Gerdau (GGBR4) prepara novo investimento de R$ 5 bilhões em Minas Gerais

"Não vai fugir muito daquilo em que temos investido nos últimos anos", disse CEO em conferência com jornalistas sobre os resultados da empresa

Reuters

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SÃO PAULO (Reuters) – O grupo siderúrgico Gerdau (GGBR4) está discutindo internamente um novo pacote de investimentos de 5 bilhões de reais em Minas Gerais, afirmou o presidente-executivo da companhia, Gustavo Werneck, nesta quarta-feira.

“Não vai fugir muito daquilo em que temos investido nos últimos anos”, disse Werneck em conferência com jornalistas sobre os resultados da empresa no primeiro trimestre.

Segundo ele, o prazo do investimento seria até 2030. O pacote anterior de investimentos em Minas Gerais, que concentra importantes operações da Gerdau, foi anunciado em 2019 no valor também de 5 bilhões de reais e já teve boa parte realizado, disse o executivo.

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Os investimentos avaliados no novo pacote, disse Werneck, incluem as áreas de mineração, siderurgia e energia, com destaque para melhorias ambientais das operações, além de ampliação da base florestal da empresa no Estado.

Em mineração, em que a empresa segue com a visão de produzir apenas para consumo próprio, a Gerdau quer eliminar o uso de barragens de rejeitos e eventuais danos ambientais causados pela atividade, sendo “estado da arte” na área, disse o executivo.

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Já a usina siderúrgica em Ouro Branco (MG) seguirá na estratégia de migrar operações de semiacabados de aço para produtos acabados, afirmou Werneck. “Investimentos para a gente agregar valor de Ouro Branco vão estar presentes no futuro”, disse ele sem dar detalhes.

Atualmente, a Gerdau está investindo na construção de um laminador de bobinas a quente em Ouro Branco, que tem previsão de entrar em operação em 2024.

“Vamos ampliar maciço florestal, crescendo terras e plantação de eucalipto”, disse o executivo, explicando que a Gerdau usa a árvore para reduzir o consumo de carvão em seus fornos, diminuindo com isso emissões de CO2 na produção de aço.

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Werneck também citou foco da companhia em investimentos em energia solar e eólica, para reduzir o impacto das operações de produção de aço com sucata, que são intensas em consumo de eletricidade. “Vamos investir em parques e fazendas eólicas e solares no Estado de Minas Gerais, que tem uma característica muito adequada como corredor solar e de vento”, disse.

MERCADO INTERNO

Mais cedo, a Gerdau divulgou queda de cerca de 19% no lucro líquido ajustado do primeiro trimestre na comparação anual, a 2,39 bilhões de reais, e recuo de 25% no Ebitda ajustado, em desempenhos melhores do que o mercado esperava.

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Werneck afirmou que, atualmente, a demanda brasileira por aço não preocupa a Gerdau, embora a entidade que representa o setor, Aço Brasil, tenha reduzido há cerca de duas semanas projeção de vendas da liga no país este ano, para queda de 0,7%.

“A preocupação (sobre a demanda brasileira) está forte demais…apesar de alguns segmentos estarem com mais dificuldades que outros”, disse o presidente da Gerdau, citando como exemplo as montadoras de veículos. “Neste momento, há oito produtoras de veículos pesados e leves paradas” no Brasil, disse.

“Mas quando se olha para o setor de construção, que é a grande preocupação, ele está muito resiliente. Estamos com nossa carteira de corte e dobra tomada até o final do ano. Tem havido lançamentos. No geral, demanda (por aço) não é uma questão no Brasil”, acrescentou, citando porém problemas para recuperação de rentabilidade das operações siderúrgicas. “Nosso foco no Brasil não é tanto demanda, mas recuperar a rentabilidade.”