Gerdau (GGBR4) surpreende em todas as divisões e ação sobe após balanço do 1º tri

Ebitda ficou acima do esperado pelos analistas e reforçou visão positiva de boa parte do mercado

Lara Rizério

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Um bom início de ano e que confirma visões mais positivas após trimestres desafiadores. Essa foi a visão do mercado sobre os resultados da Gerdau (GGBR4), que reportou lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado no primeiro trimestre de 2024 (1T24) de R$ 2,8 bilhões (38% maior ante o 4T23, mas 35% menor em base anual). Com isso, as ações fecharam com alta de 5,53%, a R$ 11,42, na sessão de sexta-feira.

O dado do Ebitda ficou 7% acima da expectativa do Bradesco BBI e 8% acima do consenso. A diferença em relação ao modelo do BBI é explicada pelos resultados melhores que o esperado nas divisões do Brasil e da América do Norte.

O Ebitda ficou 10% acima das estimativas do Itaú BBA. “A diferença em relação à nossa estimativa ocorreu devido a resultados melhores que o esperado em todas as divisões, principalmente Brasil e aços especiais”, apontam os analistas. Além disso, o nível de endividamento permaneceu estável em 0,4 vez no período, já que o menor Ebitda dos últimos 12 meses e a geração negativa de fluxo de caixa livre foram compensados pelos recursos provenientes da venda de joint ventures na América do Sul, avalia o banco.

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“Em geral, a Gerdau registrou resultados mais fortes na comparação trimestral no primeiro trimestre em todas as divisões, com a margem Ebitda nos EUA atingindo 24,5% e as margens no Brasil já mostrando alguma recuperação dos mínimos do quarto trimestre de 2023 (9,2% no primeiro trimestre contra 8,5% no quarto trimestre)”, apontam os analistas do BBI.

O banco observa que os resultados sequencialmente mais fortes na divisão do Brasil foram explicados por um melhor mix de vendas (volumes domésticos 8% maiores no trimestre), levando os preços realizados a melhorarem 4% no trimestre. Por outro lado, o custo caixa/tonelada aumentou 3% no trimestre, à medida que os custos mais elevados do carvão e do minério de ferro pesaram nos resultados (uma tendência que esperamos que seja revertida no segundo trimestre).

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Embora a Gerdau tenha apontado que os produtos incluídos no novo sistema tarifário de importação do Brasil representem cerca de 25% dos volumes vendidos pela empresa no país, a empresa ainda acredita que as importações continuam sendo um desafio para a indústria local (particularmente para produtos de aço plano). Na América do Norte, a Gerdau registrou vendas sazonalmente mais fortes (8% maiores ante o 4T23), e também reportou melhor desempenho de custos (queda de 5% no custo caixa/tonelada frente ao trimestre anterior). Por fim, houve queima de caixa, mas parcialmente explicada por um impacto negativo do capital de giro. A alavancagem da Gerdau permanece em níveis baixos, em 0,4x a relação Dívida Líquida/Ebitda.

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Olhando para o futuro, o BBI espera que os resultados continuem a ganhar tração, dadas as nossas expectativas de: (i) resultados persistentemente sólidos nos EUA; e (ii) novas melhorias na rentabilidade no Brasil. O banco cita que apesar dos resultados trimestrais mais fortes no Brasil, a margem Ebitda permanece próxima dos mínimos históricos e deve continuar a melhorar nos próximos trimestres (ajudada por um melhor desempenho de custos, em nossa visão), mantendo recomendação de compra e reiterando as ações como as preferidas no setor. “Continuamos esperando que o dinamismo dos lucros da Gerdau melhore nos próximos trimestres, com potencial para que seu Ebitda em 2024 ultrapasse o nível de R$ 11 bilhões (o BBI vê riscos de alta para os preços domésticos de aços longos)”, ressalta a equipe de análise.

O JPMorgan avalia que os números foram fortes em todos os aspectos, com o Ebitda ficando 10,7% acima da projeção do banco e mostrando que a siderúrgica começou o ano “com o pé direito”. O banco ressalta que a Gerdau é a sua principal escolha entre os nomes siderúrgicos da América Latina. Já o BBA segue com recomendação neutra (desempenho em linha com o mercado) para GGBR4, com preço-alvo de R$ 20 ao fim de 2024.

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A Levante também reforça que a Gerdau mostrou números consistentes, acima das expectativas, enquanto seu baixo endividamento possibilita a projeção de uma distribuição de proventos de aproximadamente 6% para os próximos doze meses e a realização de investimentos significativos, no Brasil e principalmente nos Estados Unidos.

“Mantemos uma visão positiva para as ações da Gerdau, que possui uma diversificação geográfica expressiva, com destaque para a América do Sul e América do Norte. Nota-se um cenário que pode indicar alguma recuperação para o setor de aço no Brasil, o que pode gerar uma virada de ciclo das operações em território nacional”, avalia a casa de research.

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Lara Rizério

Editora de mercados do InfoMoney, cobre temas que vão desde o mercado de ações ao ambiente econômico nacional e internacional, além de ficar bem de olho nos desdobramentos políticos e em seus efeitos para os investidores.