumes de petróleo estimados em um prospecto, antes da perfuração e descoberta, e que seriam potencialmente recuperáveis comercialmente através de futuros projetos de desenvolvimento.

Recursos Potenciais Riscados Totais: Recursos Potenciais Totais multiplicados pela Probabilidade de Sucesso.

Recursos Potenciais Riscados Líquidos: Recursos Potenciais Riscados Totais multiplicados pela participação da Companhia, ou seja, excluindo-se a participação dos parceiros da Companhia nos respectivos prospectos ou blocos de exploração.

Recursos Contingentes: São volumes estimados de petróleo e/ou gás natural em acumulação já descoberta, mas que necessitam de mais análises e/ou avaliações e/ou aquisições/processamento de dados e/ou nova tecnologia para serem considerados comercialmente produzíveis. 

Reserva: São volumes descobertos de petróleo e/ou gás natural comercialmente recuperáveis através de projetos de desenvolvimento a serem executados a partir de determinada data. As reservas podem ser Provadas, Prováveis e Possíveis dependendo do grau de precisão/certeza de estimativa do seu volume e da capacidade de extração a partir da aplicação de tecnologias conhecidas e/ou a serem desenvolvidas.

Reservas Provadas (P1): Reservas de petróleo e gás natural que, com base na análise de dados geológicos e de engenharia, se estima recuperar comercialmente de reservatórios descobertos e avaliados, com elevado grau de certeza, e cuja estimativa considere as condições econômicas vigentes, os métodos operacionais usualmente viáveis e os regulamentos instituídos pelas legislações petrolífera e tributária brasileiras. 

Reservas Prováveis (P2): Reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação quando comparada com a estimativa de reservas provadas. Reservas Possíveis (P3): Reservas de petróleo e gás natural cuja análise dos dados geológicos e de engenharia indica uma maior incerteza na sua recuperação quando comparada com a estimativa de reservas prováveis.

REPETRO: Regime Aduaneiro Especial de Exportação e Importação de bens destinados à exploração e à produção de petróleo e gás natural.

Royalties: Royalties são uma compensação financeira devida ao Estado pelas empresas concessionárias produtoras de petróleo e gás natural no território brasileiro e são distribuídos aos Estados, Municípios, ao Comando da Marinha, ao Ministério da Ciência e Tecnologia e ao Fundo Especial administrado pelo Ministério da Fazenda, que repassa aos estados e municípios de acordo com os critérios definidos em legislação específica.

Sísmica: Entre outras tecnologias exploratórias, o método sísmico é o mais utilizado pelos geólogos e geofísicos. Consiste básicamente numa fonte de energia (sonora) e receptores. 1) Sinais sonoros são emitidos da fonte para as camadas de rochas em sub-superfície; 2) parte da energia sonora é refletida nas interfaces entre as diferentes camadas de rochas; 3) os sinais refletidos são captados pelos receptores e; 4) por meio de computadores são transformados em imagens refletindo a distribuição e outras propriedades das camadas rochosas em sub-superfície. A Composição, Conteúdo de Fluidos, Geometria e Extensão são alguns dos atributos que podem ser extraídos dos dados sísmicos.

Sísmica 2D: Os dados sísmicos 2D são adquiridos através de malhas de linhas retas com espaçamento de 1-2 km (ou maior) entre cada linha, resultando numa cobertura imprecisa e de qualidade pobre da geologia de sub-superfície. Nos dias atuais levantamentos 2D são utilizados mais para estudos regionais de bacias sedimentares.

Sísmica 3D: As imagens da sísmica 3D fornecem dados praticamente contínuos da sub-superfície, com grids de pontos de dados de alta densidade, resultando numa definição muito mais precisa da geologia de subsuperfície. O espaçamento entre pontos de dados 3D são de alguns metros apenas, em oposição a quilômetros na sísmica 2D, com uma quantidade significativamente maior de informação, permitindo uma visualização tridimensional das camadas rochosas em sub-superfície.

Unidades de Gás Totais (UGT): São medidas tomadas por aparelhos chamados “Detetores de Gás” durante a perfuração de poços de petróleo, informando a quantidade de gás total (gases leves e pesados) emanando das camadas rochosas a medida que são perfuradas. Normalmente os detetores dão as medidas de gases totais (UGT´s) e estimam também os gases pesados (UPP´s). Os detetores são aparelhos essenciais nas perfurações de poços de petróleo permitindo, ao mesmo tempo, que se obtenham informações sobre o potencial do prospecto em perfuração e que se tomem medidas adicionais de segurança no poço.

Upstream: Refere-se às atividades de Exploração, Desenvolvimento da Produção e Produção, englobando a busca, delimitação, desenvolvimento da produção e produção de petróleo e/ou gás natural. Usualmente as atividades e operações de Upstream incluem o transporte do óleo e/ou gás natural do poço produtor até um ponto de entrega, que pode ser um Navio Tanque junto à plataforma de produção ou oleoduto/gasoduto até um Terminal Downstream.

Testes de reservatórios

Amostragem lateral: É uma operação realizada a cabo, que consiste na coleta de plugs de rochas na fase de perfuração do poço. Faz parte do processo de perfilagem de poços, já que os amostradores/canhões são descidos a cabo. Sua utilização tem o objetivo de obtenção de informações de características da rocha, tais como: tipo, porosidade, permeabilidade, indícios de hidrocarbonetos, fraturas, etc. É um método rápido que permite antecipar informações sobre as rochas e fluidos nelas contidos.

Perfilagem: Método utilizado para verificar/avaliar as características físicas e químicas das camadas geológicas e dos fluidos nelas contidos. Por meio de sensores e amostradores apropriados, estas características são medidas e as respostas são transmitidas para computadores na superfície onde os dados são processados.

Testemunhagem: Operação de amostragem contínua das rochas do poço, que são trazidas à superfície para a análise dos geólogos. Inúmeras informações a respeito das características da rocha são obtidas: tipo de rocha, porosidade, permeabilidade, indícios de hidrocarbonetos, fraturas, etc.

Teste a cabo (TC): É um mini-teste de formação e faz parte do processo de perfilagem de poços, já que os amostradores são descidos a cabo. São utilizados para verificar/avaliar a pressão e coletar/identificar pequenas quantidades de fluidos de um pequeno intervalo das rochas reservatórios, de forma praticamente pontual. É um método rápido, que permite antecipar informações sobre fluido, pressão e permeabilidade da rocha reservatório.

Teste de formação (TF): Método utilizado para verificar/avaliar a capacidade de produção de um determinado reservatório ou parte de reservatório de um poço. Permite entre outros dados e informações, caracterizar o tipo de fluido, pressões, permeabilidade, transmissibilidade e produtividade.

Teste de Longa Duração (TLD): São testes de formação com tempo de duração maior que nos testes convencionais, com tempos totais de fluxo superiores a 72 horas, realizados durante a Fase de Exploração, com a finalidade exclusiva de obter dados e informações para conhecimento do comportamento dos reservatórios e dos fluidos durante a produção.

Outros termos

AHTS (Anchor Handling Tug Supply): Navio rebocador de apoio e manuseio de âncoras. Embarcação destinada à operação de reboque e manuseio de âncoras através de guincho especial instalado em seu convés e capacidade de manobra bastante desenvolvida, bem como um alto valor de força de tração estática.

Árvore de Natal: Conjunto de válvulas que controla a pressão e vazão de um poço. 

Árvore de Natal Molhada: Conjunto de válvulas, colocado sobre o solo oceânico, que controla a pressão e vazão de um poço submarino.

FPSO (Floating, Production, Storage & Offloading): Unidade Flutuante de Produção, Armazenamento e Transferência de petróleo, construída a partir de um navio.

FPU (Floating Production Unit): Unidade Flutuante de Produção de petróleo, construída a partir de um navio. 

FSO (Floating, Storage & Offloading): Unidade Flutuante de Armazenamento e Transferência de petróleo, construída a partir de um navio.

FSV (Fast Supply Vessel): Navio de maior velocidade para suprimento de cargas e passageiros.

Jaqueta: Estrutura de suporte de uma plataforma fixa que vai desde a fundação até acima do nível do mar e sobre a qual são instalados o convés e/ou módulos onde se localiza a unidade de processo e utilidades.

OSRV (Oil Spill Recovery Vessel): Navio de combate a derramamento de óleo dotado de especificações que permitem trabalhar na mancha de óleo, em atmosfera onde a evaporação do petróleo produz gás natural, por isso é dotado de sistemas elétricos blindados para evitar a produção de faíscas. Tem equipamentos para aspirar o óleo derramado e armazenar num tanque a bordo. A capacidade de combater o derramamento pode ser criada num PSV (Platform Supply Vessel) ou AHTS (Anchor Handling Tug Supply).

Plataforma auto-elevável: Plataforma marítima com três ou mais pernas de tamanho e forma variável, que pode ser posicionada em locais de diferentes profundidades, apoiando as pernas no fundo do mar, elevandose acima da superfície marítima.

Plataforma fixa: São plataformas constituídas de estruturas modulares de aço, instaladas no local de operação sob estruturas chamadas jaquetas, presas com estacas cravadas no fundo do mar.

Plataforma ou sonda semi-submersível: São plataformas marítimas compostas de uma estrutura de um ou mais conveses, apoiada em flutuadores submersos.

PSV (Platform Supply Vessel): Navio de suprimento de material para as plataformas que caracteriza-se pela grande área de convés para transportes dos equipamentos, além de líquidos tais como; água potável, óleo diesel, água industrial, lamas e graneis sólidos; cimento, baritina, bentonita, entre outros.

Sonda: Equipamento utilizado para realizar perfurações.

TLWP (Tension Leg Wellhead Plataform): São plataformas flutuantes utilizadas em águas profundas, fixadas no local de operação através de cabos tensionados, destinadas a suportar as cabeças dos poços com completação seca, podendo ter ou não torre de perfuração e completação.

WHP (Well Head Plataform): São plataformas constituídas de estruturas modulares de aço, instaladas no local de operação sob estruturas chamadas jaquetas, presas com estacas cravadas no fundo do mar, em águas rasas, destinadas a suportar as cabeças dos poços com completação seca, podendo ter ou não torre de perfuração e completação.

Intervalos geológicos com descobertas da OGX

Eocênica: Formada entre 33 milhões e 55,8 milhões de anos atrás.

Maastrichiana: Formada entre 65,5 milhões e 70,6 milhões de anos atrás.

Santoniana: Formada entre 83,5 milhões e 85,8 milhões de anos atrás

Cenomaniana: Formada entre 93,5 milhões e 99,6 milhões de anos atrás.

Albiana: Formada entre 99,6 milhões e 112 milhões de anos atrás

Aptiana: Formada entre 112 milhões e 125 milhões de anos atrás

Barremiana: Formada entre 125 milhões e 130 milhões de anos atrás