Futuros dos EUA sobem antes de Powell; ata do Copom, falas de Campos Neto e Lula e mais assuntos do mercado hoje

Após Lula voltar a criticar atuação do BC na condução da política monetária do país, presidente e Campos Neto fazem eventos públicos nesta terça

Felipe Moreira

Painel de cotações (Crédito: Shutterstock)
Painel de cotações (Crédito: Shutterstock)

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Os mercados asiáticos fecharam sem direção única, enquanto os índices futuros dos EUA operam com alta nesta terça-feira (7), antes da fala do presidente do Federal Reserve (Fed), Jerome Powell, durante o evento The Economic Club of Washington, que deve oferecer mais clareza sobre o rumo das taxas de juros no país, ou esclarecer alguns comentários feitos após o aumento de 25 pontos base na semana passada.

O discurso de Powell está previsto para às 14h40 (horário de Brasília) e é aguardado com muita expectativa, após o surpreendente payroll de janeiro, reduzir as apostas de corte do juro ainda em 2023.

A temporada de balanços americana continua com os resultados da Chipotle, DuPont e Royal Caribbean.

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Por aqui, o Itaú, maior instituição financeira do país de capital aberto, vai divulgar resultados referentes ao quarto trimestre hoje, após o fechamento dos mercados. O consenso Refinitiv aponta para lucro líquido de R$ 8,239 bilhões, alta de 15,08% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Na frente econômica, investidores repercutem a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que entregou um comunicado mais duro que o esperado, diminuindo as chances de queda dos juros em 2023.

No documento desta terça, o Comitê afirmou ter notado com especial preocupação a deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos. Tal deterioração pode ter ocorrido por diversas razões,” destacando-se, dentre esses fatores, uma possível percepção de leniência do Banco Central com as metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional, uma política fiscal expansionista, que pressione a demanda agregada ao longo do horizonte de projeções, ou a possibilidade de alteração das metas de inflação ora definidas.”

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Ibovespa hoje: o movimento do mercado ao vivo nesta terça-feira

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), por sua vez, voltou a criticar na véspera a atuação do Banco Central na condução da política monetária do país e voltou a questionar o atual patamar da taxa básica de juros (a Selic), mantida em 13,75% ao ano pelo Copom.

Nesta terça, Roberto Campos Neto, presidente do BC, profere palestra no evento 2023 Milken South Florida Dialogues, em Miami, Estados Unidos. Já Lula tem café da manhã com a mídia independente e alternativa, como consta em sua agenda. As falas de ambos serão monitoradas de perto pelos investidores em meio ao aumento da tensão entre governo e BC.

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O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, revelou descontentamento e que esperava ‘tom mais generoso’ do comunicado do Copom diante das medidas anunciadas pelo governo. Além disso, disse que tem conversado com Campos Neto e levado nomes para as diretorias do BC para Lula, de quem é a prerrogativa da escolha, tem reiterado o ministro. Tentando agir como bombeiro, o líder do governo no Senado, Jacques Wagner, disse acreditar que Lula vai respeitar a autonomia do BC e o mandato de Campos Neto. A base de centro do governo, composta por PSD, MDB e União Brasil apoiam a independência da instituição.

1.Bolsas Mundiais

Estados Unidos

Os índices futuros dos EUA operam com alta nesta manhã de terça-feira, com investidores se posicionando para um recado mais duro de Jerome Powell, presidente do Fed, que deve destacar a vigilância com a inflação diante da resiliência do mercado de trabalho.

Investidores também monitoram os dados do comércio internacional e do crédito ao consumidor.

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Veja o desempenho dos mercados futuros:

Ásia

Os mercados da Ásia-Pacífico fecharam mistos na sessão de hoje, com investidores digerindo a elevação da taxa de juros do Reserve Bank of Australia de 25 pontos básicos, em linha com as expectativas.

No campo corporativo, o Softbank registrou um prejuízo líquido de 783,42 bilhões de ienes (US$ 5,93 bilhões) no período de três meses encerrado no último mês de 2022, ante lucro de 20,67 bilhões de ienes obtido no mesmo período de 2021.

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As ações da instituição financeira caíram 1% no fechamento do mercado de Tóquio.

Europa

Os mercados europeus operam com alta nesta terça-feira, enquanto investidores continuam avaliando as perspectivas econômicas globais.

A petrolífera BP reportou hoje lucros anuais recordes, mais do que dobrando o total do ano anterior, com os preços dos combustíveis fósseis disparando após a invasão da Ucrânia pela Rússia.

A gigante britânica de energia registrou lucro de custo de reposição subjacente, usado como proxy para lucro líquido, de US$ 27,7 bilhões em 2022, contra US$ 12,8 bilhões do ano anterior.

Commodities

As cotações do petróleo sobem pela segunda sessão consecutiva, impulsionados pelo otimismo sobre a recuperação da demanda na China e pelas preocupações com a escassez de oferta após o fechamento de um importante terminal de exportação depois do terremoto na Turquia.

Os preços do minério de ferro na China operam com baixa na sessão de hoje.

Bitcoin

2. Agenda

A agenda desta terça-feira traz a ata da última reunião do Comitê, que decidiu pela manutenção da taxa Selic em 13,75%, pela quarta vez consecutiva. No comunicado que acompanhou a decisão, o BC voltou a dizer que incertezas fiscais e expectativas de piora da inflação em horizontes mais longos requerem uma política monetária mais cuidadosa.

Já na ata desta terça, o Comitê afirmou ter notado com especial preocupação a deterioração das expectativas de inflação de prazos mais longos. Tal deterioração pode ter ocorrido por diversas razões,” destacando-se, dentre esses fatores, uma possível percepção de leniência do Banco Central com as metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional, uma política fiscal expansionista, que pressione a demanda agregada ao longo do horizonte de projeções, ou a possibilidade de alteração das metas de inflação ora definidas.”

O Copom afirmou que, no primeiro caso, “reafirma seu compromisso em conduzir a política monetária para atingir as metas estabelecidas e avalia que, uma vez observada a desancoragem, é necessário se manter ainda mais atento na condução da política monetária para reancorar as expectativas e assim reduzir o custo futuro da desinflação.”

Já no segundo, pondera que estímulos de demanda devem ser avaliados considerando o estágio do ciclo econômico e o grau de ociosidade na economia, sendo a política monetária a variável de ajuste macroeconômico utilizada para mitigar os efeitos porventura inflacionários da política fiscal. “Por fim, com relação ao terceiro caso, o Banco Central conduz a política monetária com base nas metas estipuladas pelo Conselho Monetário Nacional. Em resumo, mais importante do que a análise das motivações para a elevação das expectativas, o Comitê enfatiza que irá atuar para garantir que a inflação convirja para as metas.”

Brasil

8h: Ata do Copom

8h: IGP-DI de janeiro, com consenso Refinitiv prevê alta de 0,33% na comparação com dezembro

8h: Roberto Campos Neto profere palestra no evento 2023 Milken South Florida Dialogues, em Miami, Estados Unidos

9h: Fernando Haddad, ministro da Fazenda, tem reunião com Simone Tebet, ministra do Planejamento e Orçamento

9h30: Lula tem Café da manhã com Mídia Independente e Alternativa

10h: Haddad participa da Abertura da Mesa Nacional de Negociação Permanente

10h: Campos Neto tem reunião com Rich Ditizio, CEO, e Laura Deal Lacey, Executive Director for Global Markets, do Milken Institute, em Miami, Estados Unidos (fechado à imprensa)

10h: Produção de veículos Anfavea

10h30: Leilão de títulos do Tesouro Nacional

11h30: Haddad participa da reunião de gestores da rede de atendimento da CAIXA

12h: Campos Neto tem reunião com Ilan Goldfajn, Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, em Miami, Estados Unidos, (fechado à imprensa)

16h: Haddad se reúne com grupo de trabalho do Fórum Nacional de Governadores

17h: Haddad se reúne com senadores

20h: Campos Neto se reúne com João Pedro Nascimento, Presidente da Comissão de Valores Mobiliários (CVM), Ilan Goldfajn, Presidente do Banco Interamericano de Desenvolvimento, e Cliff Sobel, Managing Partner da Valor Capital Group, em Miami, Estados Unidos (fechado à imprensa)

EUA

10h30: Balança comercial de dezembro; consenso Refinitiv prevê superávit de US$ 68,5 bilhões

14h40: Discurso do presidente do Fed, Jerome Powell

16h: Discurso do diretor do Fed, Michael Barr

18h30: Estoques de petróleo (API) Semanal

3. Noticiário econômico

Reforma tributária pode ser aprovada no primeiro semestre

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou na segunda-feira (6) que haveria chance de votar a reforma tributária no Congresso ainda no primeiro semestre, se o governo “for diligente e trabalhar duro”.

“Eu vejo muito amadurecimento das duas Casas, tanto Câmara dos Deputados, quanto Senado Federal, de buscar esse resultado. Haveria chance de votar no primeiro semestre, na minha opinião. Se nós formos diligentes, se nós trabalharmos duro, há, inclusive essa hipótese”, declarou Haddad, após uma reunião na Fazenda com líderes partidários da base do governo na Câmara.

“Ambos os presidentes eleitos no Congresso são favoráveis à reforma tributária. Em 15 anos, a reforma tributária pode gerar um crescimento de 10% do PIB brasileiro”, afirmou Alckmin, referindo-se aos presidentes da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL) e do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Para o líder do governo na Câmara, José Guimarães (PT-CE), a reforma tributária elaborada pela equipe econômica será uma espécie de “fusão” entre as duas principais Propostas de Emenda à Constituição (PECs) que já tramitam no Congresso, uma na Câmara e outra no Senado. O assunto foi discutido em uma reunião de lideranças da base governista com o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, na sede da pasta.

De acordo com o deputado, a ideia é que Haddad apresente até o meio do ano um texto final de reforma tributária que unifique o conteúdo das propostas já existentes.

Haddad se reunirá com governadores para debater ICMS e MP do voto de qualidade no Carf

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai se reunir nesta terça-feira com os governadores e secretários estaduais de Fazenda para debater as perdas de arrecadação geradas pela redução das alíquotas do ICMS.

O encontro também vai discutir a Medida Provisória que restituiu o voto de qualidade para o desempate nos julgamentos do Carf. O intuito é pedir apoio dos governadores na construção de um acordo com empresários, informa o Broadcast.

4. Noticiário político

Lula volta a criticar taxa juros 

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou ontem, pela terceira vez, a atuação do BC na condução da política monetária do país e voltou a questionar o atual patamar da taxa Selic, mantida em 13,75% ao ano pelo Comitê de Política Monetária (Copom).

Na posse de Aloizio Mercadante como novo presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Lula disse mais uma vez que “não existe justificativa nenhuma” para a taxa de juros seguir nos níveis atuais.

“Não existe nenhuma justificativa, nenhuma justificativa, para que a taxa de juros esteja, neste momento, a 13,5%. É só ver a carta do Copom para a gente saber que é uma vergonha esse aumento de juros e a explicação que eles deram para a sociedade brasileira”, afirmou.

Lula tem nesta manhã café com Mídia Independente e Alternativa e suas falas devem ser monitoradas.

Segundo a Folha de S. Paulo, o entorno do presidente considera que Roberto Campos Neto, à frente do Banco Central, queimou pontes com o governo petista e reduziu suas chances de influenciar a indicação de novos diretores da autarquia.

A avaliação de integrantes do governo petista é de que Campos Neto foi inábil com as decisões do Copom e o tom do último comunicado —o qual sinalizou que a manutenção da Selic no nível atual por mais tempo. Na visão de aliados do Planalto, houve uma confusão de autonomia do BC com isolamento.

5. Radar Corporativo

O Itaú (ITUB4) vai divulgar resultados referentes ao quarto trimestre nesta terça-feira, após o fechamento dos mercados. O consenso Refinitiv aponta para lucro líquido de R$ 8,239 bilhões, alta de 15,08% na comparação com o mesmo período do ano passado.

Gol (GOLL4)

A Gol (GOLL4) informou que a demanda total (RPK) cresceu 8,9% em janeiro na comparação com o mesmo período de 2022.

A oferta total (ASK), por sua vez, avançou 6,2% em janeiro de 2023 e a taxa de ocupação foi 84,7%.

No mercado doméstico, a oferta (ASK) da GOL teve redução de 3,0% e a demanda (RPK) cresceu em 0,3%.

Já a taxa de ocupação doméstica da GOL foi 85,6%. O volume de decolagens aumentou 3,5% e o total de assentos cresceu 3,0%.

Petrobras (PETR4;PETR3)

A Petrobras informou que divulgará o seu Relatório de Produção e Vendas do 4T22, no dia 8 de fevereiro, e o seu Relatório de Desempenho Financeiro do 4T22 no dia 1º de março, ambos após o fechamento dos mercados.

(Com Estadão, Reuters e Agência Brasil)

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