Gerdau (GGBR4): a disparada de 9,6% das ações com Trump, balanço e dividendos

Resultado sólido impulsionado pelas operações no Brasil

Felipe Moreira

Foto: Divulgação
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Na contramão do Ibovespa, que chegou a ter queda forte após a vitória de Donald Trump na eleição presidencial dos Estados Unidos e depois amenizou, a ação da Gerdau (GGBR4) se destacou positivamente, com alta superior a 9% após a divulgação do balanço e o anúncio de dividendos, sendo o maior avanço do Ibovespa durante toda a quarta-feira (6), além de repercutir o “efeito Trump” no mercado. O papel da siderúrgica fechou com um salto de 9,61%, a R$ 19,96.

A XP Investimentos aponta que a Gerdau reportou resultados melhores do que o esperado, com lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (Ebitda) ajustado de R$ 3,0 bilhões, alta de 15% em relação ao trimestre anterior (+12% em comparação com o esperado pela XP e +7% em relação ao consenso), refletindo uma melhoria na rentabilidade da divisão do Brasil, apesar de um desempenho mais fraco (embora melhor do que o esperado) na América do Norte. A XP reitera recomendação de compra para a Gerdau.

A Gerdau reportou Ebitda ajustado 5% acima da estimativa do Itaú BBA. De acordo com a equipe do banco, o resultado foi impulsionado principalmente pelos preços de aço realizados melhores do que o esperado na América do Norte, resultando em uma margem Ebitda de 17,4%.

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O Itaú BBA também disse gostar da forte melhora sequencial nos resultados no Brasil, com margens aumentando em 8,2 pp (para 16,9%), impulsionadas principalmente por custos mais baixos. A geração de fluxo de caixa (FCF) foi forte, em R$ 1,2 bilhão (excluindo R$ 1,8 bilhão da reversão de provisão relacionada ao ICMS).

Além do balanço e dividendos, o mercado também fica de olho nos efeitos da eleição do republicano Donald Trump para a Gerdau. Na avaliação de analistas da XP, a siderúrgica, com operações relevantes nos EUA, poderia ver uma valorização no preço do aço devido a tarifas sobre produtos chineses com o republicano, elevando a demanda local.

Com relação aos resultados, a XP destaca os níveis de rentabilidade no Brasil e espera um ambiente de preços potencialmente melhor e a continuidade das iniciativas de redução de custos para impulsionar mais um desempenho sólido no 4T24 para esta divisão.

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No entanto, segundo a XP, todos os olhos permanecem voltados para as margens da América do Norte (em meio a preços mais baixos e custos pressionados), que se mostraram uma surpresa positiva nos resultados do terceiro trimestre.

O Morgan Stanley, por sua vez, destacou o lucro por ação de R$ 0,64, que veio 14% acima da sua estimativa de R$ 0,56, explicada principalmente por melhores resultados operacionais que mais do que compensaram a maior taxa efetiva de imposto e despesas financeiras líquidas.

Já o anúncio de dividendo de R$ 0,30 por ação, também veio bem acima das expectativas do Morgan de R$ 0,12 por pael. Além disso, o conselho da Gerdau aprovou o cancelamento de 29 milhões de ações preferenciais (2,1% do total) após a execução consistente do programa de recompra de ações anunciado em 31 de julho.

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O Bradesco BBI classificou o resultado trimestral como sólido, atribuível a resultados materialmente mais fortes no Brasil, parcialmente compensados ​​pelo desempenho mais fraco nos EUA.

No Brasil, segundo BBI, a margem Ebitda da empresa no 3T24 atingiu 16,9%, o maior nível desde o 3T22, beneficiada por uma combinação de custos mais baixos, maiores embarques e preços mais fortes.

Em termos de recomendação, o BBA, BBI e Morgan reiteraram classificação de compra, com preço-alvo de, respectivamente, R$ 25, R$ 25 e R$ 27.

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