Futuros de Nova York abrem ano em alta, enquanto no Brasil mercado monitora risco fiscal

Bolsas mundiais têm abertura com ganhos

Equipe InfoMoney

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O ano começa oficialmente nesta terça-feira (3) para a maioria dos mercados globais e os indicativos são positivos após um 2022 difícil marcado por inflação alta, políticas monetárias restritivas e impactos diretos e indiretos da guerra entre Rússia e Ucrânia.

Nesta manhã, os índices futuros de Nova York e a maioria das Bolsa da Ásia voltaram do feriado prolongado de fim de ano em alta, mas à espera de indicadores econômicos agendados para esta semana.

Nos EUA, são esperados para quarta-feira a ata da última reunião do Federal Reserve do ano passado e a pesquisa de vagas de emprego e rotatividade de trabalho, mais conhecida como Jolts.

Também estão agendados vários discursos de presidentes do Fed para quinta e sexta-feira. Antes disso, serão conhecido hoje o PMI industrial referente a dezembro e os gastos com construção locais.

Por aqui, são esperadas as posses de mais ministros governo de Luiz Inácio Lula da Silva. Assumem os cargos hoje os titulares das pastas de Trabalho e Emprego, Luiz Marinho; Pesca, André de Paulo; e Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar, Paulo Teixeira.

Os investidores também esperam alguma sinalização que o novo governo não deve mostrar irresponsabilidade fiscal nesse início de gestão, após medidas preocupantes do ponto de vista da renúncia fiscal, como a prorrogação das isenções de impostos federais sobre a gasolina por dois meses e do diesel e gás de cozinha por tempo indeterminado.

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Ontem, por conta dessas notícias, o dólar fechou em alta de 1,51%, cotado a R$ 5,3597, e o Ibovespa registrou queda de 3,06%.

1. Bolsas Internacionais

Estados Unidos

Enquanto os investidores ajustam seus portfólios em busca de oportunidades, os futuros vinculados ao Dow Jones Industrial Average subiam nesta manhã. O movimento positivo contrasta com o pessimismo do final de 2022, quando a ameaça de uma recessão mais prolongada azedou as expectativas.

Ásia

Na Ásia, 2023 também começou positivo, com as ações de Hong Kong produzindo o melhor início de ano desde 2018, elevando o mercado para uma alta de quatro meses. Os traders locais estão reconstruindo suas posições enquanto ignoram uma série de dados econômicos considerados fracos da China. O índice de referência de Xangai registrou seu rali de ano novo mais forte desde o começo de 2020.

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Segundo analistas locais, o mercado asiático está aguardando a reabertura das fronteiras chinesas enquanto observa de perto a situação do surto ainda forte de covid na segunda economia do planeta. As incertezas devem manter o ambiente de volatilidade nos próximos.

O índice de gerentes de compras Caixin mostrou novas quedas na atividade industrial com o aumento das infecções por covid na China, mas a pesquisa também colocou a confiança dos negócios em torno das perspectivas de 12 meses em seu nível mais alto desde fevereiro de 2022.

Europa

Já os mercados europeus abriram em forte alta, com os investidores também avaliando a reabertura da China e esperando os dados macroeconômicos norte-americanos dos próximos dias e os indicadores locais. Na Alemanha, a taxa de desemprego fecho o ano passado em 5,5%.

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Os números preliminares da inflação alemã para dezembro serão divulgados na tarde desta terça-feira, seguidos pelos da França, na quarta-feira, e da Itália na quinta-feira.

Commodities

Nas commodities, embora as cotações do petróleo tenham começado o ano em alta, as perspectivas para o ano são de queda, de acordo com projeções do chefe global de pesquisa de commodities do Citi, Ed Morse, para quem a volatilidade em torno dos mercados de petróleo permanecerá nas próxima semanas por conta da guerra.

Vários países produtores de petróleo estão enfrentando dificuldades extremas, disse Morse à CNBC. Ele também espera que a demanda por petróleo seja mantida baixa devido a uma recessão prolongada na China.

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Commodities

Bitcoin

Os preços do Bitcoin sobem +0,16%, a US$ 16.754

2. Agenda

Entre os indicadores econômicos mais importantes desta terça-feira (3), são esperados a inflação de dezembro na Alemanha e os dados de gerentes de compras (PMI) dos Estados Unidos (PMI), bem como os gastos com construção locais.

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No Brasil, novos ministro tomam posse e Fernando Haddad Haddad participa de live com jornalistas do site Brasil 247, em transmissão no YouTube.

EUA
11:45 PMI da indústria – S&P Global (Dezembro)
12:00 Gastos com construção (Novembro)

Alemanha
10:00 Inflação (Dezembro)

Brasil
08:00 Fernando Haddad fala com jornalistas
10:00 Luiz Marinha toma posse como ministro do Trabalho e Emprego
11:30 Renan Filho toma posse como ministro dos Transportes
16:00 Carlos Lupi assume como ministro da Previdência Social

3. Radar Econômico

Novo ministro de Minas e Energia defende volta do investimento em refino

Em mais uma prova de que o novo governo brasileiro pretende dar uma guinada estatal nos próximos anos, o novo ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, defendeu nesta segunda-feira (2) o retorno do investimento do País em capacidade de refino de petróleo bruto.

A medida servirá, segundo ele, para que o mercado interno fique menos exposto às oscilações de preços internacionais. Silveira discursou na mesma linha do que vem defendendo o senador Jean Paul Prates (PT-RN), indicado por Lula para presidir a Petrobras.

Medidas de Bolsonaro deixam impacto de até R$ 15 bilhões

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse na segunda-feira (2) que algumas das últimas medidas tributárias tomadas pelo governo Jair Bolsonaro (PL), no apagar das luzes de 2022, vão causar um prejuízo entre R$ 10 bilhões e R$ 15 bilhões aos cofres públicos.

Segundo o novo ministro, a equipe econômica do ex-presidente descumpriu o acordo de não adotar medidas com impacto grande nas contas públicas após a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). Entre essas medidas estão a desoneração do querosene de aviação e cortes nas alíquotas do PIS/Cofins de bancos e grandes empresas.

4. Radar Político

Governo Lula exonera 1.204 servidores que exerciam funções de chefia no governo Bolsonaro

Em seu primeiro dia do governo, Luiz Inácio Lula da Silva exonerou 1.204 servidores que desempenhavam funções de confiança na gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro. A informação foi confirmada ontem pelo novo ministro da Casa Civil, Rui Costa (PT). Novas exonerações devem ser publicadas no Diário Oficial da União nos próximos dias.

Esse movimento, segundo o ministro, não deve gerar uma paralisação da máquina pública será paralisada. Os cargos envolvidos, explicou, estavam concentradas em funções mais alta dos ministérios e da Presidência e eram todos comissionados.

Gleisi nega que governo adotará estilo da ‘porteira fechada’ a aliados em ministérios

As próximas indicações de cargos do novo governo de Luiz Inácio Lula da Silva para os escalões inferiores do Poder Executivo não vão se dar no estilo “porteira fechada”, expressão usada para indicar que um partido ou grupo político ocupará toda a estrutura da pasta. Quem garante isso é a presidente do Partido dos Trabalhadores, Gleisi Hoffmann, em entrevista exclusiva ao jornal O Globo.

Segundo ela, novas nomeações de cargos no Planalto ainda serão negociadas. Ele defende que as legendas de centro e de centro-direita que estão na aliança do novo governo, casos do PSD, do MDB e do União Brasil, terão de entregar votos no Congresso e se alinhar ao projeto petista.

5. Radar Corporativo

Estatais perdem mais de R$ 31 bilhões na bolsa

A bolsa brasileira começou o ano com fortes perdas, impulsionada pela queda no preço de ações de empresas estatais, em meio a um discurso de maior intervenção do novo governo na economia, trazendo expectativas em relação ao comportamento para sessão de terça-feira.

As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) caíram, respectivamente, 6,6% e 6,4%, no pregão de ontem, levando a petroleira, segundo dados do TradeMap, a perder R$ 22,768 bilhões em valor de mercado.

Já o Banco do Brasil (BBAS3) recuou 4,2%, gerando uma perda de valor de mercado de R$ 4,28 bilhões.

Ainda entre as empresas com participação do governo, Eletrobras (ELET3;ELET6) perdeu R$ 3,428 bilhões em valor de mercado e a Caixa Seguridade (CXSE3) R$ 690 milhões.