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A Gerdau (GGBR4) está pronta para pagar dividendos significativos nos próximos dois anos, avalia o Bradesco BBI, que projeta pagamento de R$ 10 bilhões por ano em 2022 e 2023, totalizando R$ 20 bilhões neste dois anos. Isso representa um dividend yield (dividendo sobre o valor da ação) de cerca de 20%.
Os analistas do banco ainda reafirmaram a recomendação de compra para a ação GGBR4 com preço-alvo de R$ 40, ou um potencial de valorização de 37% em relação ao fechamento da véspera.
“A Gerdau é uma de nossas preferências dentro do universo de cobertura. A dinâmica de lucros deve retomar nos próximos trimestres, impulsionada pelo forte desempenho contínuo nos EUA e pela recuperação da margem no Brasil”, avaliam.
De acordo com o time de análise, a empresa, o setor e a mentalidade do acionista controlador mudaram nos últimos 5 anos, com maior foco na eficiência, balanço e retorno sobre o capital investido (ROIC) e menos foco no crescimento.
A dívida bruta da Gerdau já está na meta oficial, de R$ 12 bilhões, destacam, enquanto a meta não oficial da dívida líquida gira em torno de R$ 7 bilhões (no primeiro trimestre foi de R$ 5,2 bilhões). Além disso, a administração tem sido clara em não perseguir grandes M&As (fusões e aquisições) ou projetos de expansão significativos.
As estimativas do Bradesco BBI são de R$ 24 bilhões e R$ 17 bilhões de lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda, na sigla em inglês) para 2022 e 2023, respectivamente. Assim, veem espaço para dividendos de R$ 10 bilhões por ano neste período, com a dívida líquida permanecendo em torno de R$ 5 bilhões. As projeções para o Ebitda em 2022 e 2023 estão 22% e 29% acima das estimativas de consenso do mercado; desta forma, o BBI vê um potencial de revisão para cima por parte do consenso.
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Os analistas também destacam a hipótese de mudança de ciclo, que poderia fazer o Ebitda da Gerdau cair para níveis médios de R$ 12 bilhões em 2024. Neste caso, a relação entre dívida liquida e o Ebitda estaria em torno de 0,5 vez nesse momento.
E, se entrar em um mercado de queda e o Ebitda cair para R$ 5 bilhões em 2024, a relação dívida líquida e o Ebitda seria de cerca de 1 vez. “Ambos os níveis ainda são muito confortáveis”, avaliam.
Assim, os analistas têm uma visão positiva para os papéis e destacam que, se estiverem certos em suas hipóteses de dividendos, a Gerdau seria, juntamente com a Vale (VALE3), um dos principais players de dividendos entre as siderúrgicas e de mineradoras.