“Futuro do varejo é online, não físico”, defende CEO do Magazine Luiza (MGLU3)

Companhia pretende avançar ainda mais no seu marketplace e aposta também em diversificação de produtos

Vitor Azevedo

(Flavio Santana/Biofoto)
(Flavio Santana/Biofoto)

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Após divulgar seu resultado do segundo trimestre de 2022, o Magazine Luiza (MGLU3) realizou na manhã desta sexta-feira (12) sua teleconferência com analistas. Durante ela, os executivos da companhia destacaram, principalmente, os resultados do canal online da varejista.

“O futuro do varejo é online, não físico”, abriu Fred Trajano, diretor-executivo (CEO) da companhia. “Apesar da desaceleração das vendas, do menor crescimento, isso não quer dizer nada. Isso não quer dizer nada. Não se trata de um ponto de inflexão, mas apenas de uma normalização após um período anormal [em relação à pandemia da Covid-19]”.

Do primeiro trimestre para o segundo, o e-commerce da Magazine Luiza viu as vendas saltarem apenas 2% na base sequencial, chegando a R$ 10 bilhões – crescimento menor do que aquilo registrado nos últimos balanços.

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No entanto, os executivos da companhia destacam a performance da Magazine Luiza em seu marketplace, na qual atua com lojas parceiras. Esse braço foi, segundo eles, o maior responsável pela melhora do lucro bruto, através da oferta de todo o hub de serviços aos vendedores que aderem ao programa.

As vendas do marketplace totalizaram cerca de R$3,6 bilhões no trimestre, um crescimento de 22% comparado ao mesmo período do ano anterior, e representaram 36% das vendas online.

“A principal oportunidade do e-commerce brasileiro está no seller local, em ajudar ele a se transformar em multicanal”, comentou Trajano durante a teleconferência de resultados.

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A Magazine Luiza afirma estar focada em alcançar mais parceiros para o seu market place. O número de parceiros fechou junho em 200 mil, mais do que dobrando na base anual.

“Nós temos expertise para atrair os varejistas que ainda não estão conectados que outros players não tem, pois somos uma empresa que saiu do físico para o online. Nós sabemos as dores desses vendedores”, defende o CEO. “Estamos atrás de parceiros agora que nunca estiveram online. Primeiro iremos aumentar nosso GMV nesta frente e depois buscaremos rentabilidade”.

O plano da companhia é também, até o final do ano, buscar vendedores parceiros mais maduros, que já tenham alguma familiaridade com o mundo online e que, por isso, usem uma maior gama dos serviços oferecidos pela empresa – que vão de logística à parte financeira.

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A Magazine Luiza pretende também utilizar todo os dados gerados pelos novos parceiros para buscar mais conversão em um período sazonal que, normalmente, já conta com maiores vendas.

“Melhora a partir de agora tem de vir do lado operacional”, diz Magazine Luiza

A Magazine Luiza espera também para os próximos seis meses aumentar suas vendas diretas. Após um período de rebalanceamento na primeira metade de 2022 ano, que gerou recuou das vendas combinado com o cenário macroeconômico menos positivo, a ideia da companhia é ter alavancagem operacional.

“Não existe melhora de margens sem aumento de vendas. Temos estoque ajustado, equipes ajustadas. Vamos continuar trabalhando para cortar despesas, ‘mas o mato está mais baixo do que estava”, afirmou Roberto Belíssimo, diretor financeiro da Magazine Luiza.

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“Parte importante do crescimento será com alavancagem operacional. Não damos guidance, mas iremos trabalhar muito para isso. Temos estoque. Temos canais digitais. Temos tudo para crescer. Do outro lado, no primeiro semestre não tivemos auxílio emergencial, não tivemos 5G, não tivemos a Copa. O bolo vai crescer, mas, mesmo se não crescer, temos toda a condição de ganhar market share”, complementou.

Os executivos apontam que reduziram o estoque e aumentaram o saldo de fornecedores, melhorando o capital de giro em R$ 1 bilhão.

“Tínhamos o objetivo de aumentar a rentabilidade sem perder market share. De melhorar nossa eficiência sem prejudicar os serviços. Conseguimos os dois”, defende Trajano.

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”O estoque está saudável, menor do que em junho do ano passado, e está equilibrado em relação ao saldo de fornecedores ”, explicou Belíssimo. “Segundo semestre o giro de estoque é melhor, com mais vendas. Com isso, quando vendemos mais, gira mais, e o saldo de fornecedores cresce. A tendência é terminar o ano com mais fornecedores do que estoque”.

Para o segundo semestre, a companhia está animada. O Magazine Luiza será uma das patrocinadoras oficiais da Copa; a companhia espera surfar deste benefício – e não apenas vendendo televisores.

O ganho de participação das outras categorias no volume bruto total de vendas (GMV, na sigla em inglês) do segmento online foi destaque, segundo os executivos, chegando a 52% das vendas totais.

“Apesar de recuo das vendas dos bens duráveis, estamos crescendo nas novas categorias e esperamos avançar ainda mais”, defendeu Fred Trajano. “Somos líderes em bens duráveis, gostamos do setor, mas estamos em um contraciclo e as novas categorias estão ganhando cada vez mais importância no nosso balanço”, contextualizou o executivo.

Um dos possíveis destaques até o final do ano, com a Copa do Mundo, tende a ser o segmento de vestuários esportivos, muito presente na Netshoes. De qualquer forma, o segmento é apenas mais uma das apostas da Magazine Luiza para diversificar o negócio. As categorias de moda e beleza, por exemplo, cresceram 88% e 75% no segundo trimestre.

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