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SÃO PAULO – O famoso investidor George Soros pediu a emissão de bônus globais conjuntos na Zona do Euro para ajudar a afastar a tensão que abate a união monetária. Presente no Fórum Econômico Mundial, em Davos, ele também disse a jornalistas que a resposta dos europeus à crise financeira de 2008 foi “ignorante” em relação ao método de funcionamento dos mercados.
Segundo noticia a imprensa internacional, Soros não crê que as reformas estruturais pretendidas pela Europa serão suficientes para resolver os problemas do bloco. Assim, a emissão conjunta de papéis da dívida soberana seria necessária para financiar os países com situação mais complicada.
Operação à lá italiana
Um exemplo que o investidor dá é o do plano do ex-ministro italiano Tommaso Padoa-Schioppa. A autoridade havia criado um mecanismo de recompra de títulos para estimular as captações externas. O programa envolve a aquisição de papéis das nações mais problemáticas através do EFSF (Fundo Europeu de Estabilização Financeira), a taxas de juros menores do que a média.
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O bilionário ainda cita as operações de refinanciamento semelhantes que o BCE (Banco Central Europeu) realizou nos últimos meses. Os pagamentos a longo prazo ajudaram governos como o da Espanha e da Itália a conseguirem pagar menos pelas emissões. Mesmo assim, em sua visão, o projeto italiano seria mais adequado, porque fornece um alívio “imediato” ao orçamento.
Não é o momento de austeridade
Em linha com o declarado pelo economista Nouriel Roubini, Soros acredita que a linha de maior austeridade que a Alemanha está querendo impor à Zona do Euro não é a saída mais adequada. De acordo com ele, esse ajuste fiscal “empurrará a Europa para uma espiral deflacionária de dívida”.
Caso esse movimento se concretize e, consequentemente, seja agravado, será vista uma desintegração política da União Europeia. “É preciso haver estímulo fiscal e esse estímulo tem que vir da UE”, opina. Para o investidor, o atual estado da economia no velho continente é fruto de medidas confusas que evidenciaram uma “ignorância” das nações quanto ao funcionamento do mercado financeiro.