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O diretor de Política Monetária do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse nesta segunda-feira que a instituição vai aguardar as próximas quatro semanas até o encontro do Copom de setembro para obter “o máximo de dados” e “estar aberto” à decisão sobre a taxa básica Selic.
Durante o evento Conexão Empresarial, promovido pela VB Comunicação, em Belo Horizonte, Galípolo reforçou a ideia de que o BC está dependente de dados e que até sua próxima decisão de política monetária vai observar indicadores como IPCA, Caged e Pnad, além de números da economia norte-americana e falas do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
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Estimativa do IPCA para este ano passou de 4,20% para 4,22%, na quinta semana seguida de alta, enquanto o PIB avançou para 2,23%; projeção de Selic para 2025 subiu de 9,75% para 10,0%
O próximo encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) do BC ocorre em 17 e 18 de setembro. A Selic está atualmente em 10,50% ao ano e o mercado tem precificado elevação da taxa básica já no próximo mês, em função do avanço do dólar ante o real e da desancoragem das expectativas de inflação em meio a um mercado de trabalho aquecido.
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Em sua fala desta segunda-feira, porém, Galípolo pontuou que ainda não é possível identificar o “pass through” (transmissão) do mercado de trabalho para os preços.
O diretor também voltou a afirmar que o BC não forneceu nenhum tipo de “guidance” (indicação) para o próximo encontro do Copom. Ao mesmo tempo, disse que está satisfeito com a compreensão do mercado sobre a comunicação do BC até o momento.
Na apresentação, ele reafirmou que considera o balanço de riscos para a inflação à frente no país assimétrico, com mais riscos de alta, enfatizando que esse posicionamento não representa orientação futura para a condução dos juros.
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Em relação a uma melhora recente em indicadores de mercado, ele avaliou que o movimento pode ser atribuído a uma percepção de que a economia norte-americana caminha para um “pouso suave”, o que favorece países emergentes, além de uma mudança no entendimento em relação à capacidade do BC brasileiro subir juros se necessário.
Nesse sentido, ele voltou a destacar que todos os diretores da autarquia estão dispostos a elevar a Selic “sempre que necessário” para levar a inflação à meta de 3%.
Liberdade e autonomia
Tido como forte candidato a suceder Roberto Campos Neto na presidência do BC a partir de 2025, Galípolo afirmou que esse é um “não assunto” para diretores da autarquia e que a prerrogativa para a decisão é do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
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Segundo ele, Lula deu um sinal importante ao dizer que não apenas os atuais diretores, mas os próximos indicados para as diretorias do BC poderão trabalhar dentro da normalidade institucional, o que gerou uma melhora na percepção de risco pelo mercado.
“Jamais me senti pressionado a ter qualquer tipo de atitude a partir da minha indicação no BC, o presidente tem tido uma atitude republicana”, disse. “Eu não sinto qualquer tipo de pressão, pelo contrário, todas as vezes é renovada a liberdade e autonomia.”