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As ações preferenciais da Gerdau (GGBR4) acumulam, até agora, queda de quase 10% em 2024. Os papéis seguiram até agora, majoritariamente, o pouco ânimo de investidores com o mercado do aço e também a decepção com o resultado do quarto trimestre. Mas a queda recente, para diversos analistas, também vem se apresentando como uma oportunidade de compra.
Nesta semana, o Morgan Stanley falou em relatório que o papel da empresa está em um “ponto de entrada atrativo” ao elevar a recomendação de equivalente à neutra para overweight (acima da média do mercado, equivalente à compra).
O banco americano apontou que a ação estava “barata demais para ser ignorada”, mesmo com perspectivas conservadoras, colocando o Ebitda (Lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização, na sigla em inglês) projetado para 2024 9% abaixo do consenso. “A ação está sendo negociada a 4,5 vezes o Ebitda e 9,2 vezes P/L em nossas estimativas para 2024, significativamente abaixo das médias históricas de 10 anos de 5,8 vezes e 14,1 vezes”, aponta o banco.
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O time da instituição menciona ainda que a empresa teve um desempenho significativamente inferior aos seus pares desde o começo do ano passado, sendo que a visão é de que 2024 deve trazer uma melhora para o setor como um todo. “A melhoria na perspectiva de demanda por aço no Brasil oferece um potencial catalisador. Diversas associações especializadas relacionadas aos setores consumidores de aço, como a de construção civil, esperam que o crescimento melhore este ano, após um desafiador 2023”, diz o time, encabeçado por Carlos de Alba.
De olho nisso, apesar de a demanda incremental certamente beneficiar todos os produtores locais de aço, a crença é de que, no entanto, que as ações da Gerdau oferecem o maior potencial de valorização, dado seu desempenho recente inferior.
O BTG Pactual, também em relatório desta semana, contextualiza que, apesar de ainda não ter uma recomendação de compra para nenhuma das siderúrgicas brasileiras, o momento de revisitar o setor está se aproximando – e que a Gerdau é a favorita para capturar o momento de inflexão.
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“Prevemos uma melhoria sequencial nos resultados no primeiro trimestre de 2024, juntamente com revisões de lucros. Acreditamos também que os ativos da Gerdau nos EUA continuam profundamente subvalorizados”, avaliam, mencionando que metalúrgicas americanas negociam a um múltiplo entre 7 vezes e 9 vezes o Ebitda, enquanto os ativos da brasileira negociam em cerca de 4 vezes.
O time do banco brasileiro afirma, além disso, também a visão de uma melhora na demanda no cenário brasileiro e um possível aumento das tarifas de importação de aço. Ambos ajudariam na precificação dos produtores locais. Como ponto de atenção, eles apontam que esperam que o fluxo de caixa da Gerdau se normalizar, já que a empresa acumulou R$ 10 bilhões em capital de giro entre 2021 e 2024.
O Bradesco BBI, que também publicou um relatório na segunda-feira, diz também enxergar que os lucros da Gerdau melhorarão nos próximos trimestres – já com alta de 28% na base sequencial na próxima temporada de balanços e com mais ventos favoráveis chegando a partir do segundo trimestre.
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“Após o recente desempenho abaixo do esperado, vemos um ponto de entrada atraente para se beneficiar de uma combinação de uma recuperação nos resultados das operações do Brasil e um mercado de aço dos EUA ainda forte”, comenta o grupo, liderado por Rafael Barcellos.
O Itaú BBA, por fim, teve uma reunião com executivos da Gerdau na terça e destaca que a gestão está focada em melhorar a rentabilidade no Brasil, principalmente através de maior eficiência e otimização de custos e de ativos. “A empresa diz que está trabalhando para aumentar a participação de produtos de valor agregado por meio de investimentos em Ouro Branco e espera ganhos significativos de EBITDA com a nova plataforma de mineração”, acrescenta.
Com tudo isso, hoje, segundo dados da LSEG, os papéis preferenciais da Gerdau têm nove recomendações de compra, cinco neutras e nenhuma de venda. O preço-alvo médio fica em R$ 29, upside de 32,6% frente ao fechamento da véspera.