Gestor aposta em FIDCs para atenuar efeito das grandes oscilações dos juros

Breno Rosemberg e Pedro Pavanelli, ambos da Artesanal Investimentos, reconhecem spread apertado no crédito privado

Augusto Diniz

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Conteúdo XP

Com a taxas de spread cada vez menores na renda fixa, a Artesanal Investimentos se diz mais preparada para enfrentar a situação. “Isso tem muito a ver com a nossa decisão de focar nos fundo de investimentos em direitos creditórios (FIDC)”, diz Breno Rosemberg, CEO da casa.  

Especializada em operações estruturadas no mercado de crédito, a gestora tem hoje mais de R$ 12,7 bilhões em ativos sob sua gestão através de Fundo de Investimentos de Cotas (FIC), Fundo de Investimento Multimercado (FIM), além dos FIDCs.

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“Quando a gente está atuando no mercado de pequenas e médias empresas e tendo a ponta de originação, ficamos muito menos suscetíveis ao achatamento de taxa”, afirma Rosemberg.

“Não é que a gente não esteja sendo impactado, também estamos vendo as taxas diminuindo, mas estou muito menos vulnerável do que aquele que está comprando título no mercado e sendo comprimido ali por volumes muito grandes de dinheiro”, complementa o gestor.

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Variação dos juros

Rosemberg e Pedro Pavanelli, diretor de distribuição da Artesanal Investimentos, participaram do episódio 141 do programa Outliers, no canal XP, com apresentação de Clara Sodré, analista de fundo da XP, e Guilherme Anversa, Portfolio Manager da XP Advisory.

“O FIDC trabalha com carteira de crédito mais curta, olhando para os prazos médios das outras carteiras. Então, é possível ajustar muito bem o crédito que se está dando na ponta a diferentes cenários”, explica Pavanelli.

“A gente trabalhou de 2014 para cá com juros entre 2% e 14%. Imagina pegar um ativo de oito anos com juros a 2% e, dois anos depois, ele está 14%? Como se faz para adequar essa carteira”, questiona.

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Adequação de cenários

Para o gestor, o FIDC se estabelece bem em diferentes cenários. “É um produto que permite um ambiente de Brasil, que é de muita incerteza no radar”, afirma Pavanelli.

“Quando o spread está apertado no crédito high grade, o investidor acaba muito olhando para o FIDC porque é chamado de crédito high yeld. Então, se vê muito gestor batendo na nossa porta porque nos tornamos originador de referência”, diz.

Pedro Pavanelli explica ainda que muito movimento de high grade acaba puxando os spreads para baixo. “O mercado de high yeld tem crescido bastante com esse achatamento de taxa do high grade. E do ponto da originação, tem um movimento estrutural do mercado por conta da desintermediação bancária”, destaca.

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